CAIU, QUEBROU…E AGORA?
Bela, frágil, delicada
Caiu, quebrou, vários pedaços cortantes
Entornou, molhou, feriu, machucou, sangrou
E agora?
Junta tudo, enrola num jornal, põe para o lixeiro
Cristal quebrado não tem conserto!
Caiu, quebrou…e agora?
Guarda todos os cacos num cantinho como lembrança, revisita, faz um concerto dentro de si
Afinal, teve seus dias de glória, conta uma história especial e bonita
Caiu, quebrou…e agora?
Segue faltando pedaço, adapta-se ao que restou, meio vazio, meio cheio, entornando por aí
Caiu, quebrou…e agora?
Cola cada pedacinho como der, com cuidado para não mais se ferir
E continua a servir o doce vinho, o amargo Campari
Ou a borbulhante champanhe
Celebrando a vida…
Cada “cicatriz” a torna única, original, ímpar
Sinal de queda, mas também de vitória, aprendizado e sobrevivência…
Caiu, quebrou…e agora?
Cole! Seja o cristal ou a vida!
Alda M S Santos