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Nostalgia

NOSTALGIA
Nostalgia é morada da saudade
É tempo que para no tempo
É vida presa nos laços da felicidade perdida
É desejo de retornar a um ontem sonhado, idealizado, quase irreal…
Nostalgia é melancolia profunda
Que entende o presente como alegria artificial, forçada
E perde a visão de um amanhã real
Enquanto se agarra ao passado, sentimental
Nostalgia boa é saudade gostosa
Que deixa o passado em seu devido lugar
Mas o usa para alimentar e irrigar o hoje de força e fé
E planta um futuro com sementes de esperança
Retiradas dos frutos bons do passado
Formando o círculo completo da existência…
Alda M S Santos

Dancin’ Days

DANCIN’ DAYS

Uma festa temática retrô beneficente

Desperta desejo de nos divertir e ajudar, combinação perfeita

E envolve muitas emoções diversas

Muito frisson, desejo de entrar numa máquina do tempo

Saudosismo, nostalgia, relembrar o passado, “reviver”

Uma época, um estilo musical, comportamento, romance, discoteca

New wave, hippies, rock’roll

Um passado “vivido”, mesmo longe das discotecas

Dos comportamentos rebeldes e de protesto

Será que o passado sempre parecerá melhor visto de fora?

Décadas de 70/80 eu era criança, mocinha

Cheia de sonhos, coragens, poucos medos e um mundo inteiro pela frente

E condições financeiras reduzidas que minavam qualquer feito

Além de uma família superprotetora também

Será que se eu tivesse vivido tudo isso intensamente

Seria tão bom “reviver”?

Ou justamente por não ter “vivido” que a nostalgia é maior?

Certo é que o coração fica feliz e apertado ao mesmo tempo

Pelo vivido e pelo perdido…

Cantei e dancei muito Cindy Lauper, Michael Jackson, Bee Gees e ABBA na sala de casa

Assisti Dancin Days, quis aquelas roupas coloridas e malucas

Como toda jovem, sonhei com um mundo de paz e amor

Vivi, mas de um jeito simples…

E, quando assustei, 40 anos haviam se passado…

Risco de ficar agarrada lá, deixada pela máquina do tempo…

Entre anos dourados, anos rebeldes, discoteca, música eletrônica, underground, new wave,

Não tem como me perguntar

Como seria uma festa temática dos dias de hoje

Daqui a 50 anos?

Alda M S Santos

Como confiar?

COMO CONFIAR?

Como confiar num mundo em que o Merthiolate não arde

Nas delícias da Coca-cola que desentopem sanitários

Nas sandálias Havaianas que arrebentam as tiras tão facilmente

No leite que não vira coalhada depois de três dias fora da geladeira

No Bombril que não tem mais mil e uma utilidades?

Como confiar?

Como confiar numa justiça com tantos pesos e medidas

Na palavra dada que de nada vale se não for documentada

Nos amores que não duram até que a morte os separe

Nas brigas entre rosas e cravos em que ambos não saiam despedaçados

Num “te amo para sempre” apenas se você me amar?

Como confiar?

Como confiar nas compatibilidades de gêneros, ao invés das incompatibilidades de gênios

Que “primeiro as damas” é coisa de feminismo ou machismo

Que ter um quintal sem muro é apenas utopia de Roberto Carlos?

Como confiar?

Nas crianças que dançam “quadradinho” até o chão e não mais “Atiram o pau no gato”

Nos olhares dos pais que não são entendidos como alertas de perigo

Nos adultos isolados da infância e da velhice como seres inatingíveis?

Como confiar?

Como confiar na fé que se professa e não se vive

No ouro que não “compra” terreno no céu

Nos “homens de Deus” que têm doenças mundanas

Na felicidade encontrada apenas nas conquistas profanas?

Como confiar?

Nas amizades que, monetariamente, calculam perdas e ganhos

Na saudade que não dói, no machucado que não sangra

No abraço que não acalma, na família que não se enlaça

No beijinho que não cura qualquer mal?

Como confiar num mundo tão confuso, hipócrita e perdido?

Alda M S Santos

Sem você

SEM VOCÊ

Em todos os espaços você faz falta,

Na brisa que passa, no sol que racha

Num perfume bom, no cheiro de um alimento qualquer

Nas tiradas engraçadas ou mesmo nas rabugices ou implicâncias

Na música que toca, no silêncio oportuno

Tudo que acontece, principalmente no que não acontece

Lembro-me de você…

Sem você não tem a mesma graça, meu anjo

Você faz falta em tudo lá fora

Mas a maior falta você faz aqui dentro!

Alda M S Santos

Casa de vó

CASA DE VÓ
Tive um prazer imenso no pouco tempo que convivi nas casas de minhas avós quando criança.
Minha avó paterna faleceu quando eu era pequena. A avó materna tem 93 anos, mas sempre morou no interior de Minas Gerais, enquanto nós morávamos na capital. Todas as férias íamos para Guanhães. Avós, tios e primos, uma farra!
Mas as lembranças desse convívio são maravilhosas: fogão à lenha, bichos no quintal, leite tirado na hora, compras na “venda”, histórias à noite…
Até o cheiro do colchão de palha ficou gravado na memória.
A água carregada em moringas da bica. A missa, as barraquinhas da quermesse da igreja, as moedas doadas pela vó, o banho de bacia, as quitandas assadas no forno à lenha, as brincadeiras na rua na noite escura, o frio e a neblina…
E aquele jeitinho que vó tem de querer nos proteger, de não querer deixar os pais “ralharem” com a gente.
Não sei se vó é mãe com açúcar, mas que é doce, é!
A casa mudou um pouco, minha avó nem tanto, mas em meu coração terão sempre a mesma imagem: amor e saudade.
Te amo, vó Dudu!
Alda M S Santos

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