ORA SÓBRIO, ORA ÉBRIO

Sigo, paro, espero, subo nesse trem
Sinto, penso, avalio, será que convém?
Sombras, fumaça que sobe para o céu
Tanto por aqui, verdadeiro escarcéu

Tic-tac do relógio do tempo
Indiferente a qualquer contratempo
Segue ora parceiro, ora algoz
Tão difícil desfazer certos nós

Penso dormir, não acordar, desistir
Como a fumaça… para o céu subir
E o trem segue… piuíííí…piuiííí
Ainda há o que fazer por aqui?

Gente que chega, gente que vai
Envelhecendo a cada dor, a cada ai
Na balança da vida há desequilíbrio
Ora estou sóbrio, ora estou ébrio

E o trem indiferente avança na linha
Para onde vai, quem caminha?
Melhor curtir a viagem sem esmorecer
Ninguém sabe quando irá descer…

Alda M S Santos