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bichos

Um prisioneiro livre…

UM PRISIONEIRO LIVRE…

Um dia lindo de céu azul e sol quente
Na varanda, sobre o jardim, pertinho da gente
Um barulho de asas frenéticas, bagunceiro
Contra a vidraça o beija-flor era prisioneiro

Cheguei perto, abri a janela na parte inferior
Na esperança dele sair e cessar sua dor
Em vão, ele via as flores lá fora e se debatia
Lindo, doía no coração ver aquela agonia

Vou ter que tirá-lo dali, logo imaginei
Subi numa escada e com jeitinho o peguei
Minúsculo, delicado, olhar meio assustado
Coisa mais linda eu segurava com cuidado

Na janela, bem próximo estava o jardim
Vou colocá-lo ali, devolvê-lo à natureza, enfim
Com delicadeza eu o depositei na flor
Tirei a mão e voou para longe o feliz beija-flor

Alda M S Santos

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Confusão no ninho

CONFUSÃO NO NINHO

Uma barulheira próxima ao pingo de ouro no jardim

Atenta, observo tico-tico entrar e sair dali várias vezes com galhos no bico

Quando ela sai vou verificar: dois ovinhos num dia, três no outro

Quero ver o momento em que o pássaro preto, chupim, entra e bota seus ovos

E o tico-tico continua a chocar ovos alheios como seus

Mas esse momento nunca consigo “pegar”

Só dias mais tarde é que percebemos tico-tico orgulhosa do filhotinho

Chupim filhote, bem maior que a mamãe tico-tico

Criando o filhotinho de outra espécie, sem saber, enganada

Ou será que sabe?

Infiltra-se no ninho do outro, destrói vidas

Pois o chupim nasce primeiro e acaba por matar os tico-tico que chegam de fome

Como pode atitude tão oportunista de um ser que sequer pensa?

Não monta seu ninho, não choca, não cuida

Quer apenas aproveitar do que encontrou pronto…

E tico-tico mãe cuida, alimenta, protege…

Fosse no mundo dos humanos, por muito menos

Seria tragédia na certa!

Será que aprenderam conosco esse oportunismo

Ou ainda têm algo a nos ensinar que não percebemos?

Alda M S Santos

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