QUER QUE DESENHE?
Não basta não fazer o mal
É preciso que faça o bem
Não basta não incitar o ódio
É preciso que se propague o amor
Não basta não excluir ou discriminar
É preciso acolher e respeitar
Não basta ser bondoso com os iguais
É preciso ser compreensivo com os diferentes
Não basta não extorquir ou não roubar
É preciso saber bem dividir o que conquistar
Não basta alcançar o topo de uma montanha
Se deixou tantos para trás nessa façanha
Não basta usar o nome de Deus
Aliás, melhor até que não use mesmo
Se for para deturpar Sua fala de amor
E de aceitação de todas as criaturas…
Humanidade que não se envergonha por seus atos
Cidadãos que se julgam superiores, uns ingratos
De nada valerá ter tanto, tanto por aqui
Se não souber bem usar ou distribuir
O Maior Humano que viveu entre nós
Foi claro: Amar a Deus sobre todas as coisas
E a teu próximo como a si mesmo!
Quer que desenhe?
Alda M S Santos
OS OUTROS E NÓS
Quando quero saber de um amigo o que ele gosta de ler
Se gosta de esporte, de poesia, de filme, de jogos
Quais passeios aprecia, como lida com a introspecção,
Que tipo de música curte, como reage às frustrações
Como aceita as perdas, com quais sentimentos interage melhor
Porque eles são tão rígidos e até duros com algumas coisas,
Tão extrovertidos, brincalhões ou “infantis” com outras
Descobrimos que há muitas coisas que admiramos e outras não.
Sem querer passar por psicóloga de botequim,
Apenas, sozinha, avaliando experiências próprias e observando os outros,
Percebo que quando analisamos o que não apreciamos em nossos semelhantes
E buscamos em nós a resposta para essa “aversão”,
Quase sempre descobrimos que parte do problema está em nós também.
Muitas vezes temos dificuldade em lidar com determinado sentimento
Não porque ele existe no outro, mas por seu antagonismo em nós.
O que o outro é desperta reações negativas em nós
Talvez porque nos alerte para alguma falta, ou nos aponte alguma falha.
Coisas que gostaríamos que não fossem expostas nem para nós mesmos.
Queríamos ser diferentes? Iguais a eles? Talvez sim, talvez não.
E ninguém é completo, melhor ou perfeito.
Somos todos diferentes, e isso é extremamente rico.
Vale lembrar que todos temos algo a desenvolver.
Conviver com o diferente de nós possibilita receber algo, oferecer algo.
E nessa troca se dá o autoconhecimento, o mergulho em nós mesmos.
A melhor maneira de conhecermos e aceitarmos a nós mesmos
É buscar conhecer e aceitar o outro.
A verdadeira aceitação do que somos e do que o outro é com respeito.
“Aceita-me tal como eu sou. Só então poderemos descobrir-nos um ao outro.”(Federico Fellini)
Aprendizagem longa, difícil, nem sempre vitoriosa, porém necessária e prazerosa.
Alda M S Santos
QUERO OS DEDOS E OS ANÉIS
Tantas vezes fomos treinados na técnica da compensação, da conformação, da aceitação.
Não sou tão competente, mas sou responsável.
Não tenho o emprego dos sonhos, mas conformo-me com o que consegui.
Não tenho inteligência bastante, nem adianta estudar, fico assim mesmo.
Não tenho quem amo, mas aceito aquele que me ama.
Não sou feliz, mas vivo alguns momentos felizes.
Tudo bem! Todos nós precisamos saber lidar com as frustrações. Muitas vezes não teremos tudo que queremos. Nossas vontades não são soberanas.
Porém, aceitar o imutável é uma coisa, nem tentar mudar é outra.
Precisamos buscar, lutar, acreditar naquilo que queremos, que nos fará mais felizes, nos tornará um ser humano melhor. E aceitar ajuda é parte do processo. Deus não nos fez solitários!
O risco de quem se conforma com a falta dos “anéis” é culpar quem os conseguiu e tornar-se amargo.
Façamos assim: se os “anéis” foram perdidos, devemos valorizar os “dedos” que ficaram, sim, mas buscar, na medida do possível, novos anéis, e não apenas se conformar com sua falta.
Deus nos criou para sermos felizes. Buscar o que pode proporcionar tal felicidade é parte do processo, portanto:
Eu quero os dedos e os anéis! E é atrás deles que eu vou!
Alda M S Santos