CENSURA POÉTICA

Nem tudo que se quer

Percebe, capta ou sente

Convém virar poema

Poderia ser mal interpretado

Traduzido do modo errado

Não condizente com o real

E tornar-se um grande mal

Censura poética…

Nem tudo que se quer

Percebe, capta ou sente

Seria recebido como poesia

Transmutada em palavras

Em versos, em rimas, em beleza, em magia

Censura poética…

Nem tudo que se quer

Percebe, capta ou sente

Pode ser gritado ou calado nos versos de um poema

O amor e a dor seriam confundidos

A alegria e tristeza mesclados

A esperança e a saudade exaltados

O erro ou o dolo perdoados

Censura poética…

Pura bobagem,

Não há censura que cale a voz da alma de um poeta

Não há censura que impeça a conexão com o leitor

Ou que tape seus ouvidos para o canto de um belo poema, faça-me o favor…

Censura poética? Que horror!

Alda M S Santos