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Tinha tanto medo…

TINHA TANTO MEDO…

Tinha tanto medo de ficar perdida que já não mais saía
Tinha tanto medo de não ser feliz que já não sorria
Tinha tanto medo da prisão que já não tinha liberdade
Tinha tanto medo da tempestade que já não curtia o Sol
Tinha tanto medo da escuridão que perdia sua própria luz
Tinha tanto medo de envelhecer que não aproveitava o amanhecer
Tinha tanto medo de ser enganada que não arriscava nada
Tinha tanto medo de ser dependente que vivia doente
Tinha tanto medo da solidão que aceitava qualquer situação  
Tinha tanto medo de tudo um dia esquecer
Que a vida se tornava um eterno reviver
Tinha tanto medo de tudo, de morrer que nada mais fazia que sobreviver

Alda M S Santos

Tenho medo…

TENHO MEDO…

Esse mundo anda tão estranho, tão assustador
Muito humano sendo usurpador
De direitos, de vontades, espalhando dor
Tenho medo de tanta gente do mal, sem pudor

A noção do certo e do errado está distorcida
Só se vê uma longa e desfreada corrida
Para ver quem ao outro se impõe
E seu modo de ser e viver se sobrepõe

Relações de mentira, muita insanidade
Ameaças, medos, sobra maldade
Aprisionamento, exclusão, falta autenticidade

A vida pede sabedoria, pede verdade
A Deus clamamos por bênçãos e bondade
Que possamos crescer em paz e liberdade

Alda M S Santos

Maior que o medo…

MAIOR QUE O MEDO…

Maior que o medo de tropeçar, de cair
É o desejo de trilhar, de seguir
Descobrir novas companhias, novos caminhos
Se temos a nós mesmos não estamos sozinhos

Maior que o medo de sofrer uma decepção
É o desejo de atender o que pede o coração
Quando o peito aperta e pede por uma solução
É hora de agir, de voar para dentro de si, ser emoção

Maior que o medo de naufragar nesse oceano
É saber que tempestade tem todo o tempo, não me engano
Os ventos em alto mar podem ser bom sinal
Que pode haver nova rota pós vendaval

Maior que o medo de vir a sofrer
É não aproveitar por aqui esse viver
Essa viagem tem data de chegar e partir
Mas tem plano de voo, bom mesmo é nos divertir

Alda M S Santos

Tenho medo…

TENHO MEDO…

Esse mundo anda tão estranho, tão assustador
Muito humano sendo usurpador
De direitos, de vontades, espalhando dor
Tenho medo de tanta gente do mal, sem pudor

A noção do certo e do errado está distorcida
Só se vê uma longa e desfreada corrida
Para ver quem ao outro se impõe
E seu modo de ser e viver se sobrepõe

Relações de mentira, muita insanidade
Ameaças, medos, sobra maldade
Aprisionamento, exclusão, falta autenticidade

A vida pede sabedoria, pede verdade
A Deus clamamos por bênçãos e bondade
Que possamos crescer em paz e liberdade

Alda M S Santos

Uma nova chance

UMA NOVA CHANCE

Ela ouvia a música no carro. Era noite, vidros semi abertos.

Cantarolava a canção pensando no mundo de coisas a fazer.

Dia seguinte seria o Dia das Mães, almoço, família…

Celular no colo para acionar GPS se precisasse. Ela se perdia facilmente.

O dia tinha sido puxado com a visita ao asilo. O porta-malas estava lotado de roupas para doação.

À noite tudo ficava mais confuso, lugares desconhecidos. Pegou umas fichas para o encontro de jovens na casa de um casal e já retornava para casa, queria descansar.

Descendo a rua o celular escorregou e caiu no chão do carro. Abaixou-se para pegar, reduziu a marcha e quando levantou já tinha uma arma apontada para a sua cabeça.

Foi tudo muito rápido, ele já entrou empurrando-a para o outro banco.

Ela tremia e chorava, enquanto ele gritava para ela calar a boca. Olhos vermelhos, moletom enorme, capuz. Era jovem e muito magro!

Ela implorou para ser deixada para trás. Que poderia levar tudo, mas que a deixasse.

“Cala a boca, cala a boca, cala a boca”- ele gritava enquanto passava as mãos na cabeça soltando o volante e segurando desajeitadamente a arma.

Com um medo enorme e com muita pena dele ela disse:

“Amanhã é Dia das Mães, sou mãe, tenho filhos, tenho mãe, por favor me deixe aqui”.

“Cala a boca, cala a boca”- drogado, ele gritava!

“Por favor, tenho dois filhos, você tem mãe”?

Nessa hora ela sentiu a arma batendo com muita força em sua fronte. Não viu mais nada!

Voltou a si sem saber onde estava ou quanto tempo tinha passado. A cabeça latejava…

Tentou se levantar, tudo escuro, bateu a cabeça, as pernas não conseguiam se esticar. O cheiro de amaciante e uma luzinha por uma pequena fresta fizeram-na perceber que estava trancada no porta-malas.

Claustrofobia e medo tomaram conta dela. Onde estava?

Carros ao longe, cachorros latiam. Estava num lugar deserto.

Esperou um pouco e teve medo de que tocassem fogo no carro. Tinha acontecido isso muito por ali!

Começou a forçar a tranca batendo forte os pés. Chutava o canto dos faróis e gritava por socorro!

“Por favor, alguém me ajude, fui sequestrada, socorro”- gritava e chorava e chutava o carro fazendo muito barulho.

“Quem está aí?- ouviu uma voz lá de fora .

“Fui assaltada, estou trancada no porta-malas, por favor me tira daqui!”

E ela chorava mais ainda, de medo, frustração, dor, agonia…

Mas quando ouviu vozes perto do carro, alguém acionando a polícia, e a porta do carro se abrindo para ela sair por dentro, entre tantos sentimentos prevaleceu o da alegria.

Estava a salvo, ele a tinha deixado sobreviver por algum motivo.

Estava a muitos quilômetros de casa.

As lágrimas rolavam insistentes, mas só pensava na alegria de estar viva para o Dia das Mães.

Uma oração silenciosa: “Obrigada, Senhor”!

Alda M S Santos

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