A CADA MANHÃ
Espero a cada manhã
Ao abrir os olhos na minha janela
O sol que nem sempre chega
Mas vejo a vida que segue em frente
Ultrapassa cada obstáculo, cada cancela
A cada manhã renovo as esperanças
De que tudo fluirá como tiver que ser
Que há um Maestro regendo essa orquestra
Atenta, olhos e ouvidos, faço minha parte
Sigo a batuta e toco meu instrumento suavemente
A cada manhã, tudo acontece novamente…
Alda M S Santos
NA ESTAÇÃO
O trem partiu…
Ela ficou ali, sentada sobre as malas carregadas, como num filme antigo.
Seu bilhete ia só até ali.
Olha o trem se afastando lentamente
Tem medo, não queria ficar, queria seguir
Domina o impulso de correr atrás.
Esse não volta.
Será o fim da viagem?
A linha continua, não para ela.
Tantos já desceram, não os vê…
Outros tantos, queridos, seguem naquele trem…
Ficar parada ali não é opção
Estação é passagem, não destino
Olha para as demais linhas,
Há bifurcações, outros destinos,
Encaminha-se lentamente para o guichê.
Escolhe um destino desconhecido e aguarda.
Novos passageiros, nova viagem
Recomeços…
Alda M S Santos