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poemas e reflexões da vida cotidiana

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Dói

DÓI

Dói não acreditar quase em nada
Também dói investir em canoa furada
Dói se espetar no espinho da rosa, machuca
Dói mais ainda não ter uma roseira, vida maluca

Dói sofrer por um amor não correspondido
Mais doloroso é não amar, é tempo perdido
Dói ver o mundo com tanta desumanidade
E que ainda não aprendemos a viver com dignidade

Dói não realizar os sonhos, os desejos
Dói mais ainda já não sonhar com abraços e beijos
Dói ver por aqui tanta indiferença e desigualdade
E por mais que se faça, não amenizar essa realidade

Viver é por vezes pesado e doloroso
Mas não desistir faz o mundo mais prazeroso
Amar, amar, se doar é o único caminho
Para doer menos, não se sentir inútil e sozinho

Alda M S Santos

Amigo oculto?

AMIGO OCULTO?
Estamos em tempo de amigo oculto, amigo secreto, amigo da onça…
Muitas são as variações.
O que vale mesmo é a brincadeira, a confraternização
Pessoas que dividiram espaços de trabalho, de estudo, de vida.
Brincadeiras à parte, gosto mesmo é de amigos declarados, às claras, revelados.
Amigos de verdade nem conseguem se esconder, não precisam.
Basta um olhar que todos já sabem: são amigos.
E presenteiam-se todos os dias com aquele abraço gostoso, aquele olhar que compreende nosso interior.
Aquele puxão de orelhas, alertas de perigo, sinal de fogo.
Amigo que grita, que sussurra, que gargalha, que chora junto.
Amigo que passa sms, que conta que sonhou contigo, que perde no jogo pra gente, ou ganha e a gente nem se importa.
Amigo que sabe seu número de roupas e calçado, que diz que você emagreceu ou que está com o cabelo desgrenhado… E você sabe que tudo é carinho.
Amigo que a gente empresta o marido ou esposa…bem, nem tão amigo assim.
Até aceito um amigo oculto de vez em quando…
Mas bom mesmo é brincar de amigo declarado a vida toda.
Alda M S Santos

Caçamba

CAÇAMBA

Amigos, amores, familiares caçamba

Aqueles nos quais se joga de tudo

Aquilo que já não se usa mais

Ou o que é perigoso, machuca, fere, sangra

Normalmente, tudo que é descarte

Mas em meio a tanta confusão

Muitas vezes algo de bom também é lançado

E as boas e verdadeiras amizades ou amores

Sabem o que aproveitar, o que reciclar, o que ignorar

Selecionar algo de bom naquilo que o outro lançou

E muitas vezes nem percebeu

Quantas vezes somos caçamba?

Quantas vezes fazemos os outros de caçamba?

Essa troca é essencial em todo relacionamento saudável

Com o devido cuidado e equilíbrio

Nem só caçamba, nem só usuário dela …

Alda M S Santos

Afinidades

AFINIDADES

Interessante como algumas pessoas são para nós mais transparentes: decodificamos suas palavras, a escolha delas, se muitas ou poucas, olhares ou o desvio deles, simples atos, expressões corporais, jeito de andar, e até mesmo o silêncio, principalmente o silêncio, mesmo que de longe. 

Alegrias, tristezas, preocupações, angústias, mágoas, ciúmes, admiração, desejo, amor, nada nos passa despercebido.

Enquanto outras são verdadeiras incógnitas. Podem passar a vida ao nosso lado e serem sempre indecifráveis, fechadas em concha, intransponíveis. Por mais que façamos, o que conseguimos não é confiável. 

Claro que há diferenças de personalidade, características individuais, estilos de vida. Mas é algo além disso. 

Certo também é que essa relação é construída, é uma via de mão dupla, tem que haver reciprocidade. Mas, principalmente, penso que o que determina essa relação é a afinidade das almas. A atração exercida por essa afinidade que gera amor, carinho, amizade. 

Consequentemente, o desejo de compartilhar tudo que somos ou temos. 

Nesse caso, não há necessidade de muitas explicações.

A gente vive e agradece a grande oportunidade. 

Amigos, amores, almas afins não são para qualquer um. 

Alda M S Santos

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