Busca

vidaintensavida.com

poemas e reflexões da vida cotidiana

Categoria

fragilidade

Somos fortes

SOMOS FORTES

Quando a gente ouve ou diz “você é forte, vai superar, isso vai passar”

Não quer dizer pouco caso com a dor ou sofrimento do outro

Quer dizer, quase sempre, “sei como é isso, uma hora há de passar”

Ainda que quem diz não tenha superado nada

Apenas tem tentado seguir a vida

Aprendendo a cada passo do caminhar, sozinho ou não

Que não é fingindo que a dor não existe

Ou engolindo o choro, tampouco se escondendo do mundo

Que tudo irá se encaixar…

Enfrentar o que fere e sangra dentro de si

Fazendo curativos de fé, usando compressas de amor

Tendo esperanças em dias mais amenos, apagando pesadelos, ativando sonhos bons

Evitando culpas, recriminações e autopiedade excessivas, confiando em si mesmo…

Isso fará o sol voltar a brilhar um dia

Isso é ser forte!

Essa capacidade de resistir todos temos

Chama-se sobrevivência e é forte em todo ser vivo

Apenas oscila e tem botões acionadores diferentes…

Somos fortes! 😇🙏

Alda M S Santos

Frágil ou forte?

FRÁGIL OU FORTE?

Somos fortes quando perdoamos a quem nos ofende e magoa

Somos frágeis quando não estendemos esse perdão a nós mesmos

Somos fortes quando dizemos sim às necessidades dos outros

Nos tornamos frágeis quando dizemos não às nossas próprias necessidades

Somos fortes quando escolhemos vencer nossos inimigos

Somos frágeis quando ignoramos o inimigo dentro de nós

Somos fortes quando temos autocontrole e autoestima

Somos frágeis quando escolhemos o autoflagelo e vitimização

Somos fortes ao identificar nossas falhas e medos

Somos frágeis ao nos concentrar apenas neles

Somos fortes quando vivemos o amor recebido

Somos mais fortes ainda quando amamos

Somos fortes não quando não temos fraquezas e medos ou não nos quebramos inteiros

Somos fortes por lidar com esses cacos sem nos ferir de morte

Sem ferir de morte aqueles que amamos e queremos bem

A força é evidenciada onde a fragilidade não foi desconsiderada…

Alda M S Santos

Fugas

FUGAS

Fugas muitas vezes são vistas como desistência

Apontadas como covardia, escolha mais fácil

Será mesmo?

Pode-se fugir de medos de escuro, acendendo a luz

Pode-se fugir de traumas à base de calmantes e ansiolíticos

Pode-se fugir de culpas se afogando em álcool ou outras drogas

Pode-se fugir do amor apontando os outros como problemáticos

Pode-se fugir da vida, com intuito de protegê-la

Pode-se fugir da desesperança mergulhando na fé, na religiosidade

Pode-se fugir da dor, evitando viver

Pode-se evitar confrontos fugindo de algumas pessoas, de várias ou de alguma em especial

Pode-se mudar o nome, o rosto, os convívios

Pode-se mudar de país, de sentimentos

Pode-se entupir-se de coisas lindas e valiosas

Pode-se até tentar fugir de si mesmo, ignorando sentimentos

Fingindo que está tudo bem, que tudo é belo

Pode-se fugir de si mesmo usando os mais diferentes subterfúgios

Mas será como crianças pequeninas brincando de esconde-esconde

Tapando apenas o rosto e acreditando que estão protegidas…

Até que ponto esconder de si mesmo é valentia ou covardia

Força ou fragilidade, medo ou coragem?

Não dá para se esconder de si mesmo para sempre…

Pode-se ficar camuflado, nunca escondido

O que se é carrega-se consigo em qualquer fuga,

Para qualquer lugar que se vá

É sempre um caminho longo e doloroso encontrar-se

Mas quando o rosto for destapado

Apesar do susto, dos medos, o sorriso pode aparecer e brilhar

Como na brincadeira de esconde-esconde infantil…

Alda M S Santos

Nosso maior fracasso

NOSSO MAIOR FRACASSO

Todos temos um sucesso ou vitória retumbante

Aquela que nos dá orgulho, nos motiva a seguir em frente

Um trabalho prazeroso que enobrece

Um jardim bem cuidado, um lar encantado

Uma família presente e abençoada

Filhos que são reflexo do amor e ensinamentos recebidos

Um amor correspondido e parceiro de vida…

Costumam ser esses apontados como nossos maiores sucessos

E nossos fracassos?

Seriam o oposto disso tudo?

Nosso maior fracasso não seria aquele onde mais investimos e perdemos?

O médico que não curou, o advogado que não defendeu um inocente

O religioso que não obteve a compaixão que pregou,

O professor que não ensinou o que é valioso aprender e reter

Não aos outros, não a terceiros

Mas o médico que não pôde curar a si mesmo

O advogado que foi seu próprio carrasco

O religioso que não amou sequer a si mesmo

O professor incapaz de aprender e praticar o que tanto ensinou…

Todos lutamos dia a dia para não sermos nosso próprio e maior fracasso

Para não falharmos conosco mesmos naquilo que somos especialistas…

Alda M S Santos

O que não te mata…

O QUE NÃO TE MATA…

“O que não te mata te fortalece”

Afirma o dito que ninguém esquece

Ou será que apenas te entorpece

E o medo sempre prevalece

Escondido para não parecer que enlouquece?

Na luta de fracos e fortes que se estabelece

Quem vence: aquele que não esmorece

Ou ao menos a todos parece

Que sua alma não se enfraquece

E, apesar de tudo, o coração não endurece?

Será mesmo que carece

Sustentar algo que por muito pouco se esvanece

No claustro frio e escuro que te enrijece

Quando na verdade tudo que te apetece

Seria uma vida simples e iluminada que sempre amanhece?

De que vale se para os outros a força é algo que enriquece

Se para você a cada vez que anoitece

Mais e mais essa força sua alegria apodrece?

Não percebem que o que na verdade te rejuvenesce

E tudo que precisa, e seu sorriso resplandece

É apenas de um abraço forte e verdadeiro que te aquece?

Alda M S Santos

Raiz exposta

RAIZ EXPOSTA

Nevrálgica é a dor daquela raiz exposta

Onde sempre estavam tão bem escondidas nossas inadequações, tormentos

Cobertos pela terra existencial, pelos ajeitamentos, por vezes, inoportunos

Nas raízes estão nossas reservas, nosso alimento, nossa força, nosso interior

Também ficam ali nossas fantasias, medos, lamúrias, angústias, fraquezas

Raiz exposta assusta, machuca, fragiliza

É nudez que não se cobre com tecidos, necessário se faz o cobertor do amor

Impera criar espaços para agregar novos valores

Urge auscultar o próprio coração, socorrê-lo nas arritmias

Acreditar que nossa inteireza só se completa

Quando nos aceitamos como incompletos

Tantas vezes nos sentimos inadequados em nossa nudez, impróprios, feios

Exposição que assusta mais a nós mesmos

Crescemos quando enfrentamos nossa história pregressa que ali se impõe

E, mesmo nus, abraçamos nossos joelhos com carinho

E passamos a não ter mais tanto medo de raízes expostas…

Alda M S Santos

Blog no WordPress.com.

Acima ↑