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poemas e reflexões da vida cotidiana

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violência

Estupro?

ESTUPRO?

Quer conhecer bem uma pessoa?

Observe o que ela diz em casos midiáticos

Caso Neymar, por exemplo

Não importa se se sabe a veracidade do estupro

Basta ouvir não só quem essa pessoa defende

Mas o que defende e como defende

Quais valores ela preza

Quais “verdades” usadas ao acusar ele ou ela

De quais argumentos se vale para defender este ou aquela

Apenas ouvindo dá pra avaliar radicalismos

Machismos, feminismos, sexismos, oportunismos

“Boa” índole escorada em raízes preconceituosas

Conhece-se o que tem valor ou é prioridade para o outro

Percebe-se o peso do dinheiro, da fama

Nota-se o (des)respeito pelas pessoas

Vê-se a quantidade diferente de pesos e medidas

Usados para defender ou acusar

Independente do sexo ou idade de cada um

Tendo ou não havido estupro

Sinto-me violentada por tudo isso

Podemos nunca vir a conhecer a veracidade nesse caso Neymar

Mas conheceremos muito da alma de pessoas ao nosso redor

Que irão nos surpreender

O modo como nos portamos frente às situações alheias

Mostra muito de nós mesmos…

Fiquemos atentos!

Alda M S Santos

Minha arma me salvou

MINHA ARMA ME SALVOU

Tive uma arma na cabeça, levei coronhadas, desmaiei

Fui trancada no porta-malas e deixada na cidade vizinha por um jovem drogado

Idade? Não sei!

Apesar do medo e das lágrimas, de ter implorado para me deixar para trás, fui levada

Sei que acredito piamente que o que me salvou foi o olhar de piedade que lancei a ele

Aqueles olhos vermelhos que carregavam maldade e sofrimento

Olhar que nunca esqueço e que ainda assombra nos meus pesadelos

Era véspera do dia das mães, perguntei por sua mãe…

Se ali eu tivesse uma arma ou ódio no coração

Certamente não estaria mais aqui…

Nem por isso acredito que bandido bom é bandido morto

Não é que eu seja boazinha ou tola

Eu prefiro revidar apenas o amor…

Enquanto puder usarei apenas essa arma

Eu acredito na força poderosa do amor contra o que machuca

É essa arma que terá a capacidade de reduzir qualquer mal

Alda M S Santos

Violência, carregando…

VIOLÊNCIA, CARREGANDO….
De pouquinho em pouquinho é que tudo se agiganta
Uma greta aberta na porta permite pequenas entradas da leve e desejada brisa
Que logo se alarga e não controla o vendaval
Uma pequena fagulha num terreno seco
Logo se torna um incêndio de proporções incontroláveis e destruidoras
Um pequeno vazamento de água subterrâneo pode jogar casas inteiras ao chão
Pequenas permissões são aval para grandes intromissões
Uma vez esfregada a garrafa a rolha deixa escapar o gênio
Que pode não querer voltar para lá
Um grito, uma agressão verbal ou um “simples” desrespeito
Na vida pessoal, social, religiosa ou política
Que são aceitos, permitidos ou ignorados
São a fresta na porta, a fagulha do fogo, o vazamento subterrâneo em nossas vidas
O gênio da violência que escapa e não quererá voltar
Todo grande evento começa devagarzinho
De modo a ter impedido ou controlado seu crescimento e evolução…
Alda M S Santos

Hematomas emocionais

HEMATOMAS EMOCIONAIS

Aquela marca roxa na pele, nos músculos, nos olhos

Dolorosa, feia, sensível ao toque, extravasamento de sangue sob a pele

Sinal de algum trauma mecânico, reação orgânica a pancadas

Fácil de se perceber, notar

Vai mudando de cor, clareando, até sumir

A cura vem com o tempo, o organismo absorve o sangue retido ali

Nada mais se pode fazer para acelerar…

E quando os traumas são emocionais?

Qual a cor deles?

Onde o sangue fica retido?

Onde ficam os hematomas?

Alguém vê, trata, medica, cura?

Os hematomas das pancadas e traumas emocionais não têm cor

No máximo, o amarelo da tentativa de sorrisos

Tampouco têm brilho, o olhar é fosco

Mas têm dor, profunda, latente na alma

Tem peso no olhar, nas costas, na reclusão social, no andar encurvado

Se os hematomas emocionais tivessem cor seriam transparentes

A cor das lágrimas engolidas que se acumulam no coração e ninguém vê…

Alda M S Santos

Assassinato!

ASSASSINATO!

A mulher é a que mais sofre em qualquer tipo de relacionamento abusivo

Antes, durante ou depois!

E nessa sociedade machista ela sempre será responsabilizada:

“Se ele a agredia, ela deveria ter ido embora”

“Se ele a maltratava, algo ela fez para merecer”

“Se ele agia assim ela poderia tê-lo mudado, não foi boa esposa”

E ela, junto dele ou não, não importa quais vidas estaria protegendo,

Ninguém considera!

A mulher é sempre a responsável por um relacionamento falido que envolve dois

Por que ela não saiu?

Considerando em qual situação seria menos culpabilizada, oras!

Mas se quiser ter um depois, e tiver consciência para tanto,

O ideal sempre é sair desse tipo de relacionamento

Pois uma hora ela pode “pular” pela janela

Fugindo a tantas agressões, fugindo para outra vida

E ainda ser considerada mulher de bandido que gosta de apanhar…

Alda M S Santos

Uma nova chance

UMA NOVA CHANCE

Uma vida ameaçada, uma vida em risco

Uma arma de fogo, um olhar de sangue, triste, mau

Lágrimas, desespero, pedidos de clemência

E tudo ficou escuro…

Quanto tempo? Não se sabe…

Um ano se foi…a lembrança fica

A vida foi poupada- por quem, por quê?

Por quem a ameaçou, sim

Por Deus, com certeza!

Para entender seu amor e constante proteção!

O escuro ainda retorna, incomoda, dói

Uma nova chance foi dada

E precisa ser aproveitada!

Quantas vezes temos a vida poupada sem percebermos

Quantas novas chances foram-nos dadas e não aproveitadas

Quantos anjos Deus já nos enviou e nos salvaram de perigos iminentes apenas por amor

Quantos “anjos” agem de longe por nós, para nós, machucam-se, sem sequer notarmos?

Que o escuro que ainda aparece e amedronta

Seja apenas para fazer a luz ser mais brilhante…

Que o amor e bondade vençam sempre!

Em todos os corações…🙏😇

Alda M S Santos

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