ESCRITAS
Escrevo no papel, a lápis para não borrar
Quando não há certeza do que calar ou dizer
Se precisar apagar e reescrever…
Escrevo no papel, a tinta para não apagar
Quando é certo e definitivo o que se quer expressar
Na vã tentativa e desejo de eternizar o sentimento descrito em palavras
Escrevo nas páginas inúmeras da alma
Com lágrimas, sorrisos, gritos e silêncios
Uso vermelho sangue, amarelo vida, cinza luto, verde esperança
Páginas borradas, reescritas, infinitas, multicores
E percebo que o que foi escrito ali é o pote de ouro além do arco-íris
Não há modo de apagar, é sempre belo e desejado
São versos ternos, eternos, com ou sem rima…
Escrevo no coração daqueles que compreendem
A poesia traduzida em versos de carinho e amor
E a querem infinita e eterna em si
Escrevo nas páginas infinitas da minha alma
Uma história de amor pela vida
A poesia que busco eternizar em mim…
Alda M S Santos
EM LETRA CURSIVA
A vida é tecida em letras cursivas
Sobe, gira, desce, desce mais, faz uma volta
Um laço, um nó, curvas, círculos, segue em frente
Volta, faz um corte aqui, coloca uns pingos acolá
As letras são as mesmas, mas a escolha delas difere
E o modo de traçá-las também.
Infinitas palavras, frases, textos e histórias
Vão sendo compostos com a nossa marca
As nossas digitais, a nossa caligrafia original
Algumas letras são mais caprichadas
Outras até mesmo ilegíveis, até para quem escreve
Uns textos são mais longos, histórias mais complexas
Uns bem simples e fáceis de ler…
O importante é que isso é tarefa intransferível
Nós selecionamos, nós compomos, nós vivemos,
Ainda que o único leitor sejamos nós mesmos…
Alda M S Santos