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Oito bilhões

OITO BILHÕES

Um número meio difícil para a imaginação
Sabe-se que é muita gente nessa dimensão
Somos nós, humanos por aqui, seguindo
Estamos mais destruindo ou construindo?

Quais as medidas deveriam ser usadas
Para saber se estamos crescendo nessa empreitada
Avançamos muito em números absolutos
Somos um povo bom, capaz, impoluto?

O que conquistamos foi a custa de quê?
Destruímos natureza, civilizações, qual o porquê?
Lá do alto a Criação está triste e atenta
Observando quem causa guerra, quem as apascenta

Imagina se fôssemos oito milhões de gente diferente
De mãos dadas, irmanados, seguindo em frente
As chances de sermos maiores, sobreviventes incansáveis
Passam pelo coração, por ações autossustentáveis

Alda M S Santos

Celeiro humano

CELEIRO HUMANO

Palavras podem ludibriar, enganar

Comportamento é sempre claro, não mente

Boas pessoas: boas ações

Más pessoas: más ações

Certo? Não necessariamente!

Comportamento não é previsível, não é matemática

Emoções não são uma ciência exata

Boas pessoas erram, aprendem

Más pessoas acertam, mudam, melhoram

Errar, cair, aprender, crescer, evoluir

Tudo isso é inerente ao ser humano

Não existem humanos santos

Anjos não vivem aqui, estão muito além de nós

Nesse grande celeiro humano

Há grãos de todo tipo e formatos

Em diferentes fases de maturação

E cada qual atinge seu ápice no tempo certo

Ser maduro é bom, é nosso objetivo

Mas não se chega lá sem antes ter sido verde…

Alda M S Santos

Confusão no ninho

CONFUSÃO NO NINHO

Uma barulheira próxima ao pingo de ouro no jardim

Atenta, observo tico-tico entrar e sair dali várias vezes com galhos no bico

Quando ela sai vou verificar: dois ovinhos num dia, três no outro

Quero ver o momento em que o pássaro preto, chupim, entra e bota seus ovos

E o tico-tico continua a chocar ovos alheios como seus

Mas esse momento nunca consigo “pegar”

Só dias mais tarde é que percebemos tico-tico orgulhosa do filhotinho

Chupim filhote, bem maior que a mamãe tico-tico

Criando o filhotinho de outra espécie, sem saber, enganada

Ou será que sabe?

Infiltra-se no ninho do outro, destrói vidas

Pois o chupim nasce primeiro e acaba por matar os tico-tico que chegam de fome

Como pode atitude tão oportunista de um ser que sequer pensa?

Não monta seu ninho, não choca, não cuida

Quer apenas aproveitar do que encontrou pronto…

E tico-tico mãe cuida, alimenta, protege…

Fosse no mundo dos humanos, por muito menos

Seria tragédia na certa!

Será que aprenderam conosco esse oportunismo

Ou ainda têm algo a nos ensinar que não percebemos?

Alda M S Santos

Cercas elétricas

CERCAS ELÉTRICAS

Como o ser humano está evoluído! Estão construindo cerca elétrica para barrar a entrada de imigrantes na Hungria. Sensores de calor, autofalantes com mensagens intimidatórias multilíngue, descargas elétricas…

Tecnologia de ponta usada contra refugiados das guerras e miséria que chegam à Europa, maioria de mulheres e crianças!

Outras planejam construir muros! Num mundo criado por Deus para todos nós! Que inteligência é essa? Que coração é esse?

Como podemos nos sentir diante de uma situação dessas? Envergonhados por sermos humanos?

Quem comete pior crime? Aqueles que guerreiam, expulsam e matam outros seres humanos, ou quem recusa a eles asilo e uma chance de sobrevivência?

Não sou ingênua, sei dos problemas que podem advir de populações de imigrantes, principalmente refugiados de guerra, em outras nações.

Superpopulação, miséria, desemprego, fome, doenças…

Mas a maioria não quer é abrir mão do conforto, dos desperdícios, da ociosidade.

Sei que não é fechando as portas de modo tão grosseiro e cruel que o problema será resolvido.

Somos todos humanos, afinal! Mesma espécie! Ou não somos?

Recebê-los, na medida em que cada nação pudesse absorver, não custaria tanto a ninguém, tampouco às nações de primeiro mundo.

“O que vocês fizeram com as criancinhas que eu lhes confiei”?

Seríamos capazes de olhar nos olhos Dele e dizer, “fechei-lhes as portas”.

Sequer as mandam voltar para casa, visto que não possuem mais casa.

Uma descarga elétrica é mais “limpa” para fazer o trabalho “sujo”.

A cerca já foi construída em seus corações faz tempo.

Alda M S Santos

Apenas uma gotinha

APENAS UMA GOTINHA

Somos apenas uma gotinha infinitesimal 

Em meio aos mais de sete bilhões de habitantes desse planeta.

Somos apenas mais um em meio a povos famintos de alimentos, de água, de saberes, de saúde.

Somos apenas mais um em meio a povos “evoluídos” intelectualmente, financeiramente, culturalmente…

Somos apenas mais um em meio a povos “religiosos” que se matam em nome de um Deus que acreditam obedecer.

De uma ponta a outra dessa Terra, podemos ser tão diferentes que nem pareceremos humanos uns perante os outros.

Mas uma coisa nos iguala: a necessidade de ser importante na vida de alguém.

Todos, todos nós buscamos isso, queremos isso, fazemos qualquer coisa por isso.

Passar por aqui e não ficar impresso na alma de alguém é ser finito.

Essa característica básica deveria ser capaz de nos aproximar mais uns dos outros, ao invés de nos afastar.

Selecionamos tanto, escolhemos tanto, afastamos muitos! 

Uma coisa é certa: não somos melhores que ninguém!

Apenas uma gotinha num vasto oceano.

Mas ser importante para alguém nos torna o próprio oceano.

Alda M S Santos

Denominador comum

DENOMINADOR COMUM
Qual é o verdadeiro denominador comum da humanidade?
O que realmente nos qualifica como seres da mesma espécie?
O que nos “evoluiu” de primatas para homo sapiens?
Homens e mulheres que nascem, crescem, se reproduzem e morrem? Primatas também.
A capacidade de raciocínio e de sentir emoções?
Muito simplista e vago!
Entre o nascer e o morrer é que está a incógnita.
Independente de gênero, idade, raça, credo, cultura ou nível social,
O que nos assemelha são os sonhos, as necessidades, a vontade,
As expectativas que criamos, os objetivos que projetamos.
Desde uma criança da Somália a um idoso do Japão,
Passando por um jovem craque das quadras
Ou por uma moça do crack dos becos
Uma gerente de multinacional ou uma gestora do lar
Todos, todos temos sonhos!
Pode ser desde a facilidade para encontrar o pão ou um teto,
Um emprego decente, uma família unida, amigos verdadeiros,
Um amor que nos complete, nos aqueça a alma e o coração,
A efetivação de uma nova invenção tecnológica,
Ou a descoberta da cura de uma doença fatal.
São diferentes, mas são sonhos. Todos eles!
Expectativas que procuramos concretizar.
Sonhos não morrem, sonhos hibernam em nós como ursos
Ao primeiro barulho acordam famintos e bravos
Prontos para buscar o que precisam para viver.
O dia em que os sonhos acabarem, acabará em nós o brilho,
Acabará em nós a vida e o amor.
Esse é nosso denominador comum!
Alda M S Santos

Nossa humanidade

NOSSA HUMANIDADE

Um ser humano, no ápice de sua capacidade mental, pode ser capaz de dominar altas tecnologias, ter inteligência de gênio, viajar a jato, quase na velocidade da luz, desbravar outros mundos, outras galáxias, decodificar o mapa genético, eliminar os males físicos e mentais, controlar e entender a complexidade dos seres animais, vegetais e minerais, prever o futuro, ignorar o passado, prolongar a vida…

Porém, se não tiver olhos, alma e coração para conhecer-se a si mesmo a fundo, e para sentir o que o outro sente, tocá-lo, corpo e alma, dar carinho, afeto, com o intuito de auxiliar o irmão tão próximo que necessita, infrutíferas serão todas as demais habilidades.

Todas elas só valem se servirem para melhorar nossas vidas e dos nossos semelhantes, sem danificar essa magnífica natureza, que é presente divino.

Como disse o maior Mestre, que tenhamos vida, e a tenhamos em abundância!

Alda M S Santos

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