NO BALANÇO DA VIDA
Nesse balanço que vai e vem
A gente chora e se alegra também
Num constante sobe e desce
Somos quem ora envelhece, ora rejuvenesce
No balanço da vida tentamos ser parceiros
Amigos, amantes, companheiros
Na rotina às vezes cansativa e entediante
Podemos ter muitos momentos inebriantes
Tal qual areia da praia sob ação das ondas do mar
Ou dos coqueiros entregues ao intenso ventar
Não se quebra, se adapta, é resiliente
Sempre produz, às intempéries é indiferente
O que pode ser um grande diferencial
É manter viva a criança, seguir esse tutorial
De brincar sempre, se brigar fazer as pazes
A vida passa rápido com seus momentos fugazes
Alda M S Santos
DE QUANTOS?
De quantos nãos se faz uma decepção
De quantos medos se faz uma coragem
De quantos abandonos se constrói uma muralha
De quantas valentias e covardias se fazem um herói
De quantos tanto faz se faz um desistir
De quantos passos trôpegos se faz uma marcha firme
De quantos cuidados o amor se alimenta
De quantos sorrisos se faz um encanto
De quantas lágrimas a saúde emocional sobrevive
Quantos abrir mão o amor é capaz de suportar
Quantas descargas emocionais o coração aguenta sem sofrer um colapso
De quantas promessas não cumpridas se faz um desamor
Quantos “felizes para sempre” somos capazes de destruir, incólumes
De quantos mergulhos rasos se faz uma vida superficial
De quantos “tudo bem” se molda uma máscara
De quantas demolições internas e externas precisamos para reconstruir
De quantas saudades se faz um existir?
De quantos(as)?
Gostaria de saber…
Alda M S Santos
SIM, NÃO, TALVEZ
O sim remete a alegria, estado de graça, felicidade extrema
Satisfação, prazer, gozo total.
O não quase sempre é tristeza, é dor aguda, é golpe certeiro,
Lágrimas, reclusão, introspecção
O talvez é expectativa, nem sim e nem não
Talvez é espera oscilante, vascilante
Vai do quase sim ao quase não
É uma quase alegria, uma quase tristeza
É indecisão, é dor crônica
Talvez é brincadeira de balanço,
Ora lá em cima, ora cá embaixo
E não são todos que apreciam a adrenalina dos balanços
As emoções antagônicas dos “talvez”
Preferem os pés no chão,
Sentados no banco da pracinha
Vivemos entre o sim, o não e o talvez
Podemos até abolir os “talvez”
Mas nunca seremos só sim
Nunca seremos só não
E transitar do sim para o não
Já dá o balanço doloroso ou prazeroso da vida…
Alda M S Santos
TOMBOS
Pode ser muito bom estar no alto,
Mas tudo que sobe, desce.
E quem te ajudou a subir,
Pode te ajudar também numa descida,
Leve e tranquila, ou te derrubar de uma só vez.
O contrário também é válido,
Quem, aparentemente, te mantinha embaixo,
Pode ajudar a te elevar.
Ora estamos em cima, ora embaixo.
Todos nós! Uns apenas disfarçam melhor.
Equilíbrio, sabedoria, solidariedade e harmonia
São fundamentais na gangorra da vida!
Alda M S Santos
ELE ESTARÁ CONOSCO
Fim de ano. Tempo de retrospectivas.
Análise de vitórias, atropelos,
Alegrias e lágrimas.
Tempo de colocar a vida na balança, de fazer balanço.
Do amor que foi dado,
Da amizade partilhada,
Dos sorrisos distribuídos,
Das dores causadas,
Das gentilezas poupadas…
Do amor perdido…
Amor perdido?
Amor nunca é déficit na balança emocional,
Amor sempre será superávit, capital de giro, gerador de vida.
É tempo de renovação, de planos, de recomeço.
Lamentar é perda de tempo.
Bom mesmo é sentar no balanço silencioso de uma praça,
No meio do mato ou da mata,
Conversar com Ele, agradecer e confiar.
Sem sermos carrascos de nós mesmos.
Ele entende nossas falhas, nossas lutas, nossos desejos.
Vamos engolir o choro,
Abrir um sorriso.
Esse ano Ele esteve conosco…
Ano que vem, Ele estará também!
Feliz Ano Novo!
Alda M S Santos