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poemas e reflexões da vida cotidiana

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A vida tá rolando

A VIDA TÁ ROLANDO
Costumamos viver uma vida em espera. Sempre nos preparando para o futuro, para quando algo acontecer.
Quando eu me formar, vou me dedicar mais aos amigos.
Quando tiver um trabalho melhor, poderei me divertir.
Quando estiver com a cabeça boa, farei uma pós-graduação.
Quando emagrecer uso um biquíni e vou para a praia.
Quando estiver mais equilibrado, poderei amar alguém, me envolver, me entregar.
Quando trabalhar menos, ou tiver companhia, farei atividades físicas.
Quando estiver com as contas em dia, terei filhos.
Quando me aposentar, dedico mais às atividades da igreja e poderei viajar.
Quando tiver tempo e coragem, vou viver…
E por aí vai… São muitos os quandos e os ses.
Assim, vamos adiando. Adiamos o nosso viver. Porém, a vida continua rolando… Pessoas vão e vêm.
O tempo vai passando, as oportunidades também.
É certo que precisamos ponderar, refletir sobre o momento certo para muitas coisas. Mas isso não pode gerar impedimentos para agir. Não podemos viver de esperas! É preciso viver enquanto aguardamos o melhor momento, a pessoa certa, a situação favorável, a boa saúde. A qualquer hora podemos ser interceptados pelo destino.
Uma grande verdade que ignoramos, muitas vezes, é que o que temos de certo é o hoje. É nele que devemos viver.
Carpe diem!
Alda M S Santos

Quero ficar aqui!

QUERO FICAR AQUI! 

Ah, quero ficar aqui. 

Coração angustiado, cabeça pesada, corpo dolorido, vontade de hibernar como um urso. Tempo indeterminado.

É preciso que o desejo de nos “levantarmos” apareça primeiro no coração, na mente, para que o corpo obedeça.

Vontade de ficar aqui! 

Por quê? Sei lá! 

Ignoro o -“Vamos, um lindo dia te aguarda lá fora!”- que ouço de uma vozinha interior. 

Quero o direito de me entristecer, de chorar, de me lamentar, de gritar, de ter dúvidas, de ser preguiçosa, se for o caso. 

Quem disse que precisamos ser fortes todo o tempo? 

Quero virar para o canto, enfiar-me embaixo do edredom, voltar-me para mim mesma. 

Tantas vezes precisamos dessa limpeza! Que seja à base de orações, reflexões, lágrimas ou cama! 

Que o trabalho espere! Que o mundo espere! 

Eu sem mim mesma não sou nada para ninguém! 

Até breve! 

Alda M S Santos 

Buscando a alegria de viver

Segunda-feira, dia de recomeçar: a semana, a dieta, a ginástica, um novo amor, os planos, a vida… 

Dia de acordar com o pé direito, uma oração aos céus, vestir uma cor alegre no corpo, um sorriso brilhante no rosto, a paz na alma. 

Ignorar aquela angústia no peito, a saudade doída, os desejos secretos, os sonhos quase impossíveis. 

Se preciso, parar, respirar fundo, se aquecer ao sol, chorar. Lavar o que machuca, deixar espaço para o que faz bem. 

Trazer à memória o corpo saudável, a mente lúcida, mesmo turbulenta, o coração que ama além da conta, os amigos queridos, a família amorosa, mas principalmente, um Deus que nos acompanha em tudo. 

Segunda-feira, pode vir! E traga as demais. Estamos prontos! Seja breve ou seja longa, seja produtiva, menos dolorida, mais feliz. 

Alda M S Santos

Bom dia!

Eu amo você!

Eu amo: Uma expressão tão bonita, mas tão indevidamente utilizada que tem se tornado sem sentido, descartável, desvalorizada. Tornou-se corriqueira, trivial. Eu amo dormir, amo viajar, amo pizza, amo ginástica, amo vinho, amo dançar, amo Denzel Washington e amo você! Será que poderíamos colocá-los assim, no mesmo grau de importância? 

Para mim, coisas e situações a gente gosta. Pessoas a gente ama. E não são todas também não. Algumas a gente apenas gosta, aprecia, outras nem isso, são indiferentes ou até desgostamos. 

Nesse caso não sei se Denzel Washington seria pessoa ou coisa! 

Já parou para pensar a quantas pessoas poderíamos verdadeiramente dizer “eu amo você”? Confesso, já disse que amo, quando deveria dizer que gosto, para coisas, tipo amo aquele livro ou filme. Mas nunca disse que amo para uma pessoa sem verdadeiramente amá-la. 

Como saber se realmente amamos alguém? Claro, tem aquelas máximas: quando ela está sempre no nosso pensamento, viver sem ela é um tormento, a distância machuca e a presença torna tudo brilhante, queremos contar tudo pra ela, precisamos que nos conte sobre si, necessitamos fazer parte de sua vida, a urgência de tocar e ser tocado é grande… Esse “amor” mais passional, que quase todos conhecem, pode até nem ser amor, só o tempo é capaz de dizer. 

Às pessoas que eu amo, sempre tenho necessidade de dizer que amo, mesmo que não consiga! Apenas um bate-papo, um encontro, um alô, sempre têm que terminar com um “eu te amo”, “Deus te abençoe”, “se cuida”. Se isso não for feito, fica faltando algo. A elas desejamos o melhor, lutamos por sua vida, caminhamos juntos. São aquelas que nos despertam sorrisos facilmente, sentimos aquele bem-estar só de estar em sua presença. Mas também são as capazes de provocar as dores mais profundas, de nos arrancar lágrimas. Quando o mal as atinge é como se atingisse a nós mesmos. Quando nos magoam, dói, sofremos. E fazemos por elas coisas inimagináveis. 

Esse, de certa forma, é um amor condicionado à reciprocidade. É preciso retorno para se manter. Pode haver entre pessoas próximas ou distantes, mas precisa de alimento. 

Há ainda o amor soberano, o amor incondicional, aquele que não espera nada em troca, nem perfeição, nem reciprocidade. Aquele que Jesus tem por nós. O amor que nos permite dar a vida pelo outro. Literalmente, morrer no lugar do outro, se preciso for, ou não, apenas dando tudo que temos de melhor. 

 Nós, humanos, somos capazes de sentir tal amor? Se o verdadeiro amor fosse apenas esse, a quantas pessoas poderíamos dizer realmente, sem exageros, “amo você”?

Independente disso, somos humanos, falhos, e o amor que somos capazes de sentir não deve ser escondido ou aprisionado. Se sentimos que amamos de verdade, devemos dizê-lo. 

Ah, e Denzel Washington é uma pessoa que gosto!  

A vocês que eu amo, certamente sabem, pois digo sempre: eu amo vocês! 

E você, já disse a alguém hoje “eu amo você”?

Alda M S Santos

Viver de saudades

A palavra saudade é tão forte que só de ouvi-la já podemos sentir aquele aperto característico no peito. Às vezes, esse aperto pode ser doloroso, outras prazeroso, sempre nostálgico. 

Mas será que a saudade é um sentimento benéfico ou contraproducente? 

Penso que a saudade é sempre uma sensação de ausência, de falta. O que fará com que seja benéfica, ou não, será a capacidade que relembrar venha a ter de amenizar esse vazio, ou aumentá-lo. 

Podemos sentir saudades da casa da infância, dos irmãos e amigos da escola, de um animal de estimação, das brincadeiras na rua, de um parente que faleceu, das loucuras do primeiro amor, do primeiro beijo roubado, dos bate-papos na calçada até a madrugada, dos bailes da juventude, dos apertos da faculdade, do casamento, do nascimento dos filhos, de um sentimento que morreu ou adormeceu… São inúmeras as vivências que podem gerar saudades. 

As que conseguem gerar um sentimento de completude, de preenchimento do vazio, são aquelas nas quais nos envolvemos a fundo, em que não há arrependimentos, pois, em sua época, foram vivenciadas plenamente, ficaram para trás, mas geram lembranças boas, gostosas de reviver. Essa saudade é extremamente benéfica. Faz-nos rever bons tempos e nos anima a seguir em frente. Gera forças. 

Em contrapartida, há aquelas situações cujas lembranças não preenchem o vazio deixado. Reviver dói sempre, porque, em sua época, o viver, apesar de intenso, foi doloroso. Foi incompleto, não vivenciado como gostaríamos, deixou espaços em branco, arrependimentos, vácuos. Portanto, ao reviver, não se lembra apenas do que foi bom, mas do que poderia ter sido e não foi. Fica sempre a pergunta “por que não agi assim?”, “teria sido tão diferente se eu tivesse feito outra escolha!” Ao viver essa saudade sempre ficamos incompletos, com vontade de voltar no tempo e consertar certas coisas: estudos, empregos, amizades, amores. Fica, para muitos, um gosto amargo na boca, com a sensação de ter sido preterido pela vida. 

Essa saudade, que não gera preenchimento, tende a ser maléfica, porque nos paralisa, nos deixa inertes, impotentes, visto que não temos como voltar no tempo e reviver o que ficou faltando, o que nos causa dor. 

Os mais velhos tendem a sentir mais saudades, é natural, já tiveram mais experiências. São mais nostálgicos, mas não precisam ser tristes. 

De todo modo, se viver de saudades, por tempo demasiado, nos impedir de viver o tempo presente, seja qual tipo de saudade for, não será bom a médio e longo prazo.

Todos nós temos momentos maravilhosos para sentir saudades e relembrar, e outros que preferiríamos corrigir, consertar, ter outra oportunidade. Alguns talvez possamos fazer isso. A maioria, não. Na impossibilidade, quando essa saudade bater, aproveitemos para analisá-la, avaliar nosso comportamento, e usar desse conhecimento, dessa experiência, para sermos mais plenos em nossas vivências atuais. Aprendemos, por experiência própria, que as saudades mais dolorosas são daquilo que deixamos por fazer. Com isso em mente, poderemos viver mais plenamente e deixar para o futuro menos saudades dolorosas e mais razōes para saudades benéficas, prazerosas, intensas! 

Alda M S Santos 

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