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É preciso viver!

É PRECISO VIVER!

Construir um caminho
E não seguir sozinho
Ainda que sair do ninho
Não seja tão bom, passarinho

É preciso viver!

Não dá pra ser o próprio algoz
Nesse viver, às vezes, atroz
É como ser rio sem foz
Um desejo calado, um amor sem voz

É preciso viver!

Afrouxar os muitos nós
Fazer amor, apertar os abraços
Transformar “eu” em “nós”
Derreter nos amassos, criar eternos laços

É preciso viver!

Alda M S Santos

As surpresas da vida

AS SURPRESAS DA VIDA
A vida todo o tempo a gente surpreende
Nem sempre como gostariamos, positivamente
Tantas vezes entristece, enraivece, esmorece
Crescemos quando aprendemos, dia a dia,
A aceitar e lidar corajosamente
Com os revezes e ventos contrários que ela nos traz
E até a sorrir e brincar na adversidade
Dançando na chuva, brincando nas poças d’água
Quando o sol se esconde, não aparece
Buscando uma sombra quando ele chega com total furor
E nos amolece de tanto calor
De nada adiantam a fúria, a amargura
Com o tempo aprendemos a colher frutos até nas desventuras
Sabedores que na circularidade do existir
Ora estamos em cima, ora embaixo
E dá para nos divertir aqui ou ali
Até chegar a hora de partir
Isso se chama maturidade
E não depende tanto da idade
Mas da sabedoria que cultivamos em qualquer realidade

Alda M S Santos

Fazendo as pazes

FAZENDO AS PAZES

Somos a soma de tudo aquilo que vivemos
Das memórias que, querendo ou não,  cultivamos em nós
Mesmo aquelas que não gostamos de lembrar
Que gostaríamos de esquecer ou apagar
Que machucam, ferem, envergonham, são traumas
Tudo, tudo faz parte do que em nós há
Fazer as pazes com nossas memórias, com nosso jeito de ser
Viver feliz com as lembranças boas é importante
Mas estar em paz com nossos erros é fundamental
Um mergulho em nossas vivências nos faz nos reencontrar
Para podermos  a vida seguir e  melhor caminhar
Cada erro, cada acerto forma a liga de toda nossa estrutura
Eles precisam estar ali para nos manter de pé
Mas não precisam pesar ou doer, é preciso entender
São ressignificados em nós, mas não mais propulsores do viver
Mergulhar fundo,  buscar- nos sempre,  encontrar-nos, reconhecer-nos
Perdoar-nos, se preciso for, e seguir…

Alda M S Santos

Caí no poço

CAÍ NO POÇO

Paira uma certa angústia, ansiedade
Não se sabe bem de que, qual vontade
Apenas que é preciso seguir, ser liberdade
Ainda que de pensamentos e sonhos
Por um mundo mais justo, mais amoroso
Sem tanta injustiça ou desigualdade
Vontade de sentar num tronco de árvore
Conversar com fadas, duendes, anjos, borboletas
Ouvir o que tem a dizer a natureza
Banhar num riacho, na cachoeira
Captar um pouco dessa força e beleza
Sabedora de que ali irá encontrar
Como que por magia ou encanto
A fonte de luz e energia que afasta o pranto
Que abastece a alma de fé e esperança
E faz da vida uma paisagem de pureza
Acolhedora de todo aquele que em suas andanças
Busca um pouco de refrigério e descanso
Natureza é poço cheio de pura magia
Satisfaz toda e qualquer fantasia
Eu quero cair nesse poço!

Alda M S Santos

Não preciso de muito

NÃO PRECISO DE MUITO

Não preciso de muito
Basta um cantinho qualquer
Para me aboletar, aconchegar
Minha alma incansável de mulher

Não preciso de muito
Somente um espaço no seu coração
Para que eu possa assim crescer
Nessa troca de carinho e emoção

Não preciso de muito
Mas o que vier, que seja verdadeiro
Somos espetáculo, sem picadeiro

Não preciso de muito
Só preciso não me perder de mim
Nesse eterno encontro comigo, enfim

Alda M S Santos

Um lugar

UM LUGAR

Acordei aqui meio sem lugar
Sensação estranha, de agonia
Senti que precisava muito conversar
Na natureza encontraria a magia

Ali fiquei, sentei, tudo em volta observei
Tão rica e preciosa é a criação
Somos parte dela, isso eu sinto, eu sei
Fomos criados pelo Amor, fiquei em adoração

Sou apenas uma pequena e frágil luzinha
Que por aqui luta, segue, sempre caminha
Tentando iluminar, não estar sozinha

Pouco a pouco respostas vou encontrando
Olho para o alto, me entrego, fundo inspirando
Grata, sinto meu lugar, a boa energia voltando

Alda M S Santosu

No limite

NO LIMITE
A vida no limite é intensa
Por vezes animadora, noutras cansativa
Será que vai sendo gasta, se esvaindo
Ou sendo reenergizada, reabastecida?
Se ela se esvai, se desgasta
Gostaria de não viver tanto no limite
Ter mais espaço, mais folga, mais liberdade de movimento
Dentro do meu “pequeno” interior
Não estar tão próxima da linha tênue
Que separa o bem do mal estar
Os sonhos doces dos pesadelos amargos
A realidade fria do calor do realmente desejado
Que separa a alegria da tristeza
Os medos da coragem, a confiança da desconfiança
O sorriso das lágrimas, a fé da descrença
Que separa a sanidade da loucura
O amor do desamor, a vida da morte!
Mas se a intensidade reenergiza, autoabastece
Que eu aprenda a andar na corda bamba
A me divertir nos altos e baixos, a dançar nos desequilíbrios
Ou que eu encontre mais espaços dentro de mim
Ou os ocupe de modo mais organizado
Sempre com mais e mais equilíbrio, alegria e fé
E que consiga carregar comigo quem quiser ou merecer…
Alda M S Santos
Ilha Grande- Angra dos Reis

O que me move?

O QUE ME MOVE?

O que me move, que não me deixa estacionar
Que me leva para outros lugares, me faz caminhar
O que me move, me faz estrelas alcançar
E num céu de anil poder voar?

O que me move, me embaralha a visão
Que faz bater mais forte o coração
O que me move, me acorda nos sonhos
Em busca de sua realização?

O que me move em direção ao infinito
Que me faz crer num mundo mais bonito
O que me move me instiga a crescer
Enfrentando a dor e o padecer?

O que me move é aquilo que me dá prazer
Que me faz ser mais gente
Gente que gosta de gente
Que quer ser feliz, fazendo mais gente contente

Alda M S Santos

Inocência, ingenuidade

INOCÊNCIA, INGENUIDADE

Inocência, ingenuidade
Credulidade, confiança
Quando se perde na vida
Tão bonita cumplicidade?

Inocência, ingenuidade
Pureza, sorriso solto, iluminado
Quando se perde na vida
Tão agradável docilidade?

Inocência, ingenuidade
Transparência, curiosidade
Quando se torna ambiguidade
O olhar que era pura afinidade?

Inocência, ingenuidade
Sinceridade, esperança
Quando se perde na vida
Tão humana liberdade?

Inocência, ingenuidade
Carinho, naturalidade
Quando isso se transforma em
Tão adorável sensualidade?

Inocência, ingenuidade
Paz, gratuita amorosidade
Quando se perde na vida
Tão almejada felicidade?

Certamente, digo,
Quando se perde a simplicidade
Tudo isso fica na saudade…

Alda M S Santos

Um tudo,um nada

UM TUDO, UM NADA

Somos um nada quando a alegria foge da gente
E percebemos que somos derrubados por pouco
Quando entramos em linha descendente
Tudo parece ruir, mesmo o que parecia crescente

Somos um nada quando não vemos saída
A desesperança e medo nos consomem
Coração aperta, alma fica dolorida
Tudo parece uma triste despedida

Somos um tudo quando nos alimentamos de amor
Em cada perda conseguimos manter a fé
Sabedores que logo tudo estará de pé

Somos um tudo quando em nossa insignificância
Conseguimos aprender o que tem importância
Fazendo parte do que virá em abundância

Alda M S Santos

Ela incomoda?

ELA INCOMODA?
Por que a solidão incomoda?
Por que é ela a que mais dói no recolhimento imposto?
Além das preocupações com a saúde em risco
Com o trabalho lá fora que não está sendo feito
Com o futuro que parece cada dia mais incerto
Com a economia que poderá trazer novos problemas
Aumentando as desigualdades sociais
Com pessoas amadas em risco constante…
Mas por que a solidão, o isolamento incomodam?
Não estamos acostumados à reflexão, à introspecção
Parece que o barulho lá de fora nos “salva” de nós
Da reunião que devemos ter conosco mesmos
A confusão do dia a dia nos impede de acessar nosso interior
Estar em casa, estar em nós mesmos acaba constrangendo
Lidar com nossa mais (im)pura natureza assusta
E é o que a humanidade mais precisa
Acessar o que há de mais humano em si mesma
Para talvez conseguir consertar esse mundo
E foi preciso um vírus para fazer isso…
Alda M S Santos

ESBOÇOS

ESBOÇOS
A vida pode ser cor, brilho,
Traços definidos, clareza de informações
Outras vezes, há apenas um esboço
Traços leves e indefinidos
Apenas um borrão
Cabe a nós interpretar e a ela  dar a cor
Chegar devagarinho, despertar um sorriso
Acolher, abraçar,  brincar
Instigar um pouco, fazer amor
Temos o papel, a tinta e os pincéis
Podemos pintar, captar a  poesia
Vivendo uma bela história, pura fantasia
Vale o esforço!
Alda M S Santos

Um teatro


UM TEATRO

A vida é muitas vezes um grande teatro
Ora estamos no iluminado palco atuando
Fazendo nosso papel, representando
Ora estamos na plateia aplaudindo, ou vaiando

Importante lembrar que essa peça está valendo
O tempo está passando, as cenas acontecendo
Drama, comédia, suspense, romance, não importa
Vale mesmo é como agimos, o que dela estamos fazendo

No palco ou na plateia, fazemos parte
Essa é nossa história, nossa obra de arte
Precisamos nos unir, não fazer apartes

O espetáculo só termina quando as cortinas se fecham
E cada um retorna para o camarim, dentro de si
E é aí que os aplausos mais interessam

Alda M S Santos

Quantos degraus?

QUANTOS DEGRAUS?
Quantos degraus até o céu?
A escada é sinuosa, rolante, escorregadia, antiderrapante?
Quem pode subir, há restrições, limites de entrada?
Podemos levar alguém, sermos levados por alguém?
E se nos cansarmos no caminho, tropeçarmos, cairmos?
Podemos voltar a subir ou perdemos a vez?
Os últimos serão os primeiros?
Quantos degraus até o céu?
A entrada é franca? Paga-se com quê?
Qual a “moeda” de troca?
Muitas perguntas… Sei lá!
Enquanto isso vou fazendo do agora o meu céu
Tal qual crianças a brincar, a pular amarelinha
Continuo subindo até o céu…
Alda M S Santos

(DES)ENCANTOS

(DES)ENCANTOS
A vida se faz de muitos encantos
Estimulantes, inspiradores, enaltecedores 
Trazem sorrisos, prazeres
Quase não há dissabores
Mas quando o encanto passa
E o desencanto toma conta
Só queremos ficar num canto
Quietos, acabrunhados, entristecidos
Tentando afastar o pranto
Questionando a vida,  a razão
De tantos encantos e desencantos
Chegarem para maltratar o coração
Porém, estar encantado é estar como enfeitiçado
Estado que não corresponde à realidade
O desencanto vem como a  cura
De um mal, de uma amargura
É alívio,  é liberdade,  é de novo a realidade
É extrair da vida a doçura
Encantos ou desencantos?
Tudo irá depender daquilo que te faz sofrer
Ou do que vem como bênção, como prazer…
Encanto ou desencanto?
Passar o encanto pode ser libertador
Acaba a dependência.
Passar o desencanto ccertamente é cura
Alda M S Santos

Sem borracha

SEM BORRACHA

Viver é escrever à caneta, desenhar sem borracha
É precisar aproveitar cada linha escrita, cada traço feito
E nessa louca procura, em que o que se quer nem sempre se acha
Precisamos transformar dor em versos, disfarçar o que é tido como defeito

Para cada flor desenha-se um beija-flor
Para cada lágrima que cai uma rosa a sugar e reaproveitar sua dor
Para cada risco incerto desse desenho, às vezes sem cor
Tentamos fazer um grande e colorido mosaico furta-cor

Viver é pintar com verde-mata, vermelho-sangue ou branco- neve
Mas não dispensar o preto retinto ou o amarelo-girassol
É entender que nessa mistura é que se faz o que é eterno ou o que é breve
É saber dia ou noite, ser lua, céu, mar, estrela ou sol

Viver é desenhar sem borracha, é não descartar o borrão
É fazer uma obra-prima digna do Mestre, original
Ter sempre o olhar do artista, valorizar toda a emoção
É acreditar que a arte da vida sempre tem um tom divinal…

Alda M S Santos

Ser coração

SER CORAÇÃO

Ser colo, acolhimento, empatia, sentimento
Exige uma alma sensível, receptiva
Domínio da própria emoção, com respeito
Que saiba ser amiga, compreensiva

Esse mundo onde tem imperado a dor, a solidão
Pessoas sentindo descaso e abandono
Rodeadas de gente, não há compreensão
Terreno fértil para aparecimento da depressão

Urge ser alguém que ouve e acolhe nesse mundão
Que estende a mão, sabe ser coração
Para aquele que se sente sem chão

O tempo corre , voa, não perdoa
Mas dá para ser ainda aquela alma boa
Que não quer passar por essa vida a toa

Alda M S Santos

Mundo difícil

MUNDO DIFÍCIL

Há por aqui gente de todo tipo
Em diferentes fases de evolução e aprendizado
Há quem se doe, seja crédulo, ajude
E há quem não saiba sequer ser amado

Há quem veja sempre o lado bom das pessoas,
Sabe ser carinho, acolhimento e respeito
Mas há quem não entenda esses sentimentos
E queira sempre tirar proveito

E a balança está sempre a oscilar
Crédulos, descrentes e aproveitadores
Em quantos ainda podemos confiar?

Inspirar esperança,, não deixar de acreditar
Pois quando se perder a fé na humanidade
É jogar a toalha antes da luta terminar

Alda M S Santos

Quero ir longe

QUERO IR LONGE

Quer seja sobre duas ou quadro rodas
Sobre as águas, hélices ou turbinas
Ou nas asas da imaginação
O que eu quero é ir longe, bem longe
Fugir do que me causa mal
Afastar-me de todo vendaval
Ser menina- mulher a brincar em seu jardim
Colher frutos em seu quintal
Quero ir bem longe
Apagar toda mágoa e decepção
Esquecer um pouco qualquer razão
Que insiste em machucar, apertar
Ferir e sangrar o coração
Quero ir longe buscar o tesouro do arco-íris
A fada que mora na mata, cuida da cachoeira
A sereia que vive no mar, aparece na areia
Quero ir longe, bem longe
Até saber que ali é meu lugar
Quem sabe para sempre ficar…

Alda M S Santos

Errante

ERRANTE
Já sofri, já chorei, quis fugir, desaparecer
Já fui forte, frágil, ponte, muro, travessia
Já fui luz e sombra, frio e calor
Já fui arredia, também colo acolhedor
Já me doei, ja recebi, fui roubada
Andei meio perdida, desamparada
Amei e fui amada
Já fui arco-íris, céu azul, dia cinzento
Já fui falta e complemento
Já fui raiva, decepção, saudade e solidão
Fui também coragem, destruição, reconstrução
Não digo que nunca mais vá errar
Ou que não vá pela contramão
Sei apenas que a cada queda, um machucado
A cada levantar, mais vida, mais aprendizado
Sou apenas um ser errante, falho, aprendiz
Que procura por aqui ser e fazer feliz…
Alda M S Santos

Quero um tempo

QUERO UM TEMPO

Hoje não dá pra brincar
Peito apertado, coração angustiado
Medos, dores, inseguranças e incertezas
Quero um tempo …

Hoje não dá pra sonhar
Mente confusa, corpo cansado
Vontade de ir para um canto, chorar
Parar, voltar, redirecionar, que fazer?
Quero um tempo…

Hoje não dá para sorrir, avançar
Preciso de um tempo com o Criador
Como um técnico com seu time de jogadores
Ouvir orientações, puxões de orelha, dicas
Erros, acertos, um estímulo, um crédito, esperança

Talvez até ir pro banco, dar um tempo…

Hoje não dá! Quero um tempo!
Preciso… para seguir sem desfalecer
Para talvez mais tarde vencer…

Alda M S Santos

O que cabe

O QUE CABE

O que cabe dentro de um viver
Das horas, dos dias, dos anos
Que intensifica e potencializa o tempo
Seja a vida curta ou comprida

O que cabe dentro de um viver
Aquilo que faz rir ou chorar, faz doer
Que dá prazer, causa medo, até mesmo um adoecer?

O que cabe dentro de um viver
Dentro de um corpo, uma mente, um coração
Mesmo que não se saiba o que é certo ou não
Usando os erros para evolução?

O que cabe dentro de um viver
Que fortalece num perigo, traz um amigo
Que afasta o mal, desvia dos tubarões
E faz seguir confiante em suas emoções?

O que cabe dentro de um viver
O que equilibra essa balança
Entre tanto ir e vir nessa roda viva, que cansa
Entre os giros e rodopios nessa dança
Em busca de amor, de confiança?

O que cabe no viver? E em você?

Alda M S Santos

Sempre presente

SEMPRE PRESENTE

Um largo sorriso, um abraço, um beijo
Uma foto que eterniza o desejo
De que tudo seja belo e infinito
Enquanto verdadeiro for, amor prevejo

A vida surpreende, assusta, magoa
Nem sempre tão bela, atraiçoa
Mas quem traz levezas na alma
Ainda que doa, que sofra, não perde a calma

Independente do que chegar, se apresentar
Um coração bom há de ficar, não abandona
A emoção que se fez presente, foi sempre sua dona

Tudo que a vida vier a nos oferecer
Um espírito em evolução segue, sabe de antemão
Nada que nos acontecer é sem razão, terá seu galardão

Alda M S Santos

Saber viver

SABER VIVER

Entre altos e baixos, subidas e descidas

Vai e vem, a gente vai levando a vida

Sabedores que há aprendizado lá ou cá

Que é possível cair, levantar, se refazer

E novamente voltar a viver…

Fácil não é!

Dores e lágrimas tentarão nos fazer perecer

Sorrisos, paixões e amores nos farão (de)crescer

É preciso saber viver, diz a canção

Mas não há manuais, aprende-se a voar, voando

A viver e amar, vivendo e amando..

O segredo do bem-viver é simples na teoria

Curtir bastante o que cada parte dela nos oferecer

Ignorar o que machuca ou faz sofrer

Procurando manter o amor, a alegria

Fazendo da teoria a prática no dia a dia…

Que seja assim!

Alda M S Santos

Moradas

MORADAS
Posso querer viajar o mundo inteiro
Encontrar várias pousadas
Instalar-me em palácios ou palacetes
Cabanas ou choupanas
No alto da montanha ou no pé da serra
Sozinha ou acompanhada
Mas a melhor morada
Onde preciso me encaixar perfeitamente
É dentro de mim mesma…
Sem espaços vazios, sem sobras, sem apertos
Só assim caberei em qualquer lugar,
Serei capaz de dar pouso para outro alguém
E ser feliz…
Alda M S Santos

Retrospectiva

RETROSPECTIVA
Em retrospectiva analiso os últimos 365 dias
O que se destacou nesse ano que merece ser relembrado
As alegrias vividas, os sofrimentos superados
Outros jogados para um cantinho escuro
A força que surgiu de onde parecia ser só fragilidade
Os sorrisos que brotaram em meio a decepções
As lágrimas, os apertos e medos, mudanças e renovações
Quantas vezes fui salva do mal ou da morte sem saber
Quantas outras fui salva da vida por escolher
A quantos pude salvar, levar amor, compaixão
Ou apenas um pouco de alegria, um pedaço de pão
O quanto pude construir para mim, para os outros
Causei algum mal, destruí algo, derrubei muros, construí pontes?
Como água, soube desviar de obstáculos ou entrei onde não devia?
A bagagem que hoje carrego pesa mais que antes
Ou tem mais levezas, menos traumas ou culpas?
Uma coisa é certa: não desisti
Que posso levar para o próximo ano?
Quem estará comigo?
Independente de quem ou do que estiver comigo
Sei que Ele estará, não me desampara nunca
Nele está minha gratidão, minha fé, minha coragem
Que venha 2020!
Que seja feliz para todos nós!
Alda M S Santos

Mais bonito

MAIS BONITO
Que houve de mais bonito
Nesse ano que se fez finito
Que gostaríamos de levar conosco
Na alma, no coração, até o infinito?
Que houve de mais intenso
Nesse ano bastante tenso
Que foi leveza, ternura, acalento
Que queríamos que se tornasse consenso?
Que houve que gerou sorriso
Secou as lágrimas, fez-nos enternecer
E renovou o prazer de viver?
O que houve de mais bonito
Que foi amor, carinho e proteção
É o que queremos eternizar em nossa emoção
Alda M S Santos

Pegadas

PEGADAS

Se daqui a um século

Tudo que existir de você

For aquilo que deixou registrado

Em palavras, versos quase apagados

Se seguissem suas pegadas

Aquelas impressas, leves ou pesadas

Conseguiriam ao menos de você fazer um esboço?

Em tudo que compôs, escreveu

Que iria sobressair como seu?

Paz, esperança, amor, tranquilidade

Medos, lutas, persistência, coragem, solidariedade

Qual seria seu retrato, seu moço?

Não é preciso um grande feito para se eternizar

Vários pequenos feitos também têm seu lugar

Suas pegadas, poetas, são suficientes

Para seu presente no futuro te eternizar?

Alda M S Santos

Bom mesmo

BOM MESMO

Bom mesmo é viver a vida

De tal modo que não deixe para ela saída

A não ser se aliar a nós

Nos ajudando a eliminar qualquer algoz

Bom mesmo é dar o melhor da gente

Para todos igualmente

E se isso parecer impossível

Que façamos, para tanto, todo o possível

Bom mesmo é cuidar direitinho

Com amor, respeito e muito carinho

Daqueles que recebemos como presente

Para dar sentido à vida da gente

Bom mesmo é ser agradecido

A tudo que nos foi consentido

Com sabedoria e muita calma

Aceitar o fim, quando chegar, com paz na alma…

Alda M S Santos

Temos pressa

TEMOS PRESSA

Os dias passam, a vida corre

O tempo voa…

Queremos também voar

Temos pressa!

O que é bom passa rápido

O que é ruim nem tanto

Corremos em busca do que interessa

Perdemos tempo com o que não presta

Temos pressa!

Tudo muda de lugar

Pessoas se vão, algumas ficam, outras chegam

Família, amigos, amores

Todos procurando se manter inteiros

Nessa ventania louca do tempo…

Temos pressa!

Tantas coisas boas se perdem

Queremos abrir nossas asas

Voar junto com o tempo

Amanhecer, entardecer, anoitecer

Entre alvoradas e luares

Almejamos parar o tempo

Para cessar a pressa de viver

E assim nada perder

Temos pressa!

Não queremos ir embora

Tendo deixado algo por viver…

Alda M S Santos

Que não doa tanto ser gente

QUE NÃO DOA TANTO SER GENTE

Algo errado, muito errado, desumano

Que acaba por acionar angústias e tristezas represadas em nós

Nossas comportas também se rompem

Sensação de não pertencimento a esse lugar

Desvalorização da vida, dos sentimentos, das conquistas

Vidas hierarquizadas, sem critério algum

Saudades de outros tempos, de outras pessoas

De uma época em que sabíamos valer algo

Talvez nem valêssemos, mas não percebíamos assim

A ignorância dos fatos é, muitas vezes, uma bênção

Pessoas lançadas umas contra as outras

Por questões políticas, religiosas, sociais, financeiras

Não se sabe mais ao certo o que é importante

Uma barragem se rompe lá e estoura algo aqui dentro da gente

Saudades…

Saudades de um tempo bom

Em que não éramos apenas números

Uma imagem embaçada na memória, um retrato na estante

Ou do que éramos noutro tempo

Quando não matávamos tudo, até sentimentos

Esse tempo existiu mesmo?

Quero um mundo novo, mais humano

Quero um lugar novo, onde não doa tanto ser gente

Quero ir embora daqui

Quero reencontrar a esperança e a capacidade de sonhar

E afastar o pesadelo da realidade…

Alda M S Santos

Panorâmica

PANORÂMICA

Quero uma panorâmica da minha vida

Que capture tudo do início ao fim em 360 graus

Cores, diversos matizes, claros e escuros, foscos e brilhantes

Pontos em relevo, reentrâncias, 3D, transparências

Áreas secas, outras molhadas, oásis e desertos

Com direito a giros, emoções, sorrisos e lágrimas

Liberdade para extasiar, tontear, sem desabar

Quero nela todos aqueles que fizeram parte do meu viver

E revelar num grande mosaico

A minha simples passagem por aqui

Quero uma panorâmica da minha vida…

Alda M S Santos

Se eu puder escolher

SE EU PUDER ESCOLHER

Se tudo na vida nos rouba tempo

Que eu possa escolher como ser roubada

Que meu tempo seja subtraído

Fazendo coisas que me dão prazer

Que dão prazer aos outros, aos que me fazem bem

E quando eu não puder impedir lágrimas e decepções

Que ao menos possa ter quem enxugá-las

E, para cada lágrima que porventura eu venha despertar em alguém,

Que tenha, em contrapartida, deixado a lembrança de um sorriso, um abraço, um beijo, um cuidado

Que logo roube seu lugar e faça o tempo ser precioso

Se eu puder escolher

Escolho focar e ficar no que fez e faz bem

De perto ou de longe…

Alda M S Santos

Na varanda

NA VARANDA

Sentada na varanda ela vê a vida passar noutro ritmo

Com uma trilha sonora diferente, rica

Cantos, sem vozes, algazarra e encantos

Sob cores fortes, intensas, naturais

Observa o enredo matutino que se desenrola no telão da vida

Tudo ali fala, o silêncio grita, há comunicação

As palavras são supérfluas, desnecessárias

Canarinhos entram e saem do ninho sob o telhado

Conversam entre si, renovam e festejam a vida de seus ovinhos

Calangos passam correndo, saracuras idem

Beija-flores se refestelam e passeiam de flor em flor no jardim

Borboletas e joaninhas fazem a polinização

Lagartas sapecam quem ousa encostar nelas

A cadelinha se estira na grama macia e úmida

O sol reina sobre todos, debaixo de um céu de intenso azul

Cada qual sabe bem seu papel e o executa com alegria

E ela ali, a observar…

Busca dentro de si aquela mesma harmonia

Aquela “certeza” leve de também executar bem seu papel

Na tantas vezes complexa trama da vida…

Alda M S Santos

O que você é hoje?

O QUE VOCÊ É HOJE?

Quantos anos você tem hoje?

Trinta, quarenta, cinquenta, setenta?

Volte lá atrás, à metade disso…

A sua vida de hoje corresponde àquela que propôs para si?

O que você realizou é o que sonhou décadas atrás?

Vida pessoal, profissional, familiar, social?

Tem a família, os amigos, o trabalho, a saúde, o lar que sonhou?

Colocando na balança as oportunidades que teve

E aquelas que deixou passar, não soube aproveitar

As vezes em que tiraram seu chão

Ou aquelas que não soube flutuar

Qual o saldo? Está inteiro? Faltam partes, mantém a essência?

Qual sua responsabilidade nisso tudo?

Qual sua perspectiva para o futuro?

O que você é hoje pode ser diferente do que imaginou para si

Pode até ser meio frustrante para o jovem sonhador que foi

Mas no equilíbrio entre sonhos e realidade

O saldo certamente é bom

E, se não for, a boa notícia é que a vida continua

Dá para tentar fazer diferente de agora em diante

Boa caminhada para todos nós!

Alda M S Santos

Vamos brindar?

VAMOS BRINDAR?

Vamos brindar aos sins que recebemos na vida

Aqueles que nos abriram portas, iluminaram nossos caminhos

Elevaram nossa autoestima, nossa fé em nós mesmos

Facilitaram nossas conquistas e nos permitiram alegrias…

Vamos brindar?

Vamos brindar também aos nãos que nos foram ofertados

Aqueles que nem sempre entendemos no momento

Tristes, amargos, cortantes, frustrantes, maldosos

Que interromperam nossa caminhada, esburacaram nosso trajeto, nos deixaram ali por uns tempos

Que tantas vezes nos revoltaram, contra os quais nos rebelamos e batemos de frente

Mas que, mesmo dolorosos, nos fizeram crescer…

Vamos brindar?

Mais que os sins, os sobreviventes dos nãos são mais fortes

Não são derrubados por qualquer ventania ou tempestade

As perdas e as quedas são, cedo ou tarde, impulsos para se levantarem

Sabem o momento de lutar e o momento de recuar

Ou, simplesmente, quando é necessário aguardar ou quando não dá para fazer nada…

Sobreviventes dos nãos aprenderam a extrair deles o que é útil e passível de evolução

E seguir tentando ignorar o que não faz bem…

Aos sins e aos nãos da vida que sempre existiram e sempre existirão

Vamos brindar?

Tim, tim!

Alda M S Santos

Fim de semana

FIM DE SEMANA

Sexta, sábado e domingo

Dias da semana associados a prazer e alegria

Fugida da rotina, da corrida frenética por não se sabe o quê

Descanso, sossego, lar, soneca, churrasco, família para alguns

Baladas, noitadas, bebidas, passeios, viagens, grandes programas para outros

Solidão, televisão, um livro, igreja, músicas para outros

Um novo vocábulo surge: “sextou”

Dando início a algo “novo e maravilhoso”

Euforia total que leva muitos que não seguem a corrente ao desespero

À tristeza com gosto amargo de solidão e abandono

A medicamentos controlados, alucinógenos, drogas

É quando o autoextermínio mais aumenta

Entre aqueles que se enfurnam a fazer um balanço da vida

E, frustrados, “invejam” o que os outros “têm” ou estão fazendo

Em quantos se divertem, comem pipoca debaixo do edredom

Vão a cinemas, viajam, fazem amigos, fazem amor…

Mas a balança estraga, pesa só o negativo para si e o positivo para os outros

E, paradoxalmente, os vazios são muito mais pesados

Focar no que é, aparentemente, presença no outro

É evidenciar a ausência em si mesmo

E isso acaba sendo doentio e ineficaz

Não existe nada e nem ninguém tão feliz e tão completo

Nem tão infeliz e tão incompleto

Comparações não são benéficas, são contraproducentes

Nada há de errado com o fim de semana de ninguém

Desde que nele se busque estar em paz consigo mesmo, sem ferir ninguém

Independente das vidas alheias

Todos estamos nesse grande barco aprendendo a remar, a nadar…

Até o cais final…

Alda M S Santos

Tic tac, tic tac

TIC TAC, TIC TAC

Tic tac, tic tac

O tempo passa para todos

Passa sempre, implacável

Tic tac, tic tac

Passa lento, vagaroso, doloroso

Na ansiedade de quem o marca

Na dor de quem deseja acelerá-lo

Na tristeza de quem não consegue retomá-lo

Tic tac, tic tac

Passa rápido e rasteiro

Na alegria excessiva de querer contê-lo

Na preocupação paralisante de não querer perdê-lo

No prazer intenso do existir e limitante do agir

Tic tac, tic tac

O tempo passa para todos

Passa sempre, implacável

Tic tac, tic tac

Passa o tempo todo o tempo

Passa o tempo no tempo certo, ideal

Nos momentos em que não é notado

Passa melhor para quem não se preocupa com ele

Vive com a sabedoria de sabê-lo finito

Mas age com a dedicação e intensidade

Amor e doação, como se o tivesse infinito…

Tic tac, tic tac

Passa o tempo, o tempo passa…

Vou vivendo…como sei…aprendendo…

No ontem, no hoje, no sempre…

Alda M S Santos

Balanços da vida

BALANÇOS DA VIDA
Não há quem não se encante com um balanço, uma gangorra. Eles nos remetem à infância, a brincadeiras, sorrisos, amigos, frio na barriga.
Os melhores são aqueles de madeira e corda amarrados numa árvore bem alta num quintal de terra batida. Se não for possível, um de ferro numa praça urbana também é válido.
A cada ir e vir da gangorra a árvore chia, folhas caem, pássaros revoam, a gente geme e gargalha. Por vezes, um amigo empurra.
Vejo nossa vida assim: um grande balanço.
Ora estamos no alto, ora embaixo, outra vez no alto…
Algumas vezes estamos sós, muitas vezes acompanhados. Tantas vezes precisamos de um empurrãozinho amigo para nos manter no ar!
Nisso consiste o viver. Derrubaremos folhas, afastaremos pássaros, faremos nossa árvore chiar, atrairemos amigos querendo brincar, amores para balançar junto, teremos muitos gemidos e gargalhadas, de prazer ou dor.
Só altos ou só baixos não é gangorra. Balanço não foi feito para ficar parado.
Quando a inércia, a letargia ou apatia quiserem de nós se apossar, além de um simples momento de descanso, devemos nos lembrar que balanço bom é o que está em constante movimento.
Portanto, inclinemo-nos para trás, estiquemos as pernas, olhemos para o alto, fechemos os olhos, se preferirmos…
A emoção toda consiste em balançar-se, sorrir, gritar e se entregar!
Alda M S Santos

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