MINHA ARMA ME SALVOU
Tive uma arma na cabeça, levei coronhadas, desmaiei
Fui trancada no porta-malas e deixada na cidade vizinha por um jovem drogado
Idade? Não sei!
Apesar do medo e das lágrimas, de ter implorado para me deixar para trás, fui levada
Sei que acredito piamente que o que me salvou foi o olhar de piedade que lancei a ele
Aqueles olhos vermelhos que carregavam maldade e sofrimento
Olhar que nunca esqueço e que ainda assombra nos meus pesadelos
Era véspera do dia das mães, perguntei por sua mãe…
Se ali eu tivesse uma arma ou ódio no coração
Certamente não estaria mais aqui…
Nem por isso acredito que bandido bom é bandido morto
Não é que eu seja boazinha ou tola
Eu prefiro revidar apenas o amor…
Enquanto puder usarei apenas essa arma
Eu acredito na força poderosa do amor contra o que machuca
É essa arma que terá a capacidade de reduzir qualquer mal
Alda M S Santos