LOUCURAS?
Quero ser um caracol, fechar-me dentro de mim mesma
Sair apenas quando a luz de fora entrar
Ou a de dentro conseguir iluminar tudo lá fora
Quero brincar de esconde-esconde
Encontrar um esconderijo bem original
E lá ficar até ser encontrada por alguém com a mesma ideia.
Quero inspirar fundo, bem fundo, sufocar-me em coisas boas
E expirar, jogando fora tudo que faz mal
Quero correr, correr muito, sem direção, até esgotar todas as forças e não sentir mais nada.
Quero ser uma bolha de sabão, subir, subir nas árvores, nas nuvens, encantar e desaparecer.
Quero mergulhar, sem máscaras ou snookers, sentir tudo, descobrir tudo
Afogar-me, se preciso for, e renascer.
Loucuras?
Às vezes são necessárias para se manter a sanidade.
Alda M S Santos
SANIDADE
De quantas pequenas loucuras se faz uma sanidade?
De quantas lágrimas e soluços se faz uma felicidade?
De quantas feridas e cicatrizes se faz uma cura
De quantos medos se faz a bravura?
Quantas dores esconde um sorriso?
Quantos silêncios são necessários para sufocar um grito?
A quanto dissabor ignorado sobrevive um amor?
Quanta emoção frustrada aguenta um coração?
Quantas fadas ou bruxas podem fazer essa magia
Quanto é preciso de poesia para se entrar em sintonia?
Alda M S Santos
SANIDADE
De quantas pequenas loucuras se faz uma sanidade?
De quantas lágrimas e soluços se faz uma felicidade?
De quantas feridas e cicatrizes se faz uma cura
De quantos medos se faz a bravura?
Quantas dores esconde um sorriso?
Quantos silêncios são necessários para sufocar um grito?
A quanto dissabor ignorado sobrevive um amor?
Quanta emoção frustrada aguenta um coração?
Quantas fadas ou bruxas podem fazer essa magia
Quanto é preciso de poesia para se entrar em sintonia?
Alda M S Santos
LOUCURAS
A loucura é o tempero da vida
A pimenta que dá o toque especial ao prato principal
O sabor agridoce que nos inebria
Loucura é a válvula de escape em meio a tanta “realidade”
O sorriso e a lágrima entre o saudável e o doente
A gargalhada ou o grito que diferem felizes e infelizes
Entre cada ato tido como maluco
Ou em cada inércia tida como sã
Moram a alegria e o prazer de viver
A loucura é o traço sutil a distinguir o certo do errado
Mas é também a linha tênue entre a insanidade e a felicidade…
Loucura responsável é saudável!
Alda M S Santos
NO LIMITE
A vida no limite é intensa
Por vezes animadora, noutras cansativa
Será que vai sendo gasta, se esvaindo
Ou sendo reenergizada, reabastecida?
Se ela se esvai, se desgasta
Gostaria de não viver tanto no limite
Ter mais espaço, mais folga, mais liberdade de movimento
Dentro do meu “pequeno” interior
Não estar tão próxima da linha tênue
Que separa o bem do mal estar
Os sonhos doces dos pesadelos amargos
A realidade fria do calor do realmente desejado
Que separa a alegria da tristeza
Os medos da coragem, a confiança da desconfiança
O sorriso das lágrimas, a fé da descrença
Que separa a sanidade da loucura
O amor do desamor, a vida da morte!
Mas se a intensidade reenergiza, autoabastece
Que eu aprenda a andar na corda bamba
A me divertir nos altos e baixos, a dançar nos desequilíbrios
Ou que eu encontre mais espaços dentro de mim
Ou os ocupe de modo mais organizado
Sempre com mais e mais equilíbrio, alegria e fé
E que consiga carregar comigo quem quiser ou merecer…
Alda M S Santos
Ilha Grande- Angra dos Reis
LOUCURA E SANIDADE
Cada dia confio mais na pouca sanidade dos loucos
E aumenta, na mesma proporção, meu medo da loucura dos sãos!
A sanidade dos sãos se prende a um fio tenso
A loucura dos loucos é leve e livre!
Tensão e leveza!
Prisão e liberdade!
Loucura e sanidade!
Estou louca?
Alda M S Santos
LOUCURA E SANIDADE
A vida oscila sempre
Entre a sanidade dos loucos
E a loucura dos sãos…
Quem se prende a um lado
Sente-se incompleto.
Só o amor nos permite
Ter trânsito livre entre elas:
Mergulhar na sanidade e na loucura…
Alda M S Santos
GUERRAS
Em nossas guerras internas
Entre certo e errado, razão e emoção
Entre o bem e mal, loucuras e sanidade
Entre paz e tormento, solidão e convivência
Entre ir, ficar ou se deixar levar
Vale o uso de qualquer arma.
Mas, como toda guerra,
Torna-se mais desumana e inglória,
Se “atingir” civis inocentes,
Lutadores sem farda de suas próprias causas.
Alda M S Santos