PONTES
Há pontes que nos levam
Outras nos trazem de volta
Tão bom ir, desbravar
Conhecer, buscar, se inteirar
Descobrir mundos e pessoas
Amar, aprender, ensinar, saberes trocar
Mesmo que nos causem medo transitar
Mas bom mesmo é aquela ponte
Que pegamos para voltar
E é só nossa essa travessia
Esse delicioso, por vezes, doloroso caminhar
Quase sempre cansativo retornar
Pontes que nós mesmos (des)construímos
Não ficam prontas a nos esperar
Mas que são erguidas com maestria
Quando impera o desejo de regressar
E descobrir, finalmente, que ali é nosso lugar…
Alda M S Santos
PONTES
Pontes são convites, são chamados
Elos a permitir a ida de um lugar a um ainda não-lugar
Aquele que vemos apenas pelas frestas das persianas de nossa mente
Apresentar o desconhecido ao conhecido
Possibilitar o novo, encorajar
Passarelas ou pinguelas, as físicas ou as mentais
Assustadoras para muitos, paralisantes
Fundamentais para tantos…
Necessárias onde há falhas no caminho, obstáculos, interrupções
Rios, mares, montanhas, abismos
Aqueles da natureza ou dentro da gente
Não vale é ficar parado onde já esgotou possibilidades
Ou no meio da ponte a impedir o caminho dos outros
Ou ainda esperando até as forças faltarem para a travessia
Encontrar pessoas ponte, pessoas pinguela
A nos dar as mãos, acalmar nossos medos
Encorajar cada passo na pinguela
“Em frente, não olhe para baixo”
“Um passo de cada vez, tá quase lá, estou aqui”
São ouro num mundo tão cheio de muros…
Alda M S Santos
TRAVESSIA
A ponte está aí, convidativa
A gente olha, fica tentado
Rústica, bela, longa, atrativa
Mas tenta enxergar do outro lado
A ponte a nós se apresenta
E se não pudermos pegar o caminho de volta?
Aqui, mesmo confuso, já é conhecido
Será que pode haver uma reviravolta?
Que haverá do outro lado
Dor, luta, sofrimento, morte, partida
Apenas uma continuidade disso tudo aqui
Ou haverá mais união, amor, compaixão, vida
Preocupações, tentações, medos e vontades, sedução
Sentimentos que lutam dentro da gente
Enquanto isso, sequer percebemos ou notamos
Que isso tudo é simbolismo, somos a ponte, a evolução…
Essa travessia não é escolha
Nós a fazemos sem perceber
Ela acontece à nossa revelia
Quando vamos ver, já acabou o viver…
Alda M S Santos
PONTES
Há pontes que nos levam
Outras nos trazem de volta
Tão bom ir, desbravar
Conhecer, buscar, se inteirar
Descobrir mundos e pessoas
Amar, aprender, ensinar, saberes trocar
Mesmo que nos causem medo de transitar
Mas bom mesmo é aquela ponte
Que pegamos para voltar
E é só nossa essa travessia
Esse delicioso, por vezes, doloroso caminhar
Quase sempre cansativo retornar
Pontes que nós mesmos (des)construímos
Não ficam prontas a nos esperar
Mas que são erguidas com maestria
Quando impera o desejo de regressar
E descobrir, finalmente, que ali é nosso lugar…
Alda M S Santos