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poemas e reflexões da vida cotidiana

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Desamor

Desumano, demasiado desumano

DESUMANO, DEMASIADO DESUMANO

Uma vida jogada fora, desperdiçada de modo cruel

Desumano, demasiado desumano

Um ser humano, alcoólatra, cuidador de carros nas ruas

Calado, triste, educado, não incomodava ninguém

Onde dormia, bebia, comia, dependia da ajuda dos outros

Há poucos dias recusara ajuda do AA, acreditando não precisar

Uma briga, jogam álcool em seu corpo, ateiam fogo

Não resiste, parte cruelmente assassinado.

Grande ironia da vida, morrer pelo álcool

Curtido na maldade humana!

Uma raça onde a liberdade de um fere a do outro

Nesse mundo humano tão desumano

Ou seria, como diria Nietzche, “humano, demasiado humano”

Pois um animal não seria capaz de tal atrocidade!

Certamente ele está em paz agora!

Noutra dimensão…

RIP

Alda M S Santos

Arrependimentos

ARREPENDIMENTOS

Eu o observava de longe, parecia cabisbaixo

Cheguei até mais perto daquele idoso de 74 anos no asilo, ele me olhou, segurou minha mão.

Ressaltei que estava triste, perguntei pelo sorriso, falou em arrependimentos.

“Estou arrependido de não ter namorado todas que me quiseram”- e sorriu zombando.

“Acha mesmo que seria mais feliz assim”?- perguntei, séria.

Ele teve uma esposa que o traiu e abandonou.

Tem um filho que nem lembra que ele existe.

Cego de um olho, uma cicatriz de tiro na testa.

“Pra dizer a verdade, penso que você deveria é ter escolhido uma boa mulher”.

“Você tem razão, moça, mas as que me quiseram depois, eu não quis destruir a vida delas.

Eu não seria feliz assim, sei como machuca”!

Conversamos um bom tempo!

Todos temos arrependimentos, carregamos pesos nas costas.

Mas, mesmo simples como ele é, sabe que não existe peso maior para carregar que a tristeza de alguém!

Não pode ser leve e duradoura uma felicidade construída sobre a base frágil da infelicidade do outro!

Arrependimentos todos temos, mas algumas nuvens negras sobre nossas cabeças podem bem ser evitadas!

Alda M S Santos

Amor é um trem doido

AMOR É UM TREM DOIDO
O amor comanda um trem de muitos vagões
Nunca vem só! Todos encaixadinhos!
Em cada vagão, um sentimento ou emoção que o acompanha
Que faz com que o trem ande mais rapidamente,
Devagar ou até estacione!
Amor é um trem doido! São muitos os vagões!
Alguns o aceleram: empatia, sinceridade, confiança, lealdade, respeito, admiração…
Outros o atrasam: ciúmes, possessividade, intolerância, impaciência, desrespeito…
Mas se houver amor, sempre há jeito de mantê-lo em movimento
Mas se o amor não for o comandante,
Tudo descarrilha, tomba e se perde…
Alda M S Santos

Não dá pra mensurar

NÃO DÁ PARA MENSURAR!

Há coisas que por mais que se tente, não conseguimos mensurar!

O tamanho da dor que aperta no peito de quem perde um amor,

Ou o vazio na vida de uma mãe que não poderá mais abraçar seu filho,

Não dá pra mensurar!

A culpa de alguém que não pôde proteger a quem amava,

Ou a saudade que machuca no peito dos apaixonados,

Não dá pra mensurar!

A tristeza e revolta que acompanham os perseguidos,

A dificuldade de seguir em frente com fé, quando tudo que se quer está no passado,

Ou o medo de caminhar rumo a um futuro incerto e sem brilho,

Não dá pra mensurar!

A verdade é que só se pode mensurar

Aquilo que está dentro de nós!

O que se passa com o outro,

Podemos apenas imaginar…

Alda M S Santos

Cegueira?

CEGUEIRA?

O amor não é cego,

Ele apenas vê o que quer, o que cria.

Assim como o desamor…

Alda M S Santos

 

Analfabetos emocionais

ANALFABETOS EMOCIONAIS
“Entre sem bater”
“Mantenha organizado”
“Ao sair, NÃO apague a luz”
Porém, batem, bagunçam, machucam, apagam a luz
E ainda levam partes que não lhes pertence.
E reclamam ao encontrar nova placa:
“Fechado para balanço”
Ou depois de um tempo
“Sob nova direção”.
Analfabetos emocionais=espaços desabitados.
Alda M S Santos

Não há vacinas!

NÃO HÁ VACINAS!

Entre tantos os machucados e feridas

Das mais superficiais até as mais profundas

Daquelas que ficam secas até as que mais sangram

Das que causam dor aguda ou crônica

Que precisam suturas ou anestesias

Que causam pranto ou, num canto, solidão

Além do medo de se machucar novamente

Entre todos eles, o machucado mais doloroso

A ferida mais difícil de cicatrizar

Que demanda mais tempo e coragem

É aquela causada pelo (des) amor

Simplesmente, porque é de onde a gente menos espera o golpe

Pega-nos desprevenidos, distraídos, confiantes.

Aí atinge fundo, rasga, mutila, deixa marcas, cicatrizes.

Mas quando se convalesce, se recupera, fica mais forte

E recomeça tudo… Novos riscos!

Contra o (des)amor não há vacinas!

Alda M S Santos

Cercas elétricas

CERCAS ELÉTRICAS

Como o ser humano está evoluído! Estão construindo cerca elétrica para barrar a entrada de imigrantes na Hungria. Sensores de calor, autofalantes com mensagens intimidatórias multilíngue, descargas elétricas…

Tecnologia de ponta usada contra refugiados das guerras e miséria que chegam à Europa, maioria de mulheres e crianças!

Outras planejam construir muros! Num mundo criado por Deus para todos nós! Que inteligência é essa? Que coração é esse?

Como podemos nos sentir diante de uma situação dessas? Envergonhados por sermos humanos?

Quem comete pior crime? Aqueles que guerreiam, expulsam e matam outros seres humanos, ou quem recusa a eles asilo e uma chance de sobrevivência?

Não sou ingênua, sei dos problemas que podem advir de populações de imigrantes, principalmente refugiados de guerra, em outras nações.

Superpopulação, miséria, desemprego, fome, doenças…

Mas a maioria não quer é abrir mão do conforto, dos desperdícios, da ociosidade.

Sei que não é fechando as portas de modo tão grosseiro e cruel que o problema será resolvido.

Somos todos humanos, afinal! Mesma espécie! Ou não somos?

Recebê-los, na medida em que cada nação pudesse absorver, não custaria tanto a ninguém, tampouco às nações de primeiro mundo.

“O que vocês fizeram com as criancinhas que eu lhes confiei”?

Seríamos capazes de olhar nos olhos Dele e dizer, “fechei-lhes as portas”.

Sequer as mandam voltar para casa, visto que não possuem mais casa.

Uma descarga elétrica é mais “limpa” para fazer o trabalho “sujo”.

A cerca já foi construída em seus corações faz tempo.

Alda M S Santos

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