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poemas e reflexões da vida cotidiana

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Que eu perca

QUE EU PERCA

Que eu perca a força
Mas que encontre braços que me amparem
Que eu perca a sanidade
Mas que faça loucuras com um alguém
Que eu perca a alegria algumas vezes
Mas encontre felicidade em outras tantas
Que eu perca a voz, a palavra
Mas encontre o tom nos versos, na poesia
Que eu perca o sono
Mas nunca o desejo de acordar
Que eu perca o norte
Mas que encontre pouso, repouso
Que eu perca um alguém
Mas aproveite para me encontrar também
Que eu perca a percepção, o tino
Mas que não viva sempre em desatino
Que eu perca a coragem
Mas não o desejo de vencer os medos
Que eu perca um amor
Mas nunca o desejo de amar
Que eu perca a tranquilidade
Mas que encontre a paz nas pequenas coisas
Que eu perca o brilho
Mas nunca a luz que trago comigo
Que eu perca a esperança por vezes
Mas que a fé permaneça ilesa
Que eu perca muitas folhas
Mas que fortaleça minhas raízes
Que eu perca o sorriso
Mas encontre um ombro que acolha minhas lágrimas
Que eu perca qualquer coisa por aqui
Mas que mantenha meu propósito de seguir
Que eu saiba que não dá para perder
O amor a Deus e minha capacidade de sempre recomeçar
Acreditando que a vida é maior que isso tudo aqui
Vai muito, muito além…

Alda M S Santos

Perder ou ganhar?

PERDER OU GANHAR?

Dependendo de quem ou do que ganha

É melhor perder…

Há vitórias que só trazem desilusão

Há derrotas que carregam em si muito mais honra

Mesmo que sejam dolorosas

E, com o tempo, acaba-se percebendo

Que o que é vitória ou derrota é muito relativo

O tempo atenua uma e engrandece a outra

É só se percebe mesmo vitorioso

Quem enfrentou a “derrota” com graça e sabedoria

Ainda que tenha caminhado por trilhas esburacadas e frias

Olha para trás e vê aprendizado

Olha para frente e vê o sol brilhar

Cedo ou tarde tudo se esclarece

Derrota? Vitória?

Quem poderá mesmo dizer?

“Sou um milagre estou aqui”!

Alda M S Santos

As folhas que perdemos

AS FOLHAS QUE PERDEMOS

Uma grande e frondosa árvore

Quantas folhas produziu, quantas flores e frutos gerou

Quantas folhas secaram, caíram, “perderam-se”?

Mas a cada folha seca que caiu

A cada estação ou jornada que enfrentou

Ela engrossou tronco, aumentou galhos

Fortaleceu e aprofundou raiz

Tornou-se mais copada e bela, mais resistente às intempéries

Não controlamos as folhas ou frutos que perdemos

Mas, como acontece com as árvores,

Onde folhas, flores e frutos

Caem aos seus pés, viram húmus e as nutrem através do solo

O mesmo se dá conosco…

Cada folha perdida, chorada, sentida ou não

Nos fortalece, firma nossa emoção

Nutre nossa alma e nos abastece de amor…

Na verdade, nenhuma folha se perde

Nunca!

Quanto mais folhas e frutos “perdemos”

Deixamos cair, irem “embora”

Mais fortes nos tornamos…

Somos árvores!

Alda M S Santos

Perdendo vida

PERDENDO VIDA

Perder documentos, óculos, carteira, chaves

Num bolso, na bolsa, no transporte público ou na rua

Talvez se recupere, talvez não

E a vida continua…

Mas perder ideias, sonhos, ideais, pessoas, sentimentos

Escondidos num coração ou numa alma

Que não se mostra para o mundo

Que teme a dor, a rejeição, o sofrimento

É muito mais danoso, é perder o rumo, é perder vida

E talvez de modo irreversível

Todo cuidado é pouco com o que deixamos se perder de nós por aí …

Alda M S Santos

A iminência da perda

A IMINÊNCIA DA PERDA

É na iminência da perda

Que enxergamos o que possuímos

É na possibilidade do fim

Seja ele do que ou de quem for

Que encontramos a humildade

É na incapacidade de lidar com a falta

Que a fartura ou presença se impõem, se valorizam

É na imaginação da destruição ou inexistência do habitual

Que percebemos que não somos indestrutíveis, que não somos infinitos

Aquela mania de notar apenas a parte vazia

Desaparece mediante o esvaziamento da parte cheia

A consciência de nossa finitude, paradoxalmente

É que nos torna capazes de nos eternizar…

Alda M S Santos

Tesouros

TESOUROS

De tudo que é passível de perdas na vida

Dinheiro, emprego, casa,

Carro, joias, objetos preciosos

Nada gera mais dor e arrependimento

Nada pesa mais nas costas e encurva o andar

Nada tira mais o brilho do sorriso ou ofusca o olhar

Que a perda dos tesouros que não têm preço

Cuja falta desvaloriza qualquer outro “bem” adquirido

E que muitas vezes foi oferecido gratuitamente, negligenciado

Ignorado, não conservado, inviabilizado

A saúde do corpo e da mente

A fé em algo maior e superior que olha por nós

A capacidade de ser grato à vida em nosso entorno

Nas mais variadas formas de luz e beleza

Um olhar de aceitação e bondade de alguém querido

A utilização de modo solidário dos dons

Uma amizade verdadeira, desinteressada e sempre solícita

Uma vida de dedicação e cuidado recebidos daqueles que nos cercam

Um amor incondicional, que sobrevive às adversidades

Utilizando-as como adubo para deixar o broto do bem fortificar

E gerenciar sabiamente, equilibradamente, a esperança

Apesar, ou por causa, dos balanços, do ir e vir

Dos ganhos e perdas que todos temos…

Os tesouros mais difíceis de se perder não se guardam em baús ou bancos

São aqueles que, bem leves, carregamos na alma e no coração…

Alda M S Santos

Perdas e ganhos

PERDAS E GANHOS

Uma vida, qualquer uma, é cheia de perdas

E acabamos nos acostumando a elas

Perdemos as chaves, os óculos, dinheiro, documentos

Perdemos o emprego, o viço, a energia

Perdemos amigos, familiares, amores

Perdemos a noção do certo e do errado, do bem e do mal

Fazendo com os outros o que não gostaríamos que fizessem conosco

Perdemos a saúde, a ilusão, a juventude, a fé na humanidade

Perdemos o tempo enquanto torcemos para que ele passe logo…

Quando estamos prestes a nos perder de nós mesmos

Quando ferimos nossa própria essência

Quando não percebemos que cobramos dos outros mudanças que deveriam ser nossas

Quando “sentamos em nossos próprios rabos e puxamos os rabos alheios”, como diria minha avó

Nós passamos a buscar no olhar do outro aquilo que tememos não ver mais em nós

Ou aquilo que precisamos para nos reafirmar e não vemos mais tão claramente em nossos espelhos

Toda e qualquer perda pode ser danosa ou proveitosa

Mas nada é tão desastroso e tão cruel

Quanto a perda da fé em nós mesmos

E da consciência de pouco fazer para melhorar nossas vidas e do próximo

Da nossa capacidade e esperança de gerar mudanças

A perda da sensibilidade de ver no outro, nas suas diferenças

Um ser humano como nós, que erra e acerta, perde e ganha

O bem e o mal nascem primeiro em cada coração como pequeno broto

Somos nós que os irrigamos, alimentamos e os trazemos à luz, às sombras ou à escuridão

Ele é nosso alimento diário

Ganhamos quando fazemos das perdas um grande aprendizado…

Aprendemos com elas quando cuidamos para não causar mais perdas para nós ou para os outros…

Alda M S Santos

Que eu não perca!

QUE EU NÃO PERCA!

Posso até perder o emprego,

Mas que eu não perca a vontade de trabalhar

Posso adoecer, às vezes,

Mas que eu não perca a saúde física, a sanidade mental

Posso perder amigos, companheiros, familiares,

Ver pessoas importantes se distanciarem,

Mas que eu não perca a boa lembrança de todos e o desejo do reencontro

Posso até me decepcionar, derramar rios de lágrimas,

Mas que eu não perca a esperança e a fé Naquele que cuida de mim diariamente

Posso ver diluir-se no tempo até 50% do prazer de viver,

Mas que eu não perca a gratidão pelos 50% que restarem

Finalmente, que possa sempre reencontrar em mim mesma

A vontade imperiosa de viver e fazer sempre o bem,

De proteger os que me cercam, que de mim se aproximarem,

Deixar Deus agir através de mim,

Até independente de mim mesma, se necessário

E, em qualquer circunstância, dar o meu melhor

Para os outros, para os que amo, para os que me amam

Para mim mesma…

Alda M S Santos

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