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Estoque baixo?

ESTOQUE BAIXO?

Estender a mão é sempre um risco

É submeter-se à avaliação, é dar a cara a tapas

Ora rotulados de superiores, de “ego enorme”

Ora de inferiores, carentes e de baixa autoestima

Na verdade, estender a mão ao outro é estendê-la a nós mesmos

E nos reconciliarmos com nossas próprias falhas

Nossos vazios e necessidades

Enxergar o que o outro precisa é ter sentido aquela falta em algum momento

É temer evidenciar aquilo num futuro

É abastecer duas almas simultaneamente

Estender a mão oferecendo algo é dúbio

Pode ser doar aquilo que temos sobrando em estoque

Mas também é, por vezes, um modo de receber

Aquilo que estamos necessitados no hoje

Ou não queremos deixar baixar o estoque para o futuro…

Alda M S Santos

#carinhologos

Mendigando sentimentos

MENDIGANDO SENTIMENTOS
Preocupamo-nos muito com aqueles que vemos jogados nas ruas
Esparramados num chão quente, sujos, à mercê da bondade ou maldade humanas
Enfrentando as intempéries, comendo o que ganham, corpos implorando por um banho.
Porém, ignoramos ou somos ignorados quando tudo em nós indica outra necessidade,
A de sentimentos, a mendicância emocional.
A começar dentro de nossos próprios lares:
Um filho que se rebela na escola, outro que se enfurna no quarto e nos eletrônicos,
A filha que se esconde em cabelos roxos ou roupas rasgadas, o cônjuge cada dia mais calado.
Cada qual num cômodo da casa, com sua TV, seu tablet, seus celulares, seus “amigos”.
Amigos virtuais aos montes, amigos reais metem medo, geram ojeriza.
Quanto mais se tem, menos se vê, nos próximos, nos distantes, em nós mesmos.
Necessidades que o dinheiro não compra.
São silêncios que gritam, que mendigam amor, atenção, carinho.
Nunca se teve tantos meios de comunicação à disposição e nunca nos entendemos tão pouco!
A Medicina, a Ciência, a tecnologia avançam, mas, para acompanhá-las, perdemos o que temos de mais humano, nossas emoções. Augusto Cury é especialista no assunto.
Jamais houve tanto acesso aos conhecimentos e jamais fomos tão ignorantes!
Nunca tanto se falou de amor, mas nunca se amou tão minimamente,
Tão confusamente, tão perdidamente, tão insatisfatoriamente.
Se um dia desligássemos tudo, pane global e irreversível de comunicação eletrônica, era digital nível zero, a que ponto voltaríamos?
Cartas perfumadas, bilhetes de amor, bate papo no portão dos vizinhos, na praça da igreja?
Será que alguém ainda sabe escrever uma carta manuscrita?
Conseguem conversar olhando nos olhos, sorrindo, acariciando a alma?
Brincar de esconde-esconde, queimada, pular corda ou jogar bola de gude, interagir?
Pagaria qualquer preço para voltar ao ponto no qual perdemos a capacidade de identificar e atender a necessidade de amor de todos que nos cercam.
Pagaria qualquer preço para reduzir o número de mendigos emocionais, para não me tornar uma.
Alda M S Santos

Carências

CARÊNCIAS

Pessoas bondosas, solidárias, amorosas e generosas ajudam os outros, dão aquilo que não usam mais. 

Sempre oferecem aos necessitados aquilo que lhes sobra, que não é utilizado, supérfluo.

Não acumulam nada, passam para frente qualquer excesso. 

Certo? Também!

Porém, o grande desafio que se impõe, a prova maior de amor é dar o que temos, ou que buscamos, que usamos, precisamos. 

Não necessariamente apenas bens materiais ou recursos financeiros. 

Quem ama verdadeiramente compartilha, doa até o que não tem, o que não dispõe, o que precisa buscar dentro de si. 

Distribui aquilo que não se compra, pois não tem preço.

Paciência, tempo, compreensão, carinho, diálogo, amor…

Dão mais que um prato de comida ou uma veste, alimentam a alma. 

Compartilham aquilo que multiplica quando se doa. Benefício bumerangue.

Tantas vezes flanamos por aí contrafeitos, “superiores”, com um verniz de alegria…

Contudo, muitas são as carências humanas, mas a maior delas, a que todos temos e nem sempre são visíveis, se supre com algo que o dinheiro não paga: 

AMOR!

Alda M S Santos 

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