DIRETO AO CÉU
Frequentar templos de pedra é bom!
Adorar a Deus é sinal de fé!
Mas Ele ouve as preces de qualquer lugar
Particularmente se vier de um coração
Que passeia em templos sagrados
Como os corações sofridos dos irmãos
Dali a oração vai direto ao céu!
Alda M S Santos
CHAVES
Vamos passando pela vida
Arrombando portas, abrindo devagarinho
Colecionando chaves e chaveiros
Cada passo, cada atitude, cada escolha
Uma chave!
Todas funcionam, todas abrem portas…
Mas não são todas que abrem as portas do céu!
Como andam nossos chaveiros?
Alda M S Santos
MAIS PERTO DO CÉU
Não é preciso comprar terrenos, pagar entradas
Nosso ingresso para o paraíso
O lugar mais próximo do céu
O primeiro e certeiro lugar onde os bons estarão
Onde serão encontrados e levados na hora certa
É em seu posto de trabalho exercido no bem
Onde foi colocado aqui para laborar
E fazer a roda do amor girar
Não deixemos nossos postos de trabalho vazios!
Alda M S Santos
NAS PORTAS DO CÉU
Será que há um porteiro
Pedindo um crachá para indicar o roteiro
Uma ficha a ser preenchida
Dados importantes dessa vida?
O que seria valioso por lá
Perguntariam o que fiz do lado de cá?
O que levo de bom, fiz escala?
O que deixei para trás, pesa essa mala?
Quantos abraços eu dei
Quantos sorrisos despertei
Quantos irmãos alimentei
Fiz chorar, chorei, perdoei?
Acho que a ficha seria assim
Bem material nada pesaria enfim
Vale quando pesa para entrar no céu
A leveza da alma desvendará o véu
Alda M S Santos
MEU CÉU
Sou eu quem faço o meu céu
Que o torno azul de brigadeiro
Ou escuro, nebuloso, traiçoeiro
Sou eu quem faço o meu céu
Claro e brilhante, sol forte
Ou tão frio e cinzento, sem norte
Sou eu quem faço meu céu
Com nuvens brancas, pura arte
Lua e estrelas por toda parte
Sou eu quem faço meu céu
E escolho quem levar nesse carrossel
Quem sabe brincar, mel ou fel
Sou eu quem faço minha vida sob esse céu
Com arco-íris, tempestades ou bela alvorada
Mas sobretudo, sou eu quem faço melhor minha caminhada
Sou eu quem faço meu céu
Mas foi Ele que me deu essa capacidade
Esse discernimento de saber escolher o que é felicidade
Eu faço meu céu com a ajuda Dele!
Alda M S Santos
CÉU OU INFERNO
Quem faz seu céu, seu inferno
Quem é sua primavera, seu inverno
Quem acende sua luz, ilumina seu caminho
Quem é aquele que não te deixa sozinho
Meu céu sou eu quem faço, quem crio
Escolhendo o que é luminoso ou sombrio
Com as portas que abro ou fecho em mim
Com aqueles que eternizo ou ponho um fim
Sou céu quando sou amor, sou reciprocidade
Sou inferno quando não sou realidade
Sou sombra quando perco a esperança
Sou luz se não desisto de meu lado criança
Sou céu quando sou verdadeira, abro o véu
Quando afasto o que faz mal, sem escarcéu
Sou inferno quando luto por guerras perdidas
Sou céu quando acolho minh’alma sofrida
Alda M S Santos
MEU CÉU
Meu céu nem sempre está limpo, céu de brigadeiro
Digno de grandes voos no fim de semana inteiro
Por vezes fica escuro, tenso, carregado
Só se consegue ver que está bem pesado
Gosto da grandeza da imensidão celeste
Seja em norte, sul, leste ou oeste
Para todo lado há algo insondável
Que desperta o desejo, o inimaginável
Se escuro, deixar de voar será o ideal?
Aguardar que tenha condição especial?
Ou seguir assim mesmo, não temer o vendaval?
Meu céu pode mudar a qualquer hora
Olho, me recolho, espero, não demora
Logo meu voo será intenso por aí a fora …
Alda M S Santos
MEU CÉU
Meu céu sou eu quem faço
Lá fora pode estar cinzento
Mas cá dentro eu escolho as cores
Desato nós, bordo, crio laços
Em meu coração marco o compasso
Não que seja algo fácil não me ferir
As nuvens negras às vezes pesam
Cansa ser forte, tentar sorrir
Sob a tormenta, lutar, resistir
É preciso focar no essencial
No que nos dá prazer de viver
Aguardar calmamente o sinal
Para o amor que a vida nos oferecer
Pego a paleta, minha aquarela
Azul, verde, vermelho, rosa ou amarela
Abuso das cores, na alma faço uma sentinela
A guardar o arco-íris que pinto na minha janela
Meu céu sou eu quem faço…
Alda M S Santos
SOMBRAS
As sombras são meio assustadoras
Por vezes, falta-nos coragem para encará-las
O medo toma conta, ficamos inertes
Ou fugimos apavorados
Outras vezes percebemos
Que ser forte e resistente
Não se resume à força física
Ser forte pode ser tantas vezes
Acalmar, buscar energia dentro da gente
Encarar a própria sombra escura que se agiganta
Acender ali uma luz que brota de nosso interior
Iluminar tudo e seguir…
Isso é força, é fé!
Quando o chão nos falta
É preciso aprender a voar
Buscar o céu para encontrar a paz!
Alda M S Santos
O TELEFONE DO CÉU
Quero o telefone do céu
Preciso ligar para lá
Quem sabe passar um SMS
Dizer que preciso falar
Pedir que mandem o GPS
Quem sabe não vou visitar?
Quero o telefone do céu
Preciso resolver umas pendengas
Solicitar bons conselhos, conquistar amizades
Quem sabe não tem sinal
E posso matar umas saudades?
Quero o telefone do céu
Preciso muito me conectar
Mas se um outro meio existir
Não vou me importar ou cansar
Quem sabe um contato especial, não dá pra desistir
E talvez eu possa logo subir e lá morar?
Alguém tem o telefone do céu?
Alda M S Santos
QUANTOS DEGRAUS?
Quantos degraus até o céu?
A escada é sinuosa, rolante, escorregadia, antiderrapante?
Quem pode subir, há restrições, limites de entrada?
Podemos levar alguém, sermos levados por alguém?
E se nos cansarmos no caminho, tropeçarmos, cairmos?
Podemos voltar a subir ou perdemos a vez?
Os últimos serão os primeiros?
Quantos degraus até o céu?
A entrada é franca? Paga-se com quê?
Qual a “moeda” de troca?
Muitas perguntas… Sei lá!
Enquanto isso vou fazendo do agora o meu céu
Tal qual crianças a brincar, a pular amarelinha
Continuo subindo até o céu…
Alda M S Santos
MEU CÉU SOU EU QUEM FAÇO
Meu céu sou eu quem faço
Escolho o que quero ver
Foco no azul intenso, na liberdade dos pássaros a voar
Admiro a pipa que parece livre
Dança para lá e para cá
Sob o comando de uma linha, controlada
Sobe e desce ao sabor do vento
Meu céu sou eu quem faço
Se me desagrada finjo não ver
Coloco meus óculos de sol, escondo as lágrimas
Quando as nuvens escuras imperam
Abro um sorriso para atrair cores
Meu céu sou eu quem faço
Crio histórias onde o amor vence sempre, capto a poesia
Uso o filtro que me cabe
Com a sutileza da alma
Acreditando sempre que a magia só acontece
Quando acreditamos em milagres…
Alda M S Santos
ENTRE CÉU E INFERNO
O céu e o inferno existem em nós, coexistindo
Transitamos de um para o outro todo o tempo
Daquela parte que nos faz mal, que nos faz sofrer, que machuca
Para aquela que nos faz bem, alegra, anima, vitaliza, acaricia
Algumas coisas ou pessoas do meio nos instigam, nos levam
A sair de um para o outro, do inferno para o céu e vice-versa
E é a isso que devemos estar atentos
Fugir de pessoas “inferno”, que nos dificultam o trânsito para nosso céu
Buscar pessoas “céu”, que nos deixam em nosso paraíso
Bom mesmo é quando nosso céu se conecta ao céu do outro
Aí fica mais difícil, quase impossível, o trânsito para o inferno
Um céu conectado a outro céu é mais forte, mais iluminado
E não deixa a escuridão do inferno prevalecer …
Céu conectado a outro céu é repleto de anjos bons
E que fazem a vida ser mais linda…
Alda M S Santos
FASES E FACES
Fases, faces, brilho e sombra
Prerrogativas da Lua, das pessoas
Minguante, minguando, definhando em C invertido
Um ser recolhido perdendo luz, abraçando sombras, até ser Nova
Sombra total, escuridão, brilho oculto na outra face
Aquela escondida de todos, preservada, um ser em tempo de esperas
Sol, Lua, céu, pessoas…
Fases: construção do novo, maré, podas, plantação
Crescente, crescendo expectativas, alimentando esperancas, recebendo luz até ser Cheia, redondamente linda
Cheia de si, de brilho e orgulho, transparência
Sol, Lua, céu, pessoas…
Fases… dos seres vivos, dos amantes
Toda sombra esconde um brilho
Todo brilho esconde uma sombra
Fases, faces, brilho e sombra
Prerrogativa da Lua, das pessoas
Minguando, se escondendo, crescendo, aparecendo
Enquanto houver céu e sol
Dentro e fora de nós…
Alda M S Santos
O SOL BRILHA PARA TODOS
No céu, no mar, na terra
Há espaço para todos
Aviões bimotores, helicópteros, teco-tecos, supersônicos
A enfrentar os ventos no céu
Barquinhos a vela, lanchas, escunas, navios e grandes veleiros
A navegar em águas calmas ou bravias
Bicicletas, motocicletas, carros, caminhões e ônibus
A trafegar no solo firme debaixo de nossos pés
O espaço, democrático, abriga a todos
Nossos corações também deveriam ser assim
Forte como o céu, a água ou a terra
Não excluir nada ou ninguém a priori
Elástico, deveria caber a todos que quisessem entrar e fazer dele sua morada
Como o sol que sempre brilha para todos
No céu, no mar, na terra…
Alda M S Santos
CÉU E INFERNO
Ansiamos pelo céu, tememos o inferno
Mas ambos estão muito pertinho de nós
Na verdade, ambos estão dentro de nós, ou nós dentro deles
Estamos no paraíso quando experimentamos boas sensações
Amor correspondido, amizade sincera, família unida
Corpo e mente saudáveis, paz conosco mesmos
Tudo lá fora torna-se lindo, colorido, brilhante, mesmo com raios e trovões, gelo ou nuvens pesadas…
Isso é paraíso.
Experimentamos o inferno quando não temos sintonia conosco, com os outros
Quando faltam empatia, amor, amizade, sossego
Quando sobram culpas, autoflagelos, dores, males físicos e mentais
Autopiedade, desconfianças, desamor, escuridão
Lá fora pode ser um espetáculo maravilhoso, sol quente, amor, natureza viva
E nós de olhos cerrados nos sentindo destruídos …
Isso é inferno.
O céu e o inferno, se fossem um lugar específico
Se tivessem que ser localizados num mapa
Seriam dentro de nossa própria mente, de nossa consciência
No mais íntimo de nossa alma
E depende de nós entrar ou sair de cada um deles
Fazer malas, mudar, deixar pra trás o que fere, ainda que com sofrimento
Mudanças sempre são dolorosas
E não precisamos morrer para isso…
Alda M S Santos