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Sorria: você está sendo vigiado

SORRIA: VOCÊ ESTÁ SENDO VIGIADO

Localizados, filmados, protegidos, vigiados…

Sorria!

São tantos os meios tecnológicos, digitais, virtuais de localização e fiscalização

Para sua “segurança”!

Celulares, satélites, ondas de rádio

Cartões de crédito, GPS, Waze, drones…

Basta ter um chip e você está protegido, será localizado!

Sorria!

Você está sendo filmado todo o tempo!

Num mundo digital, virtual, online, onde todos são encontrados

Nunca houve tantas pessoas perdidas, precisando de bússolas internas,

Perdidas de si mesmas…

E a ordem é clara: sorria!

Alda M S Santos

Atracar

ATRACAR

Nadando, remando ou navegando

À bombordo ou a estibordo

À barlavento ou à sotavento

Num barquinho ou num navio

Sempre em alto mar, sempre a trabalhar

Lança velas, iça velas, controla o timão

Para algumas vezes, se estende na proa

Ou mergulha em águas calmas

Em contraste com águas internas turbulentas

Esse marujo não pensa em naufrágio

Deseja num porto, num momento atracar

Enquanto o porto for mais temeroso que o alto mar

Ele continuará a navegar…

Alda M S Santos

Âncoras

ÂNCORAS

Pessoas âncoras em nossas vidas podem ser várias… 

Aquelas que nos proporcionam equilíbrio, firmeza, segurança,

Quando nos sentimos perdidos em alto mar e buscamos tranquilidade e confiança.

Outras podem ser as âncoras que nos deixam para trás

Que nos impedem de prosseguir, nos atrasam, nos retêm no que nos faz mal, nos tiram a liberdade, 

Ancorados não é um bom modo de ficarmos!

Ancorados precisamos ficar por pouco tempo.

Bom mesmo é prosseguir viagem. 

Precisamos de âncoras,

Mas precisamos mais ainda quando usá-las e saber escolhê-las! 

Cuidemos, também, para sermos âncoras de segurança para quem amamos!

Alda M S Santos

Cais

CAIS
Toda embarcação, grande ou pequena, de carga ou passageiros, de trabalho ou passeio, necessita de cais. Um local em que possa atracar, aportar para carregar ou descarregar mercadorias ou passageiros, abastecer, realizar reparos, ou, simplesmente, descansar entre uma jornada e outra. As embarcações não foram feitas para viver atracadas todo o tempo, precisam sair da costa, enfrentar o mar, buscar novos ventos, cumprir sua jornada. Elas saem mais seguras quando têm o cais para retornar. A certeza de um porto que é seguro e confiável.
Nós somos como as embarcações. Estamos sempre em alto-mar: nossa vida, nossa jornada. Podemos, muitas vezes, navegar tranquilamente, baixar as velas, lançar âncora, relaxar. Porém, vezes sem conta enfrentaremos tempestades, ventos contrários, o breu da noite, icebergs, maremotos. Nessas horas, precisamos de nosso cais. Mas, e se ele estiver inacessível, distante, danificado ou ocupado? Perdemos o norte, navegamos sem rumo, arriscamos a causar danos à própria estrutura ou perda de carga.
Visando a auto-preservação, necessário é que tenhamos vários cais. Não podemos apostar todas as nossas fichas num único dado. Se tivermos um cais em cada porto, em qualquer lugar que estivermos, sejam quais forem os danos sofridos, teremos o conforto do cais para atracar.
Há pessoas que dizem “não vivo sem fulano, ele é minha vida”! Isso é ter um único cais. Além do risco de sobrecarga do cais, pode-se perdê-lo por um motivo qualquer alheio à nossa vontade. Aí, estaremos à deriva!
Não estou pregando a autossuficiência. Nós, seres humanos, nunca o seremos. Como seres gregários, precisamos uns dos outros, todo o tempo, uns mais, outros menos. O que acredito, e em que aposto, é que precisamos, além de ser cais para os outros, buscarmos vários cais para nós mesmos. Não é preciso tantos. Qualidade aqui vale mais que quantidade. Alguns cais são óbvios: familiares, cônjuges, alguns amigos. Há ainda aqueles cais que abandonamos, nos esquecemos e que, numa hora de sufoco, nos atracamos nele e percebemos que nunca deveríamos tê-lo relegado. Dependendo de onde estivermos, do que estejamos precisando, escolhemos o cais mais adequado. O que possibilita um descanso, uma vista maravilhosa, uma palavra sábia, um ombro para chorar, uma recarga de energia, uma descarga de maus fluidos, enfim, para cada necessidade, um cais diferente.
Ter vários cais nos dá mais segurança, a quase certeza de que não estaremos sós. Quase! A qualquer hora o cais que acreditávamos possuir pode falhar, não estar disponível ou danificado. Nossa mãe, cais mais confiável, pode adoecer ou falecer, o cônjuge, pode não ser o mais indicado no momento, os amigos, estarem ocupados demais…
Muitas vezes, só poderemos contar com dois deles: nós mesmos e Deus. Teremos que saber acioná-los. Deus estará sempre a postos e nos indicará a nós mesmos. Precisamos ativar nossas reservas, necessitamos de autoabastecimento, de um gerador próprio de energia até encontrarmos outro cais.
Sempre teremos o cais preferido, aquele em cuja presença sorrimos, e cuja falta nos leva às lágrimas. Aquele no qual nos encaixamos perfeitamente, que supre nossas necessidades maravilhosamente, nos enriquece, abastece, dá brilho, renova as forças. Nunca devemos abandoná-lo, mas é preciso não esquecer que ele também é falível.
Finalmente, se um cais nos mantiver atracados por tempo demais há algo de errado com ele ou conosco. Não devemos nos esquecer que nossa essência é de navegantes.
Vamos recolher âncoras, içar velas, que mais uma jornada vai começar. Que tenhamos um mar mais calmo e vários portos com cais mais seguros. É o que precisamos, é o que desejamos!
Alda M S Santos

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