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poemas e reflexões da vida cotidiana

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destruição

Não destrua!

NÃO DESTRUA!
Se quebrou, engesse, dá para colar
Se cortou dá para suturar
Se infeccionou dá para medicar
Se tem partes ruins, descarte-as
Se está desorganizado, organize!
Exclua a maçã podre,
Mas não perca o pomar inteiro
Não há necessidade de jogar tudo fora
Sob pena de extinção da humanidade
Que é inerente a todos nós, racionais…
Alda M S Santos

Seca, seca, seca

SECA, SECA, SECA…
Seca que tem para todo lado
No ar, na terra, nos lagos
Seca na mente, no coração atribulado
Seca no planeta que morre asfixiado
Seca na garganta com um grito sufocado
Seca na alma, no espírito sobrecarregado
Seca num corpo que se sente culpado
Seca nas relações, no olhar magoado
Seca, seca, seca…
Será que um dia seremos novamente hidratados
Por fora e por dentro haverá irrigação
De amor, carinho, caridade e proteção?
Alda M S Santos

Respira!

RESPIRA!
Está difícil respirar
Penosa tanta toxicidade no ar
E não é só o oxigênio que está carregado
De fumaça, de agentes nocivos
Está difícil levar aos pulmões, ao coração
A negatividade, a maldade, a desesperança
A falta de cuidado, conservação e bondade
Todos podemos fazer algo por aqui
Perto de nós, dentro da gente
Ou em cobrança a quem possa regular tudo isso
Ainda dá tempo?
Sempre é tempo!
Alda M S Santos

Belo Horizonte?

BELO HORIZONTE?

Horizonte enfumaçado, coração angustiado
Ar carregado, calor abafado
Inverno de 34 graus, seca maior da  história
Onde está nossa consciência,
Qual a conquista, qual a glória?
Já não dá para respirar
A natureza está confusa, a vista está curta
A primavera já não sabe se vai chegar
Onde estão nossas serras, nossos montes
Onde está nosso belo horizonte?
Alda M S Santos

Quanto tempo temos?

QUANTO TEMPO TEMOS?

As chamas intensas lambem monumentos centenários

As águas ruidosas das tempestades levam encostas, derrubam árvores e edificações

Vendavais arrastam tudo que encontram pela frente

Estruturas firmes sobre vigas e concreto “implodem” e soterram vidas

Nada está a salvo na terra, no ar ou no mar…

Tragédias, devastação, destruição… são tantas!

A vida como um todo se rebela, se revela frágil

Gritos de alerta que imploram por socorro

Todas elas deixam algo aterrador: sentimentos

Sentimentos de impotência e tristeza

A dor da destruição, da perda, da incapacidade de reagir

A angústia das histórias que “apagam” em nós

Que tentam deletar de nossa memória

Que acontecem além do oceano

Ou bem aqui ao nosso lado

E provocam curto-circuitos internos

Incendiando o que temos de bom

Ou acionando um sistema parado

Quanto tempo resistiremos

Sem ter nossa base, nossa estrutura abalada

Nossa liga emocional estremecida

Sem desmoronarmos também?

Quanto tempo temos?

Alda M S Santos

(Des)fazendo

(DES)FAZENDO

Um móvel daqui, outro dali

Tudo sendo desmontado

Desfeito

Uma cortina arriada, tudo espalhado

O vazio de fora reflete o vazio de dentro

A bagunça por ali não se compara à bagunça interna

Uma planta ainda viçosa

Ignora a ausência de vida à sua volta

Sai um colchão, uma cama

Uma almofada com marcas de um corpo

Jogada sobre um sofá

Para onde irá?

Quais cabeças ou corpos irá amparar?

Afinal, ecos de uma vida sendo (des)feita

Mas tudo isso não são coisas?

Coisas vêm e vão, só têm vida junto aos seus

Adquire-se novamente quando preciso

A vida que parece estar sendo desfeita

Ao mesmo tempo está sendo refeita

Reconstruída, mesmo que em meio a escombros

Nos ecos de um passado tão presente

Ouve-se a esperança de um futuro

Nota-se o brilho entre as frestas do porvir

Percebe-se o bater acelerado de um coração apertado

Onde houve vida sempre haverá um renascer

Onde corações bateram e geraram vida

Sempre existirá amor e recomeços

Cada dia melhor e mais forte

Nem sempre tão simples ou fácil, porém necessário

Basta acreditar e recomeçar…

Alda M S Santos

Planeta Azul

PLANETA AZUL

Entre vegetais, minerais, animais

Astros e estrelas

Água, terra, ar, fogo, coração

Um gigante repleto de seres (des)animados solto no espaço

Nosso planeta azul não é mais tão azul assim

E somos a parte pensante por aqui

Somos a parte coração

Aquela capaz de amar, construir e destruir

A si mesmo e aos seus semelhantes

Só não sei afirmar ainda

Se essa é a notícia boa ou ruim

Para nós e para o planeta…

Alda M S Santos

Um vento passou por aqui

UM VENTO PASSOU POR AQUI

Um vento passou por aqui

Aproveitou as janelas abertas e invadiu

Quebrou trancas e tramelas, portas destruiu

Muita coisa bagunçou, outras embora levou

Derrubou esperanças, sorrisos apagou, portas fechou

Um vento passou por aqui

Misturou o certo e o errado, o doce e o salgado, a autoconfiança minou

Mentiras criou, verdades questionou, inimigos levantou

Debates inventou, calados despertou, falantes calou

Um vento passou por aqui

O que era rígido, mas frágil, caiu e quebrou

O que era firme, forte, mas flexível balançou e se solidificou

O que era verdadeiro e leve flutuou e se eternizou…

Um vento passou por aqui

Entre tantas desordens que causou

Entre tanto que trouxe e levou

Algo de novo possibilitou, coisas antigas reafirmou:

Solidez não rima com rigidez,

A água tudo contorna, não pelo peso, mas pela persistência e fluidez

Amor e simplicidade têm primazia sobre qualquer ventania

Um vento passou por aqui…

E sua marca deixou… o sorriso replantou…

Alda M S Santos

Memórias em cinza

MEMÓRIAS EM CINZA

Um descuido, uma pequena distração

E uma casa pega fogo, literalmente

E tudo que se tem é consumido pelas chamas

Colchão, cama, móveis, roupas, calçados

Documentos, livros, fotografias, artigos pessoais

Memórias registradas em papel, pendrive, computadores

A cada minuto percebe-se algo que se foi

Levado para sempre, consumido pelo calor do fogo

Tudo é fumaça, fuligem, sujeira, dor, culpa, desespero

Aí percebemos o quanto de valioso possuíamos

E se tornou cinzas…

Passada a fase aguda do susto, do choque

Nota-se que algo valioso sempre fica

Aquilo que não se reconstrói quando se perde: a vida

Mantendo-a, é possível reconquistar o que foi perdido

Amigos verdadeiros e falsos serão revelados

Saberemos quem não nos abandona e podemos contar sempre

Novas memórias serão gravadas, misturadas às antigas

E, mais tarde, tudo estará de pé novamente…

O mesmo não se dá quando o “fogo” da doença ou da maldade destrói a mente, a alma

Quando apaga os circuitos cerebrais que registram em nós o que vivemos

Isso só recuperaremos nas mentes daqueles que conviveram conosco

Que nos amaram, ou não

E que têm de nós boas ou más lembranças registradas…

O amor é a borracha que apaga o mal

Mas também é o lápis que reescreve uma nova história…

Vamos reescrever!

A vida num instante pode se apagar

Ou se acender feito sol no horizonte…

Alda M S Santos

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