Vivemos num mundo moderno onde há tantas “coisas” que poderiam trazer felicidade que nos perdemos.
Muitos poderiam dizer que a felicidade está em ter uma casa boa, um carro, um trabalho digno. Outros diriam que é ter dinheiro para realizar todos os sonhos de consumo. Há aqueles que afirmariam que é ter uma família unida, um amor, saúde e fé em Deus. Ainda haverá quem diga que é ter amigos, um coração em paz e uma alma solidária. Os mais exigentes “precisam” de tudo isso.
São tantas as “opções” que já não sabemos o que realmente precisamos para alcançar a felicidade. Se é que ela é um cume, um topo a ser escalado. Existem aqueles que pensam que a felicidade é alcançar tudo que se almeja, não ter tantos sonhos ou objetivos a buscar.
Já ouvi dizer que a felicidade está no número de coisas que possuímos que não trocaríamos por dinheiro algum. Feito esse cálculo podemos perceber que temos muito.
Eu perguntaria ainda: quando você se lembra em que foi verdadeiramente feliz?
A maioria das pessoas se lembraria da infância. E muitas delas ainda completariam: “fui muito pobre, tinha pouco, mas tudo era divertido”.
Será porque as crianças são tão inocentes que não “percebem” as dificuldades e problemas? Ou seria porque sabem tirar proveito do momento, valorizar o que têm, sem se preocupar tanto com o que falta? Usam satisfeitas o tênis que foi do irmão, brincam com uma bola de meia, inventam modos de se divertir quando falta a luz, divertem-se com o barulho das goteiras do telhado, curtem os cardápios “sofisticados” que a mãe inventa para suprir a falta de variedades de alimentos, passam de dois na roleta do ônibus ou debaixo dela e acham a maior diversão, dormem juntos e aquecidos na mesma cama…
Os jovens, adultos e idosos modernos estão sempre buscando mais e mais. Passam de um sonho inalcançável a outro. Nunca estão satisfeitos. Querem uma casa maior, um carro mais novo, um emprego em que trabalhe menos e ganhe mais, uma viagem ao mundo, e por aí vai. Com isso, diante das dificuldades e decepções, a mente adoece, o corpo padece. A depressão é a doença da mente, a enfermidade do século, o mal dos insatisfeitos consigo mesmos.
Mas o que é realmente preciso para ser feliz? Considerando que felicidade é estar bem consigo mesmo, acredito que se respondermos à questão “preciso mesmo disso?”, estaremos respondendo à questão inicial.
Infelicidade vem de frustrações. Se não desejarmos o que não é fundamental, criaremos menos expectativas e geraremos menos frustrações. Por isso há pessoas felizes com “tão pouco” aos olhos dos outros. Para elas, é o bastante.
Um ser humano, com algumas variações, não precisa de muito além de uma mente que não se cobre tanto, um coração que ame muito, um corpo saudável e uma alma em paz… Isso as crianças possuem e os jovens/adultos/idosos já têm trabalho suficiente para conquistar e manter. Sem querer simplificar, mas já o fazendo, o que vier além disso é apenas complemento. Ser feliz é muito simples. Tão simples que sequer acreditamos!
Alda M S Santos
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