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Urgências

URGÊNCIAS

As faltas que nos enchem de vazios intensos

Vazios que nos enchem de necessidades

Necessidades que nos enchem de urgências

Urgências que nos derrubam, atropelam os outros

Às vezes nos paralisam, imobilizam

Mas quando bem aproveitadas

Também nos movem na direção do bem, da paz

E nos preenchem de amor

Tão repletos ficamos que chega a transbordar …

Alda M S Santos

Uma questão de justiça

UMA QUESTÃO DE JUSTIÇA

Não se faz justiça quando igualamos o que é distribuído, mas quando equalizamos

A justiça não se faz quando todos ganham o mesmo pedaço de pão

Mas quando o pão que recebem mata sua fome, sem falta ou desperdício

A justiça não se faz quando todos recebem a mesma quantidade de afeto, de beijos e abraços

Mas quando o carinho recebido é na medida certa para suprir sua escassez

A justiça não se faz quando todos recebem o mesmo cobertor, o mesmo calor

O mesmo afago e o mesmo amor

Mas quando é observado o frio de cada um, a carência de amor de cada um

A justiça não se faz dando tudo no mesmo formato e quantidade

A justiça se faz quando cada qual, diferentes no modo de ser e agir

Recebe de acordo com suas necessidades…

Alguém que “recebe” o que não precisa

Alguém que toma o que não lhe pertence

Está deixando um outro necessitado

Um ser humano consciente sabe disso, sente isso

E tenta equilibrar a balança

Como um pai cuidadoso e observador faz com os filhos

Como o Pai, Mestre do Amor, faz conosco…

Alda M S Santos

Deus dá o frio conforme o cobertor

DEUS DÁ O FRIO CONFORME O COBERTOR

Diz o ditado: “Deus dá o frio conforme o cobertor”

Bem sabe Ele o que cada um de nós precisa para viver

Uns até parecem ganhar mais que outros

Mas acredito que cada um ganhe de acordo com suas necessidades de aprendizado

E o que cada um faz com o frio ou cobertor que recebe

É que o diferencia dos outros humanos

Que o faz mais ou menos feliz e realizado

Há quem ignore o frio, se rebele contra ele ou faça pouco caso do cobertor

Mas há quem consiga até diminuir o frio de seus semelhantes

Entre tantos males e bênçãos de nossa (des)humanidade

Nem sempre podemos escolher o que recebemos

Mas escolhemos o que fazer com o que temos, com o que nos dão

Há quem despreze uma manta térmica bem quentinha

Mas há quem descubra a força do amor e solidariedade

E faça milagres com um cobertor fininho

Deus não nos desampara, apenas nos deixa escolher nosso caminho…

Alda M S Santos

Sede de quê?

SEDE DE QUÊ?

Sedentos estamos todos

A água disponível não é a ideal

Parada, corrente, concentrada, com ou sem sabor.

Inúmeras opções de cores e odores.

E precisamos apenas da velha e boa H2O:

Insípida, incolor e inodora.

Mas perfeita no que lhe cabe: saciar a sede!

Alda M S Santos

Querências apenas

 QUERÊNCIAS APENAS

Eu quero ver o alvorecer na minha janela: ensolarado ou chuvoso 

Quero ouvir a vida começando lá fora

Especialmente vibrando em mim

Quero orar com fé e gratidão

Quero sentir o calor do abraço carinhoso do meu irmão

Quero sobre mim o olhar apaixonado do meu amor

Quero meus filhos seguros e livres

Quero um trabalho que seja diversão

E meus amigos felizes em perfeita comunhão. 

Quero ser flexível e firme o bastante 

Para curtir a brisa e suportar as ventanias

Quero um beijo carinhoso e babado de uma criança

Quero que meus pais sejam eternos

Quero uma casinha simples e aconchegante

Quero um coração grande e aberto para ajeitar a todos que amo

E fazer morada em outros corações também! 

Quero nunca perder a fé na humanidade

Acreditar que apesar de muitos a terem perdido por tanta maldade

Muitos outros a recuperaram pelos corações bondosos que encontraram.

Quero que a paz que brotar em mim

Possa acionar a paz no outro

E ser luz que ilumine nossos caminhos…

Até o infinito! 

Querências apenas…

Alda M S Santos

Vitrine

VITRINE

Estamos diante de uma grande vitrine. Nela estão expostos todos os tipos de produtos que se quer “vender” ou “comprar”.

Observamos com mais atenção o que temos interesse em comprar.

Cada um de nós traz em si necessidades e vontades, “falhas” a serem compensadas.

E é nessa grande vitrine que encontraremos o que procuramos.

Há produtos para todo tipo de necessidades: grandes ou pequenas, físicas ou emocionais, fugazes ou duradouras. 

É preciso saber realmente o que se quer, o que precisa ser atendido. 

Um sapato brilhante, alto, lindo, dois números abaixo do nosso não atenderá a necessidade do trabalho. 

Uma pessoa carrancuda não atenderá nossa necessidade de humor.

Muitos podem nos enganar. Nem sempre há como devolver ou trocar os produtos. 

Os mais expostos e atraentes nem sempre serão os que irão nos atender. 

É preciso olhar com cuidado. Talvez o que precisamos está mais no cantinho da vitrine. Nem chama tanto a atenção. Pode precisar de polimento para ficar do nosso jeito, perfeito. 

Precisamos lembrar que ao mesmo tempo que estamos “comprando”, também estamos “vendendo”. 

Somos produtos nessa grande vitrine. 

Estamos vendendo o que realmente somos? Ou somos propaganda enganosa? 

Quanto mais fiéis formos nesse “comércio”, tanto para comprar quanto para vender, menos problemas teremos. Mais felizes seremos. 

Alda M S Santos

Feira livre 

FEIRA LIVRE

Estamos, desde que nascemos, numa grande feira livre. Nela buscamos os itens necessários à nossa satisfação e bem-estar.

Quando crianças, nossos pais, ou adultos que nos cercam, adquirem, consultando-nos, ou não, aquilo que precisamos para viver. Gradativamente, vamos nos tornando independentes e passamos a fazer nós mesmos nossas aquisições.

Aí que aumentam os problemas. Muitas são as opções, as “ofertas”, mas nem sempre dispomos do necessário para adquiri-las. 

Nossos pais sabiam nos desviar, nos poupar daquilo que não nos faria bem ou não teríamos condições de pagar por elas. 

Adultos, queremos muito e cada dia mais: um vestido da moda, um celular de última geração, uma casa maior, um carro mais novo, uma viagem mais longa, uma amizade disputada, um curso inovador, um amor inacessível…

São muitos os itens expostos nessa feira. Cada qual mais convidativo que o outro. Uns nos conquistam de imediato. Outros vão nos ganhando aos poucos. Por uns podemos pagar o preço, outros o preço é alto demais. 

Insatisfeitos, tantas vezes fixamos a vista apenas no que desejamos, nem sempre tão necessários assim, e esquecemos do que já temos. 

Seguindo essa linha de desejos, vamos nos tornando mais e mais infelizes e frustrados. 

Analisemos alguns pontos: nem tudo exposto nessa feira vale para todos nós, alguns itens são completamente supérfluos, há produtos sob medida, não adianta adquiri-los, pois servem a outras pessoas, nem tudo que brilha é ouro, há propagandas enganosas. 

Finalmente duas coisas são fundamentais. 

Primeira, se o preço a se pagar por algo for nossa consciência, tranquilidade ou paz de espírito, melhor abrir mão. Não haverá prazer em desfrutar de uma amizade que nos descaracterize ou usar um carro que nos tirou do orçamento.

Segundo: se se quer muito um produto, se nos fará bem, sem prejudicar ninguém, qualquer preço é módico demais a se pagar por ele. Vale a aquisição. E isso só nós podemos saber.

Ah! Quanto mais simples, menos requintado, mais natural, mais duradouro será o produto. E em fim de feira há muita coisa boa que passa despercebida aos olhos desatentos. Vale dar uma conferida! 

Alda M S Santos 

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