BARQUINHO DE PAPEL
Somos um barquinho de papel descendo na enxurrada
Vamos velozes, “casco” sendo danificado nas águas que desconhecem paradas
Por vezes, encalhamos nos entulhos do caminho
Ou naqueles que se desfizeram invadidos pelas águas
Ora esbarramos noutro barquinho desfalecido e diminuímos a velocidade
Ora preferimos seguir juntos, lado a lado
Com quem nos aprecia, admira e encara conosco essa travessia
Não sabemos a rota, por onde iremos passar
Ou se seremos interrompidos antes de lá chegar
O destino é o mar
Quando ou se chegaremos, não sabemos
Tampouco se gostaremos do que iremos encontrar
Por isso, vamos valorizando cada curva do caminho
Cada criança sorridente a brincar
Cada companhia saudável que surge
O que vale é tentar não afundar e não afundar ninguém
O que vale é navegar…
Alda M S Santos