MEDOS
Não há tamanho valentão
Que nunca tenha sido acometido pelos medos.
Negou, fugiu, se entregou, ainda que não tenha admitido,
E, por fim, acabou por enfrentá-los.
A angústia maior é não ter acesso direto a eles,
Poder confrontar face a face, em pé de igualdade.
Na verdade, os medos é que são covardes,
Escondem-se onde temos dificuldades de acessá-los.
Se tivessem a ousadia de se mostrar, viriam,
E nos encontrariam de mangas arregaçadas,
Independente de nosso tamanho,
Saberiam que não dá para habitar
Onde habita uma coragem alicerçada na fé.
Alda M S Santos