DE POUQUINHO EM POUQUINHO

Um passo de cada vez, sem atropelar
Dá para ir longe nessa viagem, nesse lugar
Fora ou dentro de órbita, só ou acompanhado
A vida gira, segue, sabe o que deixar de lado

O sorriso pode se esconder, o olhar ficar apagado
Mas de pouquinho em pouquinho dá para esquecer
O que deixa o coração triste e amargurado
E buscar nas reservas internas uma razão de ser

Bem devagarinho dá para ir cicatrizando
Com carinho e atenção, a alma vai acalmando
Não desistir de seguir, tampouco ficar chorando
Até a ferida ficar curada, não dá para ficar cutucando

De gota em gota dá para cuidar do broto
Hidratar, reanimar, cozer o que estiver roto
Quero mesmo é apagar o que está dolorido
E pintar sempre nessa tela um novo colorido

Alda M S Santos