VESTIDA DE MULHER
As infinitas possibilidades de vestimentas
Cores, flores, estampas, laços,
Zíperes, botões, elásticos, babados,
Brilhos, modelos, detalhes, recortes,
De campo, de praia, de trabalho, de festa
Peças íntimas, de dormir…
Acessórios de todo tipo para cabelos,
Braços, mãos, pernas, pés, colo,
Maquiagens, perfumes…
Tudo isso me fascina!
Mas nada como a possibilidade de ser
Quem realmente se é com mais naturalidade!
Poder ser sorrisos, abraços, carinho,
Ser companhia, ser portadora de doces palavras,
Para crianças, jovens, adultos ou idosos,
Homens ou mulheres, nas devidas proporções,
Sem ser mal interpretada ou acusada de assédios.
Liberdade de ser emotiva, até mesmo chorona,
Sem ser taxada de fraca ou “mulherzinha”,
E, se for, tudo fica bem assim mesmo…
E, apesar de tudo isso, ser delicada e simples como uma flor
Forte e bela como uma rocha,
Que recebe água, sol, ventos e tempestades,
Todo tipo de intempéries,
Molda-se a eles e não deixa de ser rocha, de ser flor!
Amo me vestir de mulher!
Alda M S Santos
HOJE, NÃO!
Quando abro meu guarda-roupas todas as manhãs, escolho o que usar:
Um vestido estampado, uma sandália confortável, roupas íntimas, maquiagem, perfumes, cabelos esvoaçantes, acessórios diversos…
Outras vezes, posso escolher cores mais escuras, sem acessórios, rosto lavado, cabelos presos…
Tudo vai depender do meu estado de espírito.
Posso, simplesmente, olhar para aquele vestido alegre e dizer: hoje, não!
Quisera fazer isso também com os sentimentos!
Abrir a porta de minhas emoções todas as manhãs e dizer:
Fiquem aí fechadas nesse porta-sentimentos: tristeza, melancolia, saudade, sensualidade, raiva, frustração.
Hoje, não!
E abrir a caixinha da alegria, solidariedade, compreensão, paciência, amor.
Podem chegar!
Todos eles fazem parte de nós. Estão guardados lá dentro. Não temos como excluí-los, mandá-los embora.
Alguns saem sem autorização e tentam confundir tudo. Não respeitam sua vez.
Como não são muito obedientes, o jeito é aprendermos, do modo que conseguirmos, a lidar com eles.
A experiência é nossa aliada nesse processo.
Muitas vezes os sentimentos que não queremos ficarão apenas nos tangenciando, sem grandes interferências.
E os que mais usarmos se tornarão quase que nosso uniforme emocional!
Assim como não saímos de casa nus, também não ficamos nus emocionalmente.
Certo é que sempre estaremos carregados deles, e são eles que passaremos para os outros, querendo ou não.
Hoje, sim! Hoje, não! Nós fazemos a opção.
Alda M S Santos