AH, O TEMPO…
Dizem que cura tudo, torna curtido
Basta estar aberto, tempo curto ou comprido
Não sei disso não, penso que machuca
Se ficar remexendo muito, alma fica maluca
Querendo voltar lá atrás, momento bem vivido
Ou dar um salto para a frente, algo sonhado e querido
No espelho ele é meio cruel, atroz
Se observarmos bem pode ser até um algoz
É preciso ter com ele mais benevolência
As marcas no rosto têm histórias, completude ou carência
Mas são únicas, especiais, são estradas de vida
Grafadas ali em suave relevo a nossa lida
No olhar estão as maiores marcas do tempo
Se alguém souber observar com o coração
Tudo ali diz: valeu cada emoção
Tempo pode tirar o viço, a energia
Mas o desejo de ser e fazer feliz
Tempo só potencializa esse desejo, essa magia
Olhe o tempo através do espelho, do olhar
Lá terá paz, serenidade, em si mesmo um bom lugar …
Alda M S Santos
QUANTO TEMPO O TEMPO TEM?
Lembro de uma trova de quando era criança
Parecia tão confuso questionar o tempo, a esperança
O tempo perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem
Será onde estará a resposta que nos convém?
Percebo que a medida que o tempo tem
Varia de pessoa para pessoa, do alguém
Faz diferença de quando se questiona também
Se é na juventude ou maturidade que se faz bem
O tempo pode ser rígido, elástico ou flexível
Quase tudo dentro dele torna-se possível
A imaginação viaja para trás e para frente
Esticando aquilo que queremos que dure eternamente
Já sei qual a medida, qual a extensão do tempo
É do tamanho certinho do meu pensamento
Aquele determinado pelo meu real sentimento
É que dá a exata dimensão do (contra)tempo
Alda M S Santos
AH, O TEMPO…
Dizem que cura tudo, torna curtido
Basta estar aberto, tempo curto ou comprido
Não sei disso não, penso que machuca
Se ficar remexendo muito, alma fica maluca
Querendo voltar lá atrás, momento bem vivido
Ou dar um salto para a frente, algo sonhado e querido
No espelho ele é meio cruel, atroz
Se observarmos bem pode ser até um algoz
É preciso ter com ele mais benevolência
As marcas no rosto têm histórias, completude ou carência
Mas são únicas, especiais, são estradas de vida
Grafadas ali em suave relevo a nossa lida
No olhar estão as maiores marcas do tempo
Se alguém souber observar com o coração
Tudo ali diz: valeu cada emoção
Tempo pode tirar o viço, a energia
Mas o desejo de ser e fazer feliz
Tempo só potencializa esse desejo, essa magia
Olhe o tempo através do espelho, do olhar
Lá terá paz, serenidade, em si mesmo um bom lugar …
Alda M S Santos
AMPULHETA
Viemos de fábrica com uma ampulheta invisível
Cada qual com uma diferente
Com um tempo já contado
Mas vale o mesmo para todos
Se fixarmos nela nossas vistas, nossas energias, nossas preocupações
No tempo que ainda nos resta
Não conseguiremos segurá-lo ou fazer com que passe mais devagar, ou mais depressa
Apenas o tempo não terá qualidade, não será devidamente aproveitado.
Certo é que ele passa, a vida passa
Quem fica parado ou muito preocupado está tentando segurar a ampulheta.
E perdendo um tempo valioso de amor e alegrias!
Alda M S Santos
Imagem google
PASSAGEM COMPRADA
Viemos para esse mundo com a passagem de volta comprada.
Falta apenas o carimbo com a data de retorno.
E quando acontecerá nós não sabemos.
Podemos fazer inúmeras viagens por aqui antes dela,
E acompanhados!
Muitas são as possibilidades!
Concentrar-nos na derradeira viagem impede que aproveitemos o passeio.
Ela chegará, quer a gente queira, quer não.
E nela iremos sozinhos!
Podemos escolher aproveitar bem todas elas.
Alguma delas pode ser nosso retorno, de avião, de trem, a pé…
E iremos felizes de volta para casa!
Alda M S Santos
SABER ENVELHECER
É preciso saber envelhecer…
Como também é preciso saber “infanciecer”,
Adolescer, “adultecer”,
Falar, andar, crescer,
Amar, sofrer, conviver…
Não há receitas, teorias ou tutoriais perfeitos.
Aprende-se a envelhecer, envelhecendo,
A viver, vivendo…
Alda M S Santos.
TARDE DEMAIS?
Cedo ou tarde,
Quem pode determinar
Além da vontade e da fé
De tudo realizar?
Cedo ou tarde,
Quem pode determinar
Além de uma alma lutadora
Que enxerga o amor em tudo?
Cedo ou tarde,
Quem pode determinar
Além do próprio desejo
De fazer acontecer?
Tarde demais?
Quem pode dizer além de você?
Alda M S Santos
RELÓGIO PARA QUÊ?
Não há relógios, nem marcadores oficiais de tempo
Aqui, ele passa tranquilamente, sem pressa, sem cobranças
O sol se põe devagarzinho
Sabendo que oferece um espetáculo a todos, sem distinção
Não há necessidade de relógios, a escuridão cairá morosa, mas total
Os pássaros cantam chamando os filhotes “para dentro”, hora de dormir…
Bichinhos noturnos espreguiçam para começar a vigília
O cheiro do ar muda
A brisa é diferente…
Vênus de um lado, a Lua do outro
Daqui a pouco, o céu salpicará de estrelas na imensa escuridão.
Perco-me maravilhada em tão esplêndida simplicidade e beleza.
Relógio para quê?
Alda M S Santos
SER MADUROS
A contagem do tempo é uma só, mas ele não se passa da mesma forma para todos. Há pessoas que se detêm nos pequenos prazeres, as que correm atrás de grandes gozos, e ainda aquelas que ficam atoladas na lama dos problemas e momentos difíceis.
Todos temos os três: pequenos e grandes prazeres e atribulações. O que nos difere, nos faz crescer, amadurecer e aparentar que carregamos uma carga mais leve é o tempo que dedicamos a cada um deles.
Maturidade não é idade cronológica, mas quase sempre coincide com ela. O tempo, cedo ou tarde, nos mostra que sempre saímos de uma situação, boa ou ruim. Se está bom, mergulhemos de cabeça, se está ruim, vamos prender a respiração e aguardar a onda passar. Se apertar, basta acessar nosso estoque de emoções que veremos por quantas já passamos.
Quando tudo parecer difícil cercar-nos de pessoas “luz”, crianças, natureza, bichos, esses seres sinceros, quase sempre traz paz. Outros preferem músicas, livros, filmes, jogos ou recolhimento.
Além do mais, nossa habilidade de escolher caminhos menos atribulados também se aprimora. Ser “verde” é bom, mas ser maduro pode ser excelente se soubermos extrair da maturidade o que ela, quase sempre, traz de melhor: a sabedoria.
Vamos lá?
Alda M S Santos