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Nesse incêndio

NESSE INCÊNDIO
Labaredas para todo lado
Fumaça que cega a visão
Tosse, obstrução do pulmão
Fica difícil raciocinar claramente
O calor entorpece a mente
O que fazer?
Arrombar portas e janelas à força
Aguardar os bombeiros, buscar culpados
Tentar ajudar quem está pior
Chorar, praguejar, lamentar
Clamar a Deus por salvação
Lançar-se no espaço para fugir da opressão
Quem é você nesse incêndio
Em que nossa existência está sob chamas?
O que foge, o que ajuda, o que espera
O que se desespera, o que acusa, o que chora, o que ora?
Quem?
Alda M S Santos

O fogo de todos os dias

O FOGO DE TODOS OS DIAS

“Tanta coisa nova aí sendo queimada e estão preocupados com velharias…”

Triste fala de um jovem sem educação ou “cultura”

Até que ponto podemos culpar quem pensa assim?

Estamos em chamas há tempos e ninguém se dá conta

Memórias são destruídas, histórias apagadas

Quem se importa?

Crianças são separadas das mães em nações de primeiro mundo

Políticos corruptos roubam a esperança dos cidadãos

Famílias inteiras viram cinzas destruídas, “queimadas” pelo tráfico

Quem se importa?

Religiosos de má índole queimam na chama da luxúria a fé dos fiéis

Intolerância, barbárie e preconceito de toda (des)ordem ceifam vidas

Saúde precária, educação idem, segurança zero

Pobreza, miséria, drogas e desesperança

Como culpar um jovem que não consegue valorizar um passado

Do qual não se sente parte

Se não vê preocupação ou investimento em seu presente

Aquele que ele queima nos baseados e no crack todos os dias

Aquele que ele sente queimar no estômago, na pele, nos medos?

Tudo para ele são chamas!

Quem se importa?

Nosso passado sendo lambido pelo fogo, destruído

Nosso presente sendo queimado, não construído

Nosso futuro, que será dele sem esperanças e estímulo?

Enquanto isso o que se apresenta como solução

É o olho por olho, dente por dente…

Estamos caminhando para um mundo cego e desdentado

A fala desse jovem mostra que nossa cultura está em luto há tempos

Mas quem se importa?

Para entender o passado, sentir-se parte dele, é preciso educação

Só assim é possível viver e lutar por um presente mais justo

E sonhar com um futuro mais humano e igualitário…

Alda M S Santos

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