Busca

vidaintensavida.com

poemas e reflexões da vida cotidiana

Categoria

Afinidades

No limite

NO LIMITE
A vida no limite é intensa
Por vezes animadora, noutras cansativa
Será que vai sendo gasta, se esvaindo
Ou sendo reenergizada, reabastecida?
Se ela se esvai, se desgasta
Gostaria de não viver tanto no limite
Ter mais espaço, mais folga, mais liberdade de movimento
Dentro do meu “pequeno” interior
Não estar tão próxima da linha tênue
Que separa o bem do mal estar
Os sonhos doces dos pesadelos amargos
A realidade fria do calor do realmente desejado
Que separa a alegria da tristeza
Os medos da coragem, a confiança da desconfiança
O sorriso das lágrimas, a fé da descrença
Que separa a sanidade da loucura
O amor do desamor, a vida da morte!
Mas se a intensidade reenergiza, autoabastece
Que eu aprenda a andar na corda bamba
A me divertir nos altos e baixos, a dançar nos desequilíbrios
Ou que eu encontre mais espaços dentro de mim
Ou os ocupe de modo mais organizado
Sempre com mais e mais equilíbrio, alegria e fé
E que consiga carregar comigo quem quiser ou merecer…
Alda M S Santos
Ilha Grande- Angra dos Reis

Coisificando

COISIFICANDO
Substituir, esse é o lema moderno, a nova ordem
Estragou, avariou, deu problema, preocupação, trabalho
Jogue fora, troque, substitua!
Mundo do descartável! 
Pode ser um copo, um eletrodoméstico, eletrônico, objetos pessoais, pessoas…
Nada se conserta mais!
Nem amizades, nem amores, nem família: substitui-se!
Pessoas estão sendo transformadas em coisas, em objetos
Estão sendo coisificadas!
Nada errado em ter novas pessoas na vida, em acolher,
Em ser acolhido, amparado
Mas pessoa não pode substituir pessoa
Pessoas descartadas também poluem o ambiente
Danificam a si mesmas, ao outro
Pessoas não se joga fora e fica-se bem
Como se tivesse trocado de celular
Cada qual tem seu lugar, seu espaço
Se a rotatividade de pessoas estiver grande demais
Estamos nós mesmos a um passo de nos transformar em coisas!
Alda M S Santos

Portas, porteiras, cercas…

PORTAS, PORTEIRAS, CERCAS…
Há pessoas que são convidativas como uma porteira entreaberta
Desafiadoras como uma porta com buraco da fechadura
Outras são repulsivas como um muro alto
Ou assustadoras como uma cerca eletrificada
E ainda há aquelas que não possuem cercas, portas
Porteiras ou muros…
Ou por serem totalmente fechadas, lacradas, vedadas a entradas externas
Ou por serem totalmente abertas, dando passagem a qualquer um.
Cedo ou tarde na vida nos deparamos com todas elas
Ou podemos nos tornar um pouco cada uma delas,
E nos eternizarmos uns nos outros…
Alda M S Santos

Joias

JOIAS
Nunca fui muito fã de joias!
Claro, sou mulher, acho lindas!
Mas nunca fiz questão de ganhar uma joia,
De ter uma joia de pedras preciosas.
E não é porque sou boazinha, simplória ou melhor que ninguém!
Sempre preferi ter uma pessoa-joia para mim.
E ser uma joia para alguém!
Forte, resistente, bela e preciosa.
E isso não é qualquer um que se dispõe,
Ou que saiba fazê-lo.
Exige muito mais que ter dinheiro e ir à joalheria.
É pagamento para a vida toda!
Parcelado em dias e dias infinitos de carinho.
Pagamento que se faz com imenso prazer,
Ou não se faz…
Ambos sendo credores e devedores.
É assim que somos joias!
Alda M S Santos

Tão longe, tão dentro!

TÃO LONGE, TÃO DENTRO!
É preciso olhar ao longe, bem distante,
Quanto mais infinito houver ao alcance de nossas vistas
Mais para dentro conseguiremos enxergar.
Quanto mais silêncio ouvirmos no horizonte
Mais entenderemos os barulhos que vêm de nós.
Quanto mais claro o espaço lá fora,
Mais nítido ficará aqui dentro.
A emoção vive dentro, mas precisa do espaço lá de fora.
Tão longe, tão perto! Tão fora, tão dentro!
Alda M S Santos

Afinidades

AFINIDADES

Interessante como algumas pessoas são para nós mais transparentes: decodificamos suas palavras, a escolha delas, se muitas ou poucas, olhares ou o desvio deles, simples atos, expressões corporais, jeito de andar, e até mesmo o silêncio, principalmente o silêncio, mesmo que de longe. 

Alegrias, tristezas, preocupações, angústias, mágoas, ciúmes, admiração, desejo, amor, nada nos passa despercebido.

Enquanto outras são verdadeiras incógnitas. Podem passar a vida ao nosso lado e serem sempre indecifráveis, fechadas em concha, intransponíveis. Por mais que façamos, o que conseguimos não é confiável. 

Claro que há diferenças de personalidade, características individuais, estilos de vida. Mas é algo além disso. 

Certo também é que essa relação é construída, é uma via de mão dupla, tem que haver reciprocidade. Mas, principalmente, penso que o que determina essa relação é a afinidade das almas. A atração exercida por essa afinidade que gera amor, carinho, amizade. 

Consequentemente, o desejo de compartilhar tudo que somos ou temos. 

Nesse caso, não há necessidade de muitas explicações.

A gente vive e agradece a grande oportunidade. 

Amigos, amores, almas afins não são para qualquer um. 

Alda M S Santos

Barreiras emocionais

BARREIRAS EMOCIONAIS
Ao longo de nossas vidas, para nos protegermos dos outros ou de nós mesmos, vamos criando barreiras que cerceiam nossa natureza, nossas emoções, nosso modo de ser.
Alguns de nós mudam tanto que já nem se reconhecem. Somos apenas cópias autenticadas uns dos outros. Originalidade zero. Para agradar a todos, deixamos de ser nós mesmos, nos afastamos de nossa essência.
Existem barreiras e diques que formamos com bases tão fortes, tão resistentes, tão impregnadas que já foram absorvidas, são parte de nossa razão e acabam por estagnar as águas de nossas emoções…
Água parada não tem muita vida. Até parece bela, mas pode putrefar, não se renova, não circula o oxigênio que alimenta a vida que a mantém.
Barreiras e diques são importantes para haver um certo controle emocional, possibilitar nosso crescimento como seres humanos, evitar grandes estragos, mas é preciso manter ativos os vertedouros e abrir um pouco as comportas vez ou outra.
Nossos familiares e amigos mais próximos são essenciais e excelentes vertedouros.
Vamos usá-los! Uma barreira ou dique que se rompe, dependendo do momento, deixa ir embora muita coisa boa.
Alda M S Santos

Há receitas?

HÁ RECEITAS?

Para estar de bem com a vida
Não há receitas, não há tutoriais.
Cada pessoa exige ingredientes diferentes
O “ponto” de cada massa é diverso
O tempo que se leva para “assar” é variável
Mas há ingredientes que são unanimidade:
Boas companhias, um lugar agradável e Deus.

Alda M S Santos

Espelhos da alma

ESPELHOS DA ALMA

Não existe nada mais cativante no ser humano que os olhos. Sem querer desfazer de um corpo bonito, um rosto de traços harmônicos, um coração bondoso, uma mente inteligente, uma alma elevada.

E não estou falando de sua anatomia, de sua beleza estética, formatos e cores. Refiro-me à sua capacidade expressiva. Não há olhos que mentem! Há olhos que tentam disfarçar, e isso já é expressivo.

Há olhares curiosos, alegres, que querem tudo perceber, sem se fixar. Deixam-nos à vontade. Há os distraídos, que observam aleatoriamente e se detêm apenas quando convém. São seletivos e nos pegam desprevenidos. Há ainda os atentos, sensíveis, que parecem invadir, tudo captam: pequenos detalhes, diferentes sentimentos, qualquer humor…

Se encontrarmos olhares atentos, fugir deles é impossível. Eles perceberão qualquer emoção que estiver ali. Não saberão a razão, mas reconhecerão a emoção, aquela disfarçada pelo sorriso ou forçada pelas lágrimas.

Notarão a ansiedade, a preocupação, a culpa, a tristeza, o medo, a decepção, a afobação… São olhos com uma camada de nebulosidade. Por vezes, úmidos.

Perceberão a alegria, a euforia, o prazer, a satisfação, a vitória. São olhos com brilho intenso, cores vivas, transparentes.

Captarão em alguns olhares a censura, a inveja, a raiva, a crítica, a cobrança, a avaliação, o julgamento. São olhares com ar de superioridade. Olham por cima.

Sentirão olhares carregados de desejo, admiração, atração, paixão. São olhos quentes, brilhantes, agitados, pidões.

Serão atraídos por olhares de compaixão, amor, carinho, solidariedade… São olhares doces, tranquilos, pacíficos.

Espelhos da alma, ou não, eles refletem o que se passa em nosso interior. Os dos homens costumam ser mais expressivos, talvez por serem mais focais. Os das mulheres costumam ser mais perceptivos, por serem mais periféricos. As crianças os têm claros, transparentes e cristalinos. É natural delas, não escolhem. São maravilhosos e cheios de expectativas. Os idosos já não querem mais esconder nada, seus olhos são quase tão expressivos quanto os das crianças. Por eles, deixam extravasar a emoção dos anos vividos. Sabem que não adianta esconder. Mergulhar nos olhos de um idoso é entender sua história: rica, bonita, carregada de alegrias, tristezas, frustraçōes e culpas. É como ler um livro.

E, entre crianças e idosos, estão os adultos que “aprenderam” a disfarçá-los. E vão vivendo acreditando enganar a todos sobre o que sentem. Até conseguem, muitas vezes, mas não os olhares atentos e sensíveis.

Mas o mais bonito e emocionante da vida é quando olhares perceptivos e expressivos se encontram em uma via dupla. Olhares atentos de ambos os lados se percebem, trocam sentimentos, energias, desejos, amor, carinho, amizade, paz, sonhos, esperança, tudo sem ser necessário trocar uma palavra sequer. Se olham, se entendem, se aproximam, se abraçam. Aqueles que dizemos que “o santo bateu”. Na verdade, os olhares bateram! As almas se encantaram.

Enfim, todos os olhares são lindos, em todos os olhares há uma poesia a ser lida, uma vida a ser descoberta. Olhar nos olhos não é para qualquer um. Olho no olho é para quem tem coragem!

Alda M S Santos

 

Sintonia

SINTONIA
Há quem duvide, não invista, nada perceba, mas a lei da atração, da sintonia é forte e precisa. Mantemos perto de nós aquilo que atraímos, que sintoniza conosco.
Se somos sorriso, somos empatia, somos carinho atrairemos pessoas empáticas, alegres e doces.
Ao sermos tristeza, isolamento, frieza e solidão, pessoas assim
se aproximarão.
Nossos sentimentos vibram e se harmonizam onde encontram parceria e produzem uma bela canção!
Por isso há pessoas tão empáticas e outras tão apáticas!
Até o amor, o mais forte, nobre e poderoso de todos os sentimentos, mesmo insistente e corajoso, que costuma se impor em terrenos inférteis, costuma definhar onde não encontra eco.
Não devemos ser falsos ou artificiais, tampouco ignorar uma dor. Nem sempre seremos sorrisos e alegria, mas podemos nos esforçar para deixar vibrar mais forte em nós o amor.
Ao nos alinharmos com nosso semelhante, nos alinhamos com o amor do Pai.
Ele se manifestará supremo e afastará tudo o mais.
Alda M S Santos

Tudo depende do nosso olhar

TUDO DEPENDE DO NOSSO OLHAR

Como alguém nos parece, feio ou bonito?
O que nosso amigo diz é chato ou instigante?
Aquele colega é proativo ou aparecido?
O trabalho é cansativo ou produtivo?
O amor que se vive nos anima ou nos maltrata?
Se tudo parece triste e desanimador…
O problema pode estar em nosso olhar.
Sim! É ele que dá vida, beleza e valor ao que está fora de nós.
O nosso olhar carrega significado para aquilo que apreciamos ou não.
Tentar olhar com amor, ou ao menos sem tanto desgosto, para alguém ou algo que não nos agrada pode melhorar nosso dia.
Quando algo parecer ruim, pensemos: não estou com um olhar “armado” demais sobre isso?
Mudar o nosso olhar pode fazer toda a diferença! Um bom olhar transforma uma imagem inóspita numa paisagem dos sonhos.
Se não der certo, o máximo que pode acontecer é vermos mais coisas belas por aí!
Alda M S Santos

Festa em mim

FESTA EM MIM
Gosto de festas, na verdade adoro festas!
Não qualquer festa!
Gosto de festas íntimas, em que conheço todo mundo.
Aquelas em que posso bater um papo e rir com todos.
Estar à vontade, ouvir boa música, dançar, me divertir.
As melhores festas são as preparadas dentro da gente.
Aquelas que planejamos com antecedência, sonhamos…
Imaginamos nossas vestes, penteados, perfumes e maquiagens.
Conseguimos nos ver nítidos, claros e transparentes através delas.
Imaginamos cenários, condições do tempo, sensações, cheiros.
Inserimos alguns personagens, retiramos outros.
Somos os donos da situação, da festa.
Escolhemos as falas, as risadas, as interações.
Acrescentamos carinhos, abraços e beijos…
Dançamos com quem queremos, escolhemos a música.
Descartamos quem não nos agrada.
Colocamos quem tem algo a acrescentar.
Criamos início, meio e fim, como um enredo.
Assim é a alma de quem se dispõe a escrever.
Alma em festa.
Íntima, mas em festa!
Alda M S Santos

Fora dos trilhos 

Só o Amor

Trocas

Cenas de Amor

Bom dia!

Afinidades 

Blog no WordPress.com.

Acima ↑