COMO OVELHAS

Andando em círculos, umas atrás das outras
Por doze horas seguidas sem cessar
Que faz com que as ovelhas fiquem nesse caminhar
Qual delas teve a ideia de começar
Há uma que esteja na frente a liderar
Por que as outras não conseguem evitar?
Qual a razão desse aparente transe
Uma parte delas não seguiu o rebanho
O contágio não foi para todas elas
Parte ficou no meio só observando, alheias
Quantas vezes seguimos a marcha, a tropa
Sem sequer raciocinar, sem entender a razão
Apenas seguindo a multidão
Que falta para desligar o interruptor
Quem está certo: o caminhante ou o desertor?
Quem segue indefinidamente ou quem espera?
Não sei o que move a coreografia das ovelhas
Tampouco sei o que tem movido nossas humanas centelhas
O povo parece abobalhado, atordoado
Será que o mesmo sinal que guiou as ovelhas
Tem guiado os humanos grudados em suas parelhas?

Alda M S Santos