CONFIE!
Confie em si mesmo
Confie no processo
Confie na Criação
Confie que para todo não
Há um sim à espera de solução
Confie na razão, confie na emoção
Confie que mesmo na contramão
Há sempre uma opção
Para seguir em frente
Diante do fluxo, do contrafluxo
Confie!
O senso moral que te rege, se bem calibrado
Não te deixará à deriva!
Alda M S Santos
(RETRO)VISÃO
Diante do vidro para-brisa se descortina o caminho
O olhar o tem à frente, independente se o vemos limpo ou embaçado
Claro, escuro, livre ou interrompido por desvios
Ele esta lá, quer pisemos fundo no acelerador da vida
Ou brequemos forte nos freios, desanimados
O olhar volta para o retrovisor, vê o caminho lá atrás
Ora bonito, florido, iluminado, feliz
Com abraços apertados e beijos doces
Ora escuro, empoeirado, esburacado, triste
Com dores, lágrimas, medos e decepções
Sentimos saudades, por vezes queremos voltar
Mesmo passado, nem sempre bom, ele carrega em si a prerrogativa de ser conhecido
Mas o caminho à frente se impõe no grande para-brisa, o novo
Desconhecido, apenas imaginado, gera insegurança e expectativas
E nesse vai e vem de olhares, a visão precisa se manter à frente
As dimensões desproporcionais entre retrovisor e para-brisa
Significam que é bom olhar para trás, vez ou outra
Trazer grudado no coração e na alma o que o passado agregou
O amor recebido ou perdido, os afetos doados, os aprendizados
Os buracos em que caiu ou que “jogou” alguém
As vidas que salvou, ou as que não conseguiu
Mas sabe que a vida segue é para frente…
Pisa mais calmamente no acelerador e segue
Todo cuidado é pouco,
Luz forte cega tanto quanto escuridão
Não quer deixar quem queira seguir junto sozinho no caminho
Não há pressa…
O presente acontece para quem não fica parado
E o futuro, se chegar, já será presente …
Alda M S Santos
DECANTAR PARA NÃO DESENCANTAR
Diante da turbidez de nossas águas
Das impurezas acumuladas em nosso dia a dia
Tudo misturado, leve e pesado, transparente e escuro
Coisas que atraímos, outras que são jogadas em nós
Ou resultado do viver intenso, de afluentes gerados
Tornando difícil o nadar, o navegar, o respirar, o viver
É preciso um processo de decantação
Antes que nos desencantemos desse nado
Depois de tanto agito, parar um pouco, acalmar nossas águas
Deixar que se separem os elementos incompatíveis
Usar a fé, a sabedoria, a alegria de viver como decantadores
Tudo ficará mais claro, bem separado
O essencial e importante do supérfluo e desnecessário
Aí poderemos retirar os “excessos”
E voltar a nadar livremente…
Alda M S Santos
VAI COM TUDO E EM TUDO, BRASIL!
Vai Brasil, faz essa nova geração se orgulhar de você!
Mostra sua garra além das chuteiras e gramados
Faça vibrar em nossos corações sua força de gigante
Deixe todos saberem que somos povo guerreiro e lutador
Que nossa força de nação vai além do futebol e do carnaval
Que sabe cuidar dos seus, sem precisar rebaixar ninguém
Mostre para seus velhos torcedores descrentes que eles não esperaram em vão
Mostre para seus atuais torcedores, receosos de aparecer, que você ainda está vivo
Mostre para sua nova geração de Helenas, Bias e Mateus
Que eles são nossa maior força e razão de lutar
Que eles são nossa esperança de um Brasil vencedor
Um Brasil que brilhará no céu de todos nós
Nesse e em todos os instantes…
Vai Brasil! Faça-nos entender que Brasil somos todos nós!
Vai Brasil! Vai com tudo e em tudo!
Seja vencedor de todos os gramados e tablados…
Alda M S Santos
TIME COMPLETO?
Prontos para entrar em campo
Os times seguem em frente, esperançosos ou nem tanto
Almejam a vitória, mas sabem que só um será campeão, só um levará a taça…
Desfalcados ou completos, nós também estamos nesse gramado chamado vida
Defesa vazada muitas vezes, deixando passar bem mais que uma bola
Ataque fraco nos impedindo de avançar rumo ao gol
Ou agressivo demais, acabando por conseguir faltas graves e expulsões
Meio campo sem boa visão do jogo todo, perdendo oportunidades
Treinador ignorado, ora por ser muito exigente, ora por não cobrar o bastante
Técnico inexperiente ou senhor de si, mas que não harmoniza as posições em campo
Goleiro que deixa passar bolas já conhecidas e nos colocando em apuros
E, mesmo que o time esteja totalmente em sintonia, tudo pode acontecer
No gramado ou na vida, incidentes são comuns, “zebras” acontecem
E, contundidos ou inteiros, precisamos seguir…
Mas todos podem sair vitoriosos
Independente do resultado final em campo
Vale o que cada um trouxe para si de valioso
O que deixou de aprendizado, a consciência de ter feito o melhor
A certeza de que nesse gramado chamado vida
O que realmente vale é participar ativamente do jogo
Deixando e levando boas lembranças, mesmo sem medalhas …
Bom jogo a todos nós!
Alda M S Santos
EM CONSTRUÇÃO
Não somos somente aquilo que nosso olhar transmite
O que há em nós reflete no outro, diferentemente em cada um
E retorna para nós para processamento
Posso ser vista melhor do que sou, dado o grau do amor de quem me vê
Ou posso ser vista menos do que sou, pela (in)capacidade do receptor de entendimento
Ambos ajudam em minha construção do eu
Instigam melhorias, ainda que pós erros e decepções
Somos uma massa sendo “sovada” todo o tempo
Ora homogênea, ora heterogênea
E essa massa cresce ou míngua a cada contribuição recebida
Pode adquirir sabor e beleza ou desandar, azedar
Dependendo do que o outro nos oferece
Alguns ingredientes são essenciais, outros dispensáveis
E há aqueles que, como a cereja do bolo, são puro encanto
Uma receita antiga, mas cheia de atualizações
Tornamo-nos pessoas dia a dia
Seres incompletos e insossos ao nascer
Vamos recebendo do meio os ingredientes necessários
Para a concretização desse plano de Deus em nós…
Alda M S Santos
MAL ACOSTUMADOS?
Um dia, aguando o jardim fui alertada a reduzir a irrigação
“Não pode molhar todos os dias, vão se acostumar e sentir falta depois…”
Quantas vezes usamos esse raciocínio para a vida?
O quanto de bom somos privados para não ficarmos mal acostumados?
Um alimento, um passeio, noites de sono, descanso
Companhias, risadas, carinho, amor…
Claro, toda mudança é sentida
Particularmente quando algo de bom é retirado
Cuidar para não criar dependência do que é impossível manter é sábio
Mas privar-se de algo prazeroso pra não sentir falta depois
Não me parece muito inteligente.
E as flores recebiam felizes a água que eu as oferecia diariamente,
Amanhã é outro dia. Incerto.
Se precisarem buscarão reservas no solo
Como nós buscamos reservas em nossa alma quando precisamos
Se ela estiver bem nutrida,
A vida segue florida…
Alda M S Santos
MEU SOL ME ABANDONOU
Meu Sol hoje não me acordou
Não me chamou carinhosamente para a vida
Não me mostrou a beleza que há lá fora
Não me garantiu que essa dor passará
Que essa parte do caminho é válida
Não admirou meu sorriso ou secou minhas lágrimas
Não me convidou a passear no jardim
Não sinto seu calor a me aquecer lentamente
Não vejo seus raios dourados
Não percebo sua energia brotando dentro de mim
E ainda ontem se punha tão lindo em meu horizonte
E irradiava de manhã num maravilhoso alvorecer interno
Não quero me levantar enquanto não senti-lo!
Quero o escuro debaixo de meus cobertores
A segurança de minha cama
O apoio de meus travesseiros
Se não vejo cores, não sinto o calor
Não percebo a beleza, fico aqui
Até que ele possa me acordar de novo todas as manhãs
Abrir as janelas de minha alma
Ou que consiga me mostrar
Que a nebulosidade e a chuva
E a vida em cinza
Também podem ser vida…
Alda M S Santos
SIM, NÃO, TALVEZ
O sim remete a alegria, estado de graça, felicidade extrema
Satisfação, prazer, gozo total.
O não quase sempre é tristeza, é dor aguda, é golpe certeiro,
Lágrimas, reclusão, introspecção
O talvez é expectativa, nem sim e nem não
Talvez é espera oscilante, vascilante
Vai do quase sim ao quase não
É uma quase alegria, uma quase tristeza
É indecisão, é dor crônica
Talvez é brincadeira de balanço,
Ora lá em cima, ora cá embaixo
E não são todos que apreciam a adrenalina dos balanços
As emoções antagônicas dos “talvez”
Preferem os pés no chão,
Sentados no banco da pracinha
Vivemos entre o sim, o não e o talvez
Podemos até abolir os “talvez”
Mas nunca seremos só sim
Nunca seremos só não
E transitar do sim para o não
Já dá o balanço doloroso ou prazeroso da vida…
Alda M S Santos
É PRECISO EMAGRE(SER)!
A toda e qualquer criatura, masculina ou feminina,
Se for perguntado sobre o próprio corpo,
Maioria estará insatisfeita e certamente dirá:
Gostaria de emagrecer uns quilos,
Perder a barriga, uns culotes, ganhar músculos!
Os motivos são sempre estéticos: cuidar da aparência.
Pouquíssimos estarão preocupados com a saúde,
Ao contrário, fazem até procedimentos que a colocam em risco.
Num mundo em que uma boa “estampa”, uma boa imagem valem quase tudo,
É até compreensível que todos queiram cuidar do físico.
Estar bem com o próprio corpo, cuidar da autoestima,
É um modo de nos conectar melhor com nosso interior.
É preciso emagrecer, sim, se for nossa vontade, retirar os excessos do corpo pode fazer bem!
Mas é fundamental emagre(ser), retirar os excessos que engordam a alma,
Que nos impedem de nos amar e amar os outros.
Essa “gordura” é a mais difícil de perder.
Alda M S Santos
CONSTRUINDO NOSSA PÁTRIA AMADA, BRASIL!
Brasil, pátria amada!
Dizem que para subir é preciso chegar ao fundo do poço
Que para arrumar a casa é necessário fazer muita bagunça primeiro
Pátria idolatrada, salve, salve!
Quando envergonhados perante as “visitas”
Possamos, diante de tanta sujeira,
Visualizarmos em cada entulho ou coisa podre que cai
Uma oportunidade de reconstrução.
“Brasil de um sonho intenso, um raio vívido”…
Que levantemos desse berço esplêndido
E que se erga a justiça!
Que a imagem de um cruzeiro
pacífico nos resplandeça!
Que esse povo belo, forte e que não foge a luta,
Possa verdadeiramente ter paz no futuro,
Ser filho de uma mãe gentil,
Visto que nada se pode fazer pela “glória” do passado!
Pátria amada, Brasil!!!
Alda M S Santos
DEGRAUS
Entre o que somos e o que queremos ser
Encontra-se a escada mais superestimada da vida.
Aquela que levaria à felicidade.
Enquanto nos esforçamos para transpor cada degrau
Muitas vezes construída por terceiros,
Perdemos momentos preciosos no patamar
Daquilo que somos e sempre seremos.
Alda M S Santos