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Boa ou doída lembrança?

BOA OU DOÍDA LEMBRANÇA?

Que despertamos na memória das pessoas:

Boa, ruim, doída ou gostosa lembrança?

Uma tia baiana que nos “cedeu” sua cama de casal numa visita

E que vi apenas uma vez, faz aniversário hoje…

Lembrar dela é lembrar dessa delicadeza

Com toda sua simplicidade, deixou marca boa, de cuidado, há mais de 25 anos

Temos em nós diferentes marcas, boas ou ruins

Impressas na alma tal ferro em brasa, tal digital

Que nos fazem gratos, saudosos, tristes ou resignados

Qual será a marca que temos deixado na alma dos outros

Daqueles que passaram por nós e ficaram para trás por variados motivos?

Será que são agradecidos ou inconformados?

Será que se lembrarão das delicadas ações

Das “camas” que cedemos, da amizade, do amor, do sorriso, do carinho

Do pouco que tínhamos ou podíamos, e cedemos, como tia Maria Helena fez

Ou da sovinice, maus tratos, críticas, reprovações, lágrimas?

Deixamos como lembrança algo amargo que querem apagar,

Ou doce, digno de ser lembrado e saboreado?

Qual a marca que deixamos naqueles que conosco conviveram?

Alda M S Santos

Uma questão de justiça

UMA QUESTÃO DE JUSTIÇA

Não se faz justiça quando igualamos o que é distribuído, mas quando equalizamos

A justiça não se faz quando todos ganham o mesmo pedaço de pão

Mas quando o pão que recebem mata sua fome, sem falta ou desperdício

A justiça não se faz quando todos recebem a mesma quantidade de afeto, de beijos e abraços

Mas quando o carinho recebido é na medida certa para suprir sua escassez

A justiça não se faz quando todos recebem o mesmo cobertor, o mesmo calor

O mesmo afago e o mesmo amor

Mas quando é observado o frio de cada um, a carência de amor de cada um

A justiça não se faz dando tudo no mesmo formato e quantidade

A justiça se faz quando cada qual, diferentes no modo de ser e agir

Recebe de acordo com suas necessidades…

Alguém que “recebe” o que não precisa

Alguém que toma o que não lhe pertence

Está deixando um outro necessitado

Um ser humano consciente sabe disso, sente isso

E tenta equilibrar a balança

Como um pai cuidadoso e observador faz com os filhos

Como o Pai, Mestre do Amor, faz conosco…

Alda M S Santos

Encastelados

ENCASTELADOS

Encastelados em nossas verdades ficamos (des)confortáveis

Com tantas certezas imutáveis, guardados entre tantas paredes, portas e janelas

Mas que não se abrem, distantes de todos…

Entre príncipes, princesas, reis e rainhas belos, ricos, superiores

Acreditamos estar protegidos do que é verdadeiramente real

A vida fora das paredes antigas daquele lindo castelo ou masmorra em que nos metemos

De uma plebe genuinamente grande, carente e nem sempre tão fiel

Onde príncipes são pessoas comuns, odiosas, às vezes

Princesas nem sempre são doces e obedientes com suas longas tranças loiras

O cavalo, quando existe, manca, dá coices

Madrastas são guerreiras, lindas ou não, lutadoras do borralho

Bruxas ou fadas são mulheres que conquistam a cada dia seu espaço com doçura, ferocidade e encanto

Príncipes são homens que sabem se encaixar na carruagem dessas novas princesas, serem parceiros

E o “felizes para sempre” é apenas início de uma luta diária…

Encastelados parecemos protegidos…falácia

Certezas podem ser confortáveis, mas são limitadoras

O que tem mesmo poder de melhorar nossas vidas e, quiçá, o mundo

São nossas dúvidas…

Vamos abrir as portas dos castelos de nossa existência!

Alda M S Santos

Labaredas ou cinzas

LABAREDAS OU CINZAS?

Pequena chama, altas labaredas

Apenas brasas, fumaça, cinzas…

Somos fogo, todos, em suas várias etapas de combustão:

Eclodindo, propagando,

Em continuidade, se extinguindo…

E cada etapa de nossa vida pode estar num desses estágios.

Podemos estar eclodindo profissionalmente,

Nos propagando em âmbito familiar, em continuidade amorosamente,

Nos extinguindo em outras áreas. 

Claro é que fogo não se mantém onde não há combustível e comburente.

E para se propagar e ser contínuo o fogo necessita de condução.

Somos nós que podemos iniciar uma reação em cadeia,

E levar chamas para onde é quase cinzas. 

E, assim, manter o calor em todas as áreas de nossas vidas. 

Alda M S Santos

A corrente que mata gente

A CORRENTE QUE MATA GENTE
“A corrente que mata gente, quem tem medo sai da frente!”
Adorava essa brincadeira de criança!
Além da diversão, elas sempre nos deixam uma lição.
Na rua, um número grande de crianças,
Unidas lado a lado com os braços passados pelos ombros do outro.
Seguiam a rua cantando:
“A corrente que mata gente, quem tem medo sai da frente!”
Quem viesse em sentido contrário tinha três opções:
Juntar-se à corrente, que seguia cantando e mais forte,
“A corrente que mata gente, quem tem medo sai da frente!”
Voltar e fugir dela o mais rápido possível,
Formar uma nova corrente para enfrentá-la de igual para igual.
Enfrentar a corrente sozinho não era uma opção, era kamikaze demais.
Crescemos, mas a “brincadeira” continua.
“A corrente que mata gente, quem tem medo sai da frente!”
Ficam algumas questões importantes no ar.
Diante das correntes que “matam gente” que se formam por aí:
Nós as abraçamos? Concordamos com elas?
Lutamos sozinhos? Fugimos?
Formamos corrente contrária?
A lição da infância que fica é:
A brincadeira fica mais interessante quando não há apenas uma corrente.
Quando há pelo que, por que e por quem lutar!
“A corrente que mata gente, quem tem medo sai da frente!”
Ela está aí e sabe que temos força! Vamos esperar ser esmagados?
Alda M S Santos
Foto Google.

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