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poemas e reflexões da vida cotidiana

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brincar

Sou menina

SOU MENINA

Sou menina quando brincar me fascina
A brincadeira pode ser de esconde-esconde
Amarelinha, caí no poço, saltar na piscina
Acordando cedo para não perder o passeio nesse bonde
Sou menina quando demonstração de afeto me ilumina
Quando caio, me esfolo, me ralo, choro, não me calo
Não desisto dessa brincadeira, sigo minha sina
Sou menina quando subo em árvores, mergulho no rio
Ou quando caio dos sonhos e me afogo num mar de lágrimas
Sou menina quando carente peço um colinho
Ou quando forte ofereço um beijinho
Sou menina quando preciso de amor
Mas não quero implorar por ele, por favor
Sou menina, quando independente da noite, do sonhar
Acordo com esperanças de um novo sol, novo realizar
Pois toda menina sempre acha meios de na vida brincar

Alda M S Santos

Brinque!

BRINQUE!

A vida carece de mais brincadeiras
Daquelas divertidas, que distraem
Nos tiram da alma a canseira

Brinque!

Seja de novo sapeca criança
Solte-se, jogue-se, sorria!
Faça com a alegria eterna aliança

Brinque!

Pule, abrace, beije, arrisque-se
Se cair, machucar, chorar, desanimar
Limpe-se, levante-se e volte a brincar

Brinque!

Alda M S Santos

Sempre em busca

SEMPRE EM BUSCA

Viver é estar sempre em busca

Ainda que não se saiba exatamente de quê

Mesmo que todos o vejam como preenchido

Aquele a quem nada falta

Por mais que sinta gratidão à vida

A tudo que foi permitido ter, ao que aprendeu a ser

Aquilo que foi conquistado, mantido, até mesmo aquilo que foi perdido

Aquilo que te fez o que hoje é

Tudo só foi e é possível por ter estado sempre em busca

Por nunca ter desistido ou estacionado na aparente completude

Só você sabe os motores que te movem

As necessidades que te (des)orientam, seus medos

Só você sabe seu tempos, suas urgências, suas carências

Ainda que não sejam verbalizadas ou compreendidas

São elas que te mantêm sempre em busca

São elas que dão a aparência de alguém a quem nada falta

Apesar de toda sua inquietude…

Todos veem “tudo” que você tem

São suas buscas e lutas que nem todos veem

Quem está vivo está sempre a buscar…

Alda M S Santos

Indo e vindo

INDO E VINDO

Nada as impede de se divertir

Enchem e esvaziam um baldinho incontáveis vezes

Correm até o mar, balde cheio

Voltam sorrindo, derramam metade da água pelo caminho

Olham para o que restou

E vão fazer sua escultura na areia

Não se importam com o que perderam no trajeto

Usam satisfeitas o que ainda têm,

E buscam mais se precisarem…

Ah, se fôssemos como as crianças,

Dando mais valor ao que temos em detrimento do que perdemos

Talvez tivéssemos mais vezes essa alegria e sorriso espontâneo,

Que contagiam a todos a sua volta!

Alda M S Santos

A bola é minha!

A BOLA É MINHA!

Emburrado, saía pisando duro com a bola debaixo do braço

E voltava sozinho para casa

– A bola é minha!- dizia sentindo-se superior

Não podendo ser contrariado ou aborrecido

Sem saber perder o que quer que fosse

O garoto “riquinho”, dono da bola, não sabia ceder

Encerrava a brincadeira em que todos se divertiam juntos

Sem saber negociar, não percebia

Que ao apelar para o recurso do “dono do brinquedo”

Com o intuito de punir os companheiros, de mostrar quem mandava

Ele também se punia…

“Brincar sozinho não tem graça! “- concluía

Os outros, muitas vezes, substituíam a brincadeira e continuavam a se divertir…

Quanto mais cedo descobrirmos que mais vale saber brincar,

Aceitar os outros como são, com suas falhas e excessos

Que ser o dono da bola ou da verdade

Mais vamos aproveitar os bons momentos

Quanto antes percebermos que é mais divertido oferecer o que temos

Quando aceitamos o que os outros podem nos dar também

Mais amigos verdadeiros faremos

Mais felizes seremos…

Com a bola e com a vida, mesmo sendo os donos, não se brinca sozinhos…

Alda M S Santos

Álbum de figurinhas

ÁLBUM DE FIGURINHAS

Como álbum de figurinhas vamos “montando” nossas vidas

No início tudo é novidade, satisfação, animação

Comprando muitas, investindo bastante com energia e disposição

Uma a uma vamos colando, grudando e preenchendo espaços vazios

Conquistando umas raridades, preciosas

Interagindo, trocando aquelas repetidas por outras que ainda não temos

Até doando ou descartando várias que nem troca conseguimos mais

Como a vida, quando o “álbum” está quase completo

Mais difícil fica fechá-lo ou montá-lo, mais descartes vamos acumulando

E mais valiosas se tornam aquelas que preencherão nossos espaços vazios

Mudamos valores, passamos a trocar duas ou três por uma…

Quase sempre nos concentramos muito naquelas que faltam

E nos esquecemos do valor de todas as outras conquistadas

Daquelas outras figurinhas que “encheram” nosso álbum de cor

Passamos a lamentar as que perdemos por não tê-las colado direito

Ou por não ter “pago” o tanto que pediram, que valiam de verdade

Pois só descobrimos que eram raridade quando já estavam noutro álbum

Quando o julgamos “pronto” nos orgulhamos de exibi-lo a todos

Mas o que mantém a vida em curso é o desejo de preencher o que falta

Mesmo que não consigamos esse intento de completude

O prazer e alegria de montar um álbum consiste em buscar a figurinha faltosa

Mas essa busca não pode ser com mais empenho

Que o de conservar e valorizar o já conquistado

Quando o álbum for “fechado”, mais vale estar feliz que completo!

Alda M S Santos

Amare(linda)!

AMARE(LINDA)!
Tanto nos ensina uma simples brincadeira infantil!
Sempre começamos de baixo, sempre teremos obstáculos,

É preciso boa pontaria, equilíbrio, que ora podemos cair,

Saber a hora de se abaixar, de se levantar,

Hora de voltar atrás ou de seguir em frente,

Saber esperar nossa vez, curtir a vez dos outros,

Brincar acompanhado é muito mais divertido,

Nem sempre chegaremos primeiro, o que vale é chegar.

Seguir rumo ao “céu”, seja ele qual for…

E o mais importante de tudo,

Nos divertir nessa amarelinha linda chamada vida.

Alda M S Santos

Foto editoradobrasil.com.br

Projeto Jimbolé

Fases: jogando

FASES: JOGANDO
Somos feitos de fases. Todos nós. Como num jogo.
A cada uma delas que é vencida, outra logo se segue.
Como nos jogos eletrônicos, nos viciantes vídeo games.
E ela não quer saber se estamos preparados ou não.
Vem com tudo, novas dificuldades e provações
Que exigirão habilidades já desenvolvidas,
E também muitas outras a desenvolver.
Não há sequer tempo de comemorar a fase anterior superada.
A seguinte se impõe logo como dona da vez.
Se não ficarmos atentos, é morte súbita, game over.
Sem dó ou piedade!
E mesmo com tantos viciados nos vídeo games
Nem mesmo eles estão preparados para o jogo da vida.
Ela não permite pausar o jogo.
O jogador pode até estagnar, mas o jogo continua à sua revelia.
Aliás, enquanto jogam viciantemente, outro jogo segue em paralela.
O jogo de suas próprias vidas.
Alda M S Santos

Molecagem

MOLECAGEM
Um casal andava à minha frente
Um bebê gorducho no colo da mãe
O pai carregava bolsas e sacolas
Estava muito quente!
O garotinho usava um chapéu redondinho
Pura fofura! Sorri pra ele e fiz gracejos.
Ele sorria e se remexia no colo da mãe.
Balancei meu rabo de cavalo!
Ele gargalhou e pulou de novo.
A mãe olhou pra ele e pra trás.
Fiquei séria, olhei pro lado e fiz cara de paisagem!
Ele parou de sorrir. Isso se repetiu umas três vezes.
Parávamos de sorrir e brincar. Molecagem com os pais!
Até que ele riu muito alto e saltou no colo da mãe
O pai olhou e me viu sorrindo pro bebê.
“Que espertinho, meu filho, tá mexendo com a moça, né?”
Ficamos a rir, pai, mãe, o lindo bebê e eu!
Contaram suas travessuras…
A vida pode ser muito divertida!
Basta querer!
Alda M S Santos

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