RUMO CERTO OU À DERIVA?
Tão claro, tão certo, a princípio seguimos o rumo de olhos fechados
Carregamos qualquer peso, corremos, caminhamos
Mergulhamos, sem saber nadar
Saltamos qualquer obstáculo dignos de atletas
Voamos, se preciso for…
Enfrentamos leões, caminhamos sobre brasas
Sorrimos, choramos, vibramos, mas o rumo a seguir não deixa dúvidas
O barco segue seu curso sem bússolas
Dores, doenças, tristezas, não há, ou são superadas rapidamente
Qualquer pirata ou atravessador é vencido
Os caminhos podem variar, mas o rumo é certo!
Criar os filhos, bênçãos que recebemos como presentes
Que nos foram confiados e são tão dependentes de nós
Não deixa qualquer dúvida quanto ao caminho a seguir
É tudo por eles, para eles e pronto!
Saúde, educação, diversão, tudo em função deles
Ter vidas para cuidar é um objetivo nobre que nos motiva e dá sentido ao existir!
De repente, eles aprenderam o ensinado, ficaram independentes
Não precisam mais tanto de nós, buscam seus próprios rumos
E nosso rumo que era tão claro fica meio nublado
Nosso barco fica meio à deriva
Um mundo tão cheio parece se esvaziar, o peito aperta muitas vezes
As dores, doenças e tristezas já não passam tão rapidamente
Reaprender caminhos leva tempo, acostumar-se a não tê-los grudados, idem
Encontrar o rumo novamente, sem tantos “afazeres”, até automáticos, demora
Mas a certeza de tê-los deixado num caminho tranquilo
Nos permite ter paz e orgulho
Sensação de dever cumprido!
Novos rumos aparecerão…e o farol estará sempre aqui.
Alda M S Santos