NA CHUVA
Posso vê-la andando ali, devagar
Deixando a chuva cair, molhar tudo
Olha para cima, deixa a chuva molhar seu rosto, se entrega
Senta-se num banco na calçada
Tudo está fechado, é tarde
Coloca uma bolsa a seu lado, abraça a si mesma
Um ou outro transeunte em seu guarda-chuva passa e a olha displicente
Carros esporádicos espirram água para todos os lados
Um cachorro parece se compadecer e para a seu lado
Faz um carinho em sua cabeça, abraça-o
Ambos ficam ali por um bom tempo
Logo ele se vai atrás de uma cadelinha
Ela olha para cima, abre os braços
E se deixa lavar por inteiro.
Enfim, levanta e segue seu caminho lentamente
Ela faz parte daquela madrugada chuvosa, fria e triste
Olha para cima, me vê, percebe-se fora
E volta para dentro de mim
Juntas vamos para casa…
Alda M S Santos
Foto Google imagens