AUTORES
Autores o tempo todo
Escrevendo uma história original
Não importa tanto a capa
Sequer a página inicial
O que vale mesmo nessa obra
Que escrevemos até sem perceber
É a audácia e delícia de viver
Cujo fechar de olhos é que determina o final
Num momento que não sabemos quando vai ser
Páginas em branco recebemos
Com a tarefa de ali algo belo registrar
Não importa o estilo textual
Sequer a linguagem ou idioma
Independente do número de páginas, personagens
É pessoal!
Se sua história fosse um livro
Você ousaria indicar?
Teria prazer em (re)ler?
Se virasse filme assistiria com seus pais, filhos?
Ao final, tudo que fica é nossa história
Não precisa ser um best seller
Basta que seja uma bela história!
Caprichemos!
Alda M S Santos
NA LITERATURA
Em cada um, uma história
Em versos, em prosa, em rima
Tempos de misericórdia e glória
É um modo de nos levar pra cima
Escrever é fuga, é trilha, é encontro
É um caminho que nunca está pronto
É catarse, é solidão, é terapia
É busca pela própria companhia
O papel ou a tela em branco são convites
Chamam a alma para brincar, dão palpites
Quem escreve se perde, se encontra
Mantendo a interrogação na alma, é afronta
É um ato de coragem e covardia, é loucura
Atiçar em si mesmo essa magia, essa cura
Encontrar-se na literatura não é frescura
É fazer do viver uma doce e suave procura
Alda M S Santos
O QUE VOCÊ LÊ?
Sou uma amante contumaz da leitura
De tudo aquilo que leio regularmente
O que vem escrito é o mais contundente
E quase sempre deixa dúvidas na mente
Mas a leitura que se faz de um olhar
De um toque, de uma expressão corporal
Até mesmo de um desconversar banal
Pode tornar essa leitura excepcional
Leio a natureza em toda sua grandeza
Leio pessoas em sua suave beleza
Leio e capto a poesia que fica no ar
Ou até mesmo um fugidio silenciar
Ler tudo que está a nossa volta
Com toda percepção e emoção
É um modo de demonstrar paixão
Pela literatura que sai do coração
Alda M S Santos
ESCREVER É…
Aqueles que se dispõem a traduzir em palavras
Em versos ou prosa o que se passa dentro de si
Que tentam organizar ou dar sentido ao caos
Escritores, poetas, profissionais ou amadores
Quase sempre são acusados de excêntricos, introvertidos, superiores
Ou frágeis, confusos, donos da verdade, narcisistas
Encontraram, ou ao menos buscam, na verdade, um modo de abrandar, silenciar
Todos os barulhos que ecoam e carregam dentro de si
Caminhos que trafegam sozinhos na escuridão ou luz interior
Levando alguns leitores e seguidores afins a fazer o mesmo
Escrever não é um ato superior ou inferior a qualquer outro
Mas é, sem sombra de dúvida, um misto de prazer, alívio, dor, necessidade vital e coragem
Escrever é abrir porteiras para a luz entrar, ou a escuridão sair, tanto faz…
Escreve-se não para mudar o mundo, os outros, ainda que possa fazê-lo
Mas uma pequena tentativa, às vezes vã, de mudar a si mesmo…
Alda M S Santos
ESCREVO
Escrevo porque preciso
Quando estou segura ou em perigo
Ou quando tudo parece impreciso
Escrevo para sanar o que machuca
O que aperta, fere, sangra
Escrevo para aliviar a cuca
Escrevo para extravasar os excessos
Angústia, ansiedade, medo, alegria
Escrevo para não haver retrocessos
Escrevo para espalhar belezas
Que habitam em mim, natureza
Escrevo para semear e captar pureza
Escrevo para partilhar o amor
Para levar emoção, calor
Num mundo sem tanto pudor
Quero nos versos rabiscados na luz ou no breu
Ter registrado em tinta meu apogeu
Escrevo para cada dia me tornar mais eu…
Alda M S Santos
CONVITE
Oi gente! Neste sábado, 05/10, as 19h estarei no FLAL: FESTIVAL DE LITERATURA E ARTE LITERÁRIA -Entrevista e bate-papo online. O FLAL prestigia e divulga escritores e autores nacionais. Mais arte, mais cultura, mais conhecimento! Venham! Será um prazer ter vocês comigo!
LIVRO
Livro que faz bem, que trago sempre comigo
Livro-me da ignorância, encontro abrigo
Livro-me das dores, do perecer
Livro-me da angústia do ser ou não ser
Livro que acalma, que é luz
Livro que esclarece dúvidas e nos conduz
Livro que é diversão, é passaporte, é transporte
Para um “País das Maravilhas”, mesmo sem sermos Alice
Que pode estar a poucas milhas de nós
Quase sempre dentro de nós…
Livro que é caminho da fé, da Ciência, da religião, de Deus, do conhecimento
Livro que perpetua o amor, que é acolhimento
Livro é tão bom que dentro dele pode caber tanto um mundo de dor
Quanto trazer em si registrada a maior História de Amor
Abram um livro, percam-se nele
Encontrem-se…
Alda M S Santos
Dia Mundial do Livro
Amazon.com.br
Respondendo a quem quis saber o porquê do título, esse é o poema que deu nome ao livro…
QUANDO NÃO ESTOU EM MIM
Procuro-me em todos os cantos
Tento me identificar, me localizar
Saber onde me encontro
Quando não estou em mim.
Se eu não estivesse mais aqui
Onde poderia ser mais facilmente encontrada?
O que remeteria as pessoas diretamente a mim?
O que olhariam e diriam: isso me faz lembrar dela!
Uma cachoeira, uma mata densa, pássaros, borboletas, flores?
O mar, um rio, a chuva, as estrelas, a Lua cheia?
Certamente, sinto-me em casa junto a tudo isso.
Um sorriso, um abraço, uma palavra, um poema? Identifico-me.
Meus filhos? Claro, partes mais lindas de mim.
Meus pais? Sim, sou parte deles.
Meu amor, meus amigos? Alguns deles, os que me amaram, me entenderam, sintonizaram comigo.
Em cada pessoa que passou por minha vida, que me agregou valores, me fez feliz, me fez sofrer?
Sim, foram também partes de mim.
Estou em muitos lugares, em cada pedaço de chão que pisei
No ar que respirei, mas, principalmente, no amor que doei.
Se quiserem me encontrar, procurem em tudo isso,
Também no sorriso de uma criança,
Na nostalgia de um idoso, no abraço de um casal apaixonado…
De preferência, num dia de chuva.
Eu estarei lá!
Quando não estou em mim estou naqueles que amo,
Onde quer que estejam.
E estar neles, é um modo de estar em mim.
Alda M S Santos
ESCREVER…
Escrever uma história é se aventurar
É misturar ficção com realidade
É ler sonhos e desejos alheios
É traduzir e transcrever sentimentos
É reviver…
Escrever é viajar na imaginação
É abrir asas, flutuar, ver de cima, de fora
É mergulhar fundo e intensamente na emoção
É se eternizar…
Escrever é se tratar, se curar
É medicar, remediar, vacinar, fazer terapia
É uma catarse…
Escrever é lidar com medos, traumas, angústias, alegrias
É dar um drible na saudade, na dor, nas mágoas e decepções
É fixar aprendizado…
Escrever é também ler, ser lido, decifrar
É fazer-se entender numa história, é identificar-se nos versos do outro
É sintonizar…
Escrever é conversar consigo mesmo
É sensibilizar, é sorrir, é chorar
É um reencontro com seu próprio eu
Passando pelo eu do outro
É intensamente viver…
Alda M S Santos
SIMPLESMENTE, VIAJA…
Da janela, na janela, para o mundo
Simplesmente, viaja…
Ora em grandes navios no vasto oceano ou em barquinhos de pescadores
Ora em aviões bimotores, supersônicos ou teco-tecos
Simplesmente, viaja…
Ora em foguetes para o espaço sideral ou fugindo no calor do deserto
Ora caminha em florestas densas e fechadas ou deitada na relva sob o luar
Simplesmente, viaja…
Nas páginas de um livro, romance, poemas
Sozinha ou acompanhada, lutando ou desanimada, feliz ou nem tanto
Nas asas da imaginação, da memória
Nos capítulos felizes ou infelizes do passado
Ou nos capítulos sonhados para o futuro
Simplesmente, viaja…
Num mundo criado pelos outros, para os outros, ela se inclui
Sente-se parte, faz parte, mergulha
Vive, revive, imagina-se…
E cria, assim, sua própria viagem…
Simplesmente, vive…
Alda M S Santos
CAOS DOS ESCRITORES
Textos, poemas, histórias…
Para muitos pode parecer um monte de palavras amontoadas e sem sentido
Para outros pode transparecer sentimentos confusos e caóticos,
Mas para o escritor, escrever é organizar o próprio caos.
Quem entende essa complexidade de vida em modo literário
Adentra a alma do escritor
E costuma querer ficar ali.
Localizar-se, identificar-se naquele aparente caos
E fazer daquele espaço a sua morada,
Sua própria organização.
Assim, escritor e leitor se interdependem,
Quase se tornam um,
E fazem desse mundo um lugar um pouquinho melhor de se viver…
Alda M S Santos
SIMPLES LIVROS?
Todo bom leitor tem um jeito particular de ler
Sentado, deitado na cama, na rede, no ônibus.
Rápido, lentamente, grifando, voltando atrás
Dando umas puladas por curiosidade…
Quer interagir, sugerir, interferir, participar.
Dependendo do livro, fica triste com o final
Continua imaginando a história em sua mente
Cria outros finais mais felizes, retira personagens, acrescenta outros.
Quase sempre quer que outros leiam, empresta, doa
Ou sente ciúmes daquela história e quer guardá-la só para si.
Alguns livros ficam esquecidos num canto empoeirado da estante
Sob as almofadas do sofá, numa gaveta qualquer,
Ou, mais queridos, ficam na cabeceira da cama, na bolsa
Alguns, cuja história é especial, ficam guardadas na mente,
Na alma, no coração, para sempre.
Não precisam da versão impressa, estão impressos em nós.
Cada pessoa de nossa vida é como um livro que lemos.
Há histórias grifadas, mexidas e remexidas,
As complexas e densas, que não se deixam ler facilmente
As fáceis e agradáveis de ler e interagir, as engraçadas, as tristes.
Nossa mente e nossos corações são nossas estantes
Alguns desses livros não queremos mais ler, outros estão guardados com carinho,
Há aqueles que são revisitados no fundo das gavetas,
Outros se confundem com nossa própria história, se mesclam, se fundem.
E, os mais interessantes, ainda estão sendo escritos
Ainda que a gente não se dê conta, a história continua
E é uma obra aberta com participações especiais.
E quem disse que não gosta de ler?
Alda M S Santos